EMANCIPAÇÃO DA SEDE DO MUNICIPIO DE VALENÇA E EMANCIPAÇÃO POLÍTICA DE VALENÇA-BA

Por Professor e Historiador Francisco Neto

No próximo dia 10 de Novembro a cidade de Valença está mais uma vez em festejo, comemorando seus 162 anos de emancipação da Sede do Município, ou seja, quando no ano de 1849 sua sede recebera foro (nome) de Industrial Cidade de Valença.

Contudo para entendermos melhor como realmente aconteceu, faremos então uma breve contextualização histórica. Outrora pertencente aos domínios de Cairu que em Tupi Aracajuru, que significa ‘terra do Sol”,   Valença ainda como povoado de Una, nomenclatura do rio que deu nome a todo o Vale, em 1571 passou a chamar-se Nossa Senhora do Santo Amparo (fonte: IPAC)
Por volta de 1750 formou-se um núcleo de povoação nas proximidades da capela de Nossa Senhora do Amparo, ainda muito modesta, sem as torres laterais, que posteriormente foram construídas em homenagem a Igreja do Bonfim da capital do Estado, começando a estender-se pelo lado de Leste até as margens do rio Una.

Uma das versões da história Nova relata que no dia 10.06.1789, Foi dado o título de Nova Valença, contudo de acordo com outra linha historiográfica, a mais aceita no meio Acadêmico, por proposta do ouvidor da Comarca de Ilhéus, Desembargador Baltazar da Silva Lisboa, somente em 23.01.1799 foi criada a Vila de Nova Valença do Santíssimo Coração de Jesus, ocorrendo sua instalação em 10 de junho do mesmo ano, onde foram iniciadas as obras de construção da Igreja do Santíssimo Coração de Jesus, concluída em 26 de Setembro de 1801 e transformada em matriz da freguesia. Com território desmembrado de Cairu ocorrera então à efetiva “emancipação política” da região, onde ao se desmembrar-se de Cairu, Valença ficara com sua extensão até o Vale do Jequiriçá, nas imediações da atual cidade de Santa Inês, final do portal do Vale do Jequiriçá, limítrofe ao povoado de Caldeirão, atual cidade de Itaquara.
É salutar lembrar que a nossa cidade completou em 10 de junho deste, 212 anos de emancipação Política/Regional, ou seja, desmembrando-se de Cairu titulo esse, que engrandece ainda mais a historia da cidade ao comemorar seus 162 anos de emancipação da Sede do Município, ou seja, por força da resolução nº.368 de 10 de Novembro de 1849 a “Sede Municipal” recebe a denominação de Industrial Cidade de Valença, sendo um dos motivos a pujança da Fábrica de Todos os Santos implantada cinco anos antes.
Festejar 162 anos de emancipação da Sede do Município e 212 anos de Emancipação Política é relembrar todos os papeis que a cidade interpretou no perpassar da história.
Comemorar estas datas é manter vivo na mente de sua gente, a Valença da aldeia Una, a qual cedeu o nome a todo o vale; Da tribo Guerém, Botocudo ,Aymoré,Tapuia, guerreiros e valentes como seu povo na contemporaneidade; do quilombo do Orobó, de gente de personalidade forte e sabedora dos seus destinos; do Guaibim, que em Tupi/Guarani significa Mulher Experiente; Da cachoeira de ItaGuá, a conhecida Pedra Branca; Da hidroelétrica do Candengo; Da fabrica têxtil de Todos os Santos, fundada em 1844; da cidade que recebeu em seus domínios o Imperador do Brasil D. Pedro II em 1860; Da terra protegida pelas Deusas Mitológicas Ceres e Deméter, ambas deusas da agricultura ; Da agricultura local, (mandioca) que abasteceu as tropas que lutaram do Dois de julho pela independência da Bahia; da cidade pesqueira sobre a égide de São Pedro e Yemanjá; do grande jurista Zacarias de Góes, coevo de Rui Barbosa; Da Valença próspera e grandiosa do passado que almeja galgar na atualidade novamente este título.
Por isso os festejos de aniversário e louvor a nossa Senhora do Amparo não é um festejo somente dos Valencianos, mas de todos os municípios circunvizinhos que em algum momento na história tiveram diretamente ligado a Valença.

FONTE :

IPAC

AGUIAR Neto Francisco Carlos de; OTACILIO Edgard Oliveira. A história da Igreja de Nossa Senhora do Amparo.Valença.

 

BIOGRAFIA DO AUTOR

Francisco Carlos de Aguiar Neto, nascido na ilha da Gamboa do morro, distrito da cidade histórica de Cairu, Recebendo o Titulo de Cidadão Valenciano em 2006 pelos serviços prestados a cidade na área de Segurança Publica com Detetive Chefe do Setor de Investigação da 5ª COORPIN- Valença; Graduou-se em Historia pela UNEB, é Graduado em Filosofia pela Faculdade Batista Brasileira -Salvador-BA; pós graduou-se em Psicopedagogia Institucional pela FACE, Mestre em Teologia e Educação Comunitária com Infância e Juventude pelas Faculdades EST -São Leopoldo-RS Mestrando em Educação e Contemporaneidade UNEB- Salvador , Bacharel em Direito pela FAINOR –Vitória da Conquista; Pós Graduando em Direito Penal e Crime Organizado FTC- Flex; Doutorando em Direito pela Universidade Católica Santa Fé na Argentina; Professor Universitário e Funcionário Publico Estadual. Diretor Geral do IESTE- Instituto de Educação Social e Tecnológico;Gestor do Complexo Educacional Damásio de Jesus Unidade Valença. Desenvolve projetos Sociais adotando o esporte como uma forma de Educação "Projeto Respeito Acima de Tudo"-aulas de artes marciais(Karatê) e filosofia Oriental, juntamente com Prof. Edézio Santos. Teve suas poesias escolhidas no premio literário Valdeck Almeida e publicada no livro Ontologias Poéticas que fora lançado na 20ª Bienal Internacional do Livro em São Paulo em Agosto de 2008 e publicou o livro "A história da Igreja de Nossa Senhora do Amparo de Valença. Tem poesias publicadas no Livro Ontologia Cidade em 2009. Em 2010 publicou o livro "Vivendo e Lembrando: História, filosofia e Poesias pela editora Ieste"; Escreve para a revista especializada em História com tiragem Nacional "Leituras da História". É membro permanente da AVELA- Academia Valenciana de Letras, Educação e Artes, ocupando a cadeira Imortal do Poeta Satírico Gregório de Matos.

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11 Resultados

  1. Julio Cesar disse:

    Ouvi a entrevista na Radio Rio Una e achei interessante quando prof.Neto falou que o nome de Valença era povoado Una

    A emancipaçao politica tambem é uma questão muito interessante que todos os cidadaos de Valença deveria conhecer

    Parabéns prof.Francisco Neto pela aula de Historia que foi dado na radio

  2. professora Lorena disse:

    Então valença deveria comemorar uma idade maior que seus 162 anos? Muito interessante esta visão histórica.Nossos alunos devem saber as outras versões da historia do Brasil.
    Muito boa iniciativa.

  3. JOJÓ disse:

    Muito interessante este artigo.Parabéns ao escritor pela riqueza de detalhes. Esse homem deveria ser nosso secretário de Educação.

    E o nosso Bahia Pelegrine, deu show hoje,hein

  4. JOJÓ disse:

    Quero comprar um livro desse, como faço pelegrine.Veja com o professor onde está vendendo

  5. pelegrini disse:

    É verdade Jojó. Bahia, sempre Bahia!

  6. Jamile da Vila disse:

    Prof.Francisco Neto

    Gostaria que o Sr.falasse da História da Igreja do Amparo e se possivel um pouquinho da Vila operária.É porque moro lá e quero conhecer um pouco mais sobre meu bairro.

  7. Prof.Odair disse:

    Parabéns Prof.Francisco Neto, até que emfim podemos desfrutar de uma boa matéria que fala da História da nossa cidade e a cultura do povo e seus ancestrais.Seria bom que todos usassem o espaço jornalistico para divulgar e expandir a História e a cultura de Valença, ao invés de reportagens e comentários chulos que não servem de nada.

  8. Marcos Ferreira disse:

    E O PT que vir de I Raquel!!! Só em Valença!

    M Ferreira

  9. JOAO DA ZONA RURÁ disse:

    AGORA É 15, REWSPONDÍ!

  10. Prof.Francisco Neto disse:

    Muito obrigado prof.Odair pelos comentários e parabenizo ao amigo pelo bom trabalho que está fazendo na area da educação e em palestras na cidade

    Abraço fraterno

  11. José Novaes disse:

    Prof. Neto, Desde que lhe conheci sei do seu imenso amor por esta terra que é Valença, que Deus lhe abençoe e projeta o seu trabalho dedicado na região sudoeste.

    Abraços fraternos…

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