Médico demitido pela Casa Branca denuncia omissão de alertas de coronavírus

O ex-diretor de uma agência responsável pelo desenvolvimento de medicamentos para combater a pandemia de coronavírus registrou uma denúncia nesta terça-feira (5) acusando o governo de Donald Trump de retaliação.

Rick Bright liderava o desenvolvimento de uma vacina contra a Covid-19. No último dia 22, ele afirmou que foi removido de seu cargo após questionar o modo como a Casa Branca queria usar a cloroquina e a hidroxicloroquina no combate à pandemia.

Bright disse na denúncia que a Casa Branca promoveu os medicamentos como uma panaceia, embora “claramente não tenham mérito científico”.

Trump repetidamente elogiou os remédios contra a malária como um tratamento para o coronavírus, embora poucos estudos sugiram um possível benefício.

A denúncia de Bright foi apresentada a um órgão de fiscalização do governo. No documento, ele relata também que alertou a administração sobre os riscos do vírus em janeiro e foi recebido com hostilidade pelo secretário de Saúde e Serviços Humanos (HHS, na sigla em inglês), Alex Azar, e por outras autoridades de alto escalão da agência.

Os advogados de Bright argumentam que sua remoção como diretor da Autoridade de Pesquisa e Desenvolvimento Biomédico Avançado, uma divisão da HHS, violou uma lei federal que protege os denunciantes do governo.

Uma porta-voz do HHS não respondeu a um pedido de comentário.

Bright, especialista em vacinas e terapêutica, foi nomeado para seu cargo em 2016, antes de Trump assumir a Presidência.

O HHS disse no mês passado que Bright havia sido transferido para uma parceria público-privada sob os Institutos Nacionais de Saúde.

A queixa de Bright busca sua reintegração e solicita uma investigação completa.

Em sua reclamação, Bright diz que suas tensões com a liderança do HHS antecederam o coronavírus. Desde 2017, ele protesta contra “o favoritismo e a concessão de contratos a empresas com conexões políticas com o governo”, diz a denúncia.

O Escritório do Procurador Especial, um órgão governamental independente, investiga e pode processar abusos contra funcionários federais. (Reuters)

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