“Afinal de contas, os cães ladram, mas a caravana não para”
Por Raell Costa
A cartilha é a mesma em qualquer lugar do mundo!
Se a Esquerda chega ao Poder, logo, a mídia e o mercado especulativo internacional tratam de criar uma enxurrada de especulações e factóides para desestabilizar o novo governo, derrubando, consequentemente, a ações de mercado naquele país.
Assim como foi com o Brasil e Lula em 2002 – quando o dólar chegou a beira dos R$ 4-, está sendo com o primeiro ministro eleito ontem, Alexis Tsipras, na Grecia. No primeiro dia após a eleição, a bolsa caiu quase 6% na manhã de hoje, moderando para quase 4% no fechamento do pregão.
Motivo?
Tal qual Lula que, defendeu em sua plataforma política a classe trabalhadora; o fim das privatarias; e a intervenção do FMI, sob domínio imperialista no Brasil, além da agricultura familiar. Tsipras defende colocar fim à austeridade na Grécia e quer negociar com os credores da União Européia e do FMI a redução da dívida grega. Nada mais do que defender a classe trabalhadora – quem mais é afetada pelas medidas de austeridade que enforcam os gregos há quase 5 anos – e a soberania do País.
Espero ver, daqui a alguns meses ou anos, Tsipras sendo reconhecido pela população grega como o melhor primeiro ministro da história do País que – depois das Áfricas, é claro – mais contribuiu para a civilização, cultura, filosofia e política da humanidade.
São por essas e outras que, mesmo com o início impopular e confuso, até para nós, militantes da Esquerda, sigo apoiando e defendendo o segundo mandato da Presidenta Dilma Roussef. Afinal de contas, os cães ladram, mas a caravana não pára.
Caro Raell, concordo com suas palavras na sua essência: basta a Esquerda chegar ao poder que logo as dificuldades “aumentam” e o mercado, mimadamente, esperneia. Espero que o Syriza faça um governo revolucionário na Grécia, na medida que se invertam as prioridades em defesa do povo. Agora, sabemos que o caminho é complicado, principalmente porque a dialética própria do poder indica que há três discurso diferentes em um partido: o discurso da militância (da reafirmação da utopia para a própria base); o discurso eleitoral (do convencimento da maioria de que é a melhor opção) e o discurso do governo (fazer o possível diante da realidade). Uma dúvida será a relação do Syriza com o Pasok eo KKE, respectivamente os tradicionais partidos socialista e comunista da Grécia. Em todo caso, todo sucesso para Tsipras!
um abraço.
P.S. Boa lembrança do lugar das “Áfricas” como centro civilizador da humanidade.
Pois é meu amigo tenho orgulho de dizer que sou e defendo a esquerda, uma vez que, defendo a distribuição de renda, portanto, sou a favor de distribuir o dinheiro entre todas as pessoas. Defendo a inclusão social, acredito que todos devem ter acesso a serviços que só quem é da elite ou quem é rico tinha acesso.Por isso Raell Costa, quando um governo que defende essas políticas chega ao poder logo, a mídia e o mercado especulativo internacional tratam de criar uma enxurrada de especulações ridículas, mentirosas, o que é lamentável!!! Um forte abraço meu amigo irmão…companheiro de lutas!!!
Acredito que esta vitória é sim uma semelhança pertinente com a chegada de Lula ao poder. Em uma Europa fragilizada com a crise, um sufocamento total do capitalismo financeiro e da deflação que os desestabiliza, Alexis Tsipras chega como uma guinada à esquerda, importante e necessária para a resolução dos problemas sociais que surgem na Europa. Estados-nações como, Espanha, Portugal, dentre outros que sofrem com a atual crise, iram se pautar nas mudanças políticas, econômicas e sociais que a Europa está acostumada para proteger o mercado. A multilateralidade do eixo Sul-sul, fomentada pelas políticas internacionais de Lula, foram importante combustível para a mudança do cenário mundial. O desequilíbrio da lógica capitalista global, com o aumento da demanda nos aspectos microeconômicos da periferia global, jungido a uma independência político-econômica desta região, impulsionou o desenvolvimento local e a concorrência. Os investidores começaram a “correr” para estes mercados em ascensão (sendo a China o mais importante), dando maior importância ao Sul-sul. Talvez, esta guinada importante da Grécia, possa reforçar ainda mais as políticas voltadas ao desenvolvimento social, junto a um crescimento econômico de qualidade e mais democrático, composto por um estado isonômico, preocupado em reduzir as desigualdades e dar maior igualdade de condições para todos!
Isso ai companheiro, A os cães ladram, mas a caravana não para. Parabéns pelo texto.
A presidente em campanha eleitoral afirmava em alto e bom tom que “nem que a vaca tussa ” iria mexer na politica econômica e nos direitos dos trabalhadores. Como explicar esse governo que se diz popular, criar medidas para extinguir os direitos trabalhistas. Ah! sem falar que a gasolina custará em fevereiro um acréscimo final de R$ 0,75. Mas estou adorando tudo isso, pois estou vendo quem mais reclama são aqueles que apoiaram essa tropa de ladrões. Cadeia para o Molusco chefe e toda sua gangue!
Só pra refrescar a memória de vcs, não existe mais esquerda no Brasil, os partidos são todos farinha do mesmo saco .
Lamento informar ao anônimo, porém o Brasil continua SIM tendo partidos, grupos e pessoas de esquerdas – e das mais variadas matizes. Apesar do sinistrismo ser muito comum no Brasil, não se pode fazer tábula rasa de tudo e simplificar com um clichê de direita de que tudo é igual. O que ocorre é que existem partidos de direita com siglas de esquerda (caso do PRTB, PTC, PSD etc), partidos que realmente se descaracterizaram como esquerda (PPS e PSDB), partidos de esquerda que enfrentam contradições por serem governo (caso do PT e do PDT) e partido minúsculo de esquerda (como PSTU e PCO). Informação e senso crítico é algo que não dói…
Realmente, quando vi nome do célebre filósofo helênico, fundador do Liceu, cheguei até a ficar curioso. Mas pela forma “inteligente” que termina seu comentário (????), desanimei. Não entenderá o que é um debate sereno, apesar do nome que utiliza…