Liberdade de pensamento, expressão e os seus “Meios”

Por Analista

A História brasileira é testemunha de como o cerceamento dos direitos individuais é ruim para uma Nação. Só na chamada nova República, inaugurada na década de 30, já passamos por dois períodos de repressão sanguinária que comprometeu seriamente as liberdades individuais e o desenvolvimento do País. Até o meado dos anos 90, ainda vivíamos com o fantasma da usurpação do Poder e, como consequência, mais uma vez a possibilidade da violação autoritária do direito de manifestação. Em um momento mais oportuno pretendo trocar ideias sobre esse passado negro do Brasil, mas agora vamos para uma situação mais contemporânea.

No Brasil atual, as pessoas orgulham-se de poder exercer livremente o seu direito de se expressar, já que no subconsciente impera a impressão que a única dependência que possuímos para a livre expressão é a da vontade, ou seja, basta querer e eu falo, porém, não é bem assim.

Não tenho dúvidas de que o conteúdo da nossa expressão é fruto do que pensamos, pelo menos, quando somos coerentes com as nossas convicções. Acredito que a construção do pensamento seja baseada em fatores relacionados ao foro íntimo, não saberia bem explicar, mas algo bem subjetivo e filosófico e também por influências externas, que podem ser benéficas quando estimulam o desenvolvimento crítico e terríveis quando vêm impregnadas de interesses e manipulação. Mas, a questão é; Será que pensamos livremente? Considerando que a liberdade de expressão é a manifestação honesta da nossa liberdade de pensamento, será que exercemos essas liberdades de forma plena?

Diariamente somos influenciados pela grande Mídia, de forma escancarada ou subliminar, a possuir um padrão de consumo que satisfaça a interesse de grandes Grupos Econômicos. Não perca a oportunidade! É agora ou nunca! Todo mundo tem, só falta você! … O consumismo nocivo não se revela apenas no momento em que compramos um par de tênis que não precisamos, ou adquirimos mais uma TV Led interplanetária de última geração, ou ainda quando vamos ao bar tomar aquela cerveja cuja propaganda desnuda a gostosona “global” do momento, essa espécie de consumismo também ocorre quando somos estimulados a assistir novelas fúteis, programas inúteis e jornalecos com opiniões dirigidas. É a criação do círculo vicioso entre consumo exagerado e vácuo intelectual, fomentado pela falta de incentivo a liberdade de pensamento. Nesse momento a grande

Mídia e os grandes Grupos Econômicos são uma coisa só.

Essa grande Mídia, representada por umas cinco famílias, que em nome de seus interesses criam a agenda desse País. A discussão nacional é predominantemente pautada por essa gente, que define quando e em que bases determinados assuntos vão ser tratados, o que o Congresso Nacional vai votar, o que o STF vai julgar e etc. Esse é o poder real e muitas vezes imperceptível para nós, simples mortais.

Vivenciamos um momento em que o mundo inteiro reconhece a importância dos meios de comunicação para a formação do caráter e formulação do pensamento individual, que são basilares para a caracterização coletiva e afirmação cultural de um povo. A Argentina vive um estágio mais avançado que o Brasil nessa discussão, onde os grandes Oligopólios da Comunicação resistem ao combate de seus privilégios. Aqui no Brasil não é diferente, as “Grandes Famílias” se recusam o tempo todo ao debate sério sobre o tema, vivem o tempo inteiro confundindo propositadamente regulação dos meios de comunicação com censura prévia em nome de um suposto atentado à liberdade de imprensa. Acham-se paladinos da moralidade, porém a maioria dessas famílias escondem a história de prevaricação e corrupção desde a origem dos seus impérios.

É preciso subverter a ordem, é uma questão de Soberania popular. Enquanto os interesses políticos e econômicos dessas “Famílias” prevalecerem em nome da Plutocracia, a influência sobre os nossos pensamentos e a liberdade de expressão continuarão comprometidas. Enquanto isso, vamos à Internet, o meio mais plural e democrático.

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1 Resultado

  1. Miro do Morro disse:

    Valeu Pelegrine, mostre que vc não é jornaleco,tem um blog para informar a quem ainda não se conscientizou que verbas publicas tem que ser bem aplicada em beneficio do povo e quem não quer ser criticado não entre na politica.

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