MARCELO MIRANDA QUESTIONA THIAGO LACERDA

Caro Thiago,

Sua indignação reflete à de toda sociedade, entretanto, necessário se faz algumas correções mormente a respeito das competências e do poder/dever dos poderes e de quem os representa.

Primeiro, a violência é um processo histórico, não nasceu hoje nem ontem, pelo contrário, estamos hoje colhendo os frutos do que plantamos no passado, não podemos e nem devemos responsabilizar uma única pessoa ou, poucas pessoas pela escalada aparentemente indomável da violência.

O momento é de ação, não só dos governos, Federal, Estadual ou Municipal, essa luta é sem dúvida uma luta de todos nós. No passado não tão distante, o constituinte de 1988 nos municiou com a mais poderosa arma contra a inércia e a desídia dos governos e legisladores, o poder de influirmos na elaboração de leis, as conhecidas leis de iniciativa popular, a lei da ficha limpa por exemplo.

Não é da competência do Governador a iniciativa de leis na seara penal, tampouco do poder judiciário, que somente as executa e está adstrito aos seus mandamentos. Vivemos meu caro Thiago, numa democracia representativa onde as leis são, via de regra, uma atribuição dos legisladores: federal, estadual e municipal. No que tange a legislação penal a competência EXCLUSIVA é do congresso nacional, portanto, quem vai à prisão e quanto tempo lá deve permanecer.

Se o povo quiser, o povo pode, se nós quisermos, mudaremos leis, construiremos prisões, contrataremos policiais, compraremos viaturas, monitoraremos nossas ruas, quer saber…? Ainda assim, colheremos violência no futuro.

Parece que sou pessimista, não, não sou, quero ser real, pois, a educação só, não faz grandes mudanças, mas, nenhuma grande mudança se faz sem EDUCAÇÂO. Essa Thiago, talvez seja a semente que deveria ser plantada e não foi; a minha esperança é que a terra ainda está fértil, Thiago, lance-a, você pode tanto quanto o governador e o prefeito. No fim tudo dá certo, se não deu certo é porque ainda não chegou ao fim.

Um forte abraço,
Marcelo Miranda

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2 Resultados

  1. Mário disse:

    Quando falam de violência só falam de polícia, presídio, e coisas do tipo. Aqui Marcelo toca em algo correto: EDUCAÇÃO! Mas, não a educação que vemos hoje nas escolas e sim a EDUCAÇÃO voltada ao aprimoramento intelectual acompanhada da ÉTICA, CIDADANIA, etc.
    Aonde estão as ações sociais e educacionais para combater na base, essa violência? Bolsas Famílias, Pequenos cursos, imposição de frequência a escolas (com sistema falido e pouca preocupação com o estudante), podem amenizar a situação (se fossem feitos de maneira correta sem politicagem) mas não resolvem sem ações mais efetivas. A lei da vantagem é a que impera entre adultos e jovens. Nossas crianças (de todos os lugares pobres e ricos) crescem na “educação” de que devem estar acima dos outro seja lá de que forma for. Não vemos ações (nem nós as fazemos) de união social para que isso mude. Esperar do poder público(corrupto), ou jogando a responsabilidade nos outros como exemplo as associações que elegem um presidente ou representante(corruptor ou corruptível) e transferem para estes toda a responsabilidade que é de todos, só nós faz igual ou pior cúmplices da violência que nos atinge.

  2. O Comunista disse:

    Hoje foi a cemitério de Valença prestar as últimas homenagens ao Professor Manoel Bonfim, ao chegar naquele lugar lembrei-me duma frase dita pelo Professor Dario “quem morre e precisa ser enterrado ali, morre duas vezes” quando vir as condições do local(falo das condições do cemitério só para lembrar que o povo é o tempo todo desrespeitado pelo poder publico). Mas quero chamar a atenção de todos para o fato do Professor Manoel Bonfim ter sido morto a facadas dentro de sua própria residência e com requintes de crueldades, e esse crime é mais um na estatística policial!, somente para lembrar na semana passada morreu um eis colega de CATEQUESE, na sexta uma eis aluna e agora o Professor Manoel.
    O que mais tem mim impressionado e a banalidade que toda a população está tratando o fato de alguém morrer(tenho visto nos celulares o vídeo da morte de Jojo) parece que as pessoas já estão achando normal alguém ser assassinado. Mim lembro de uma fala do radialista Siro Pimentel numa das edições do programa DE CARA COM A VERDADE quando o mesmo descreve a fala de uma mãe que teve o filho morto a balas que diz “ele poderia ser bandido mais era meu filho”.
    Quero com este texto chamar a atenção para o fato de independente de quem esteja morrendo são vidas(maior bem do ser humano) que estão sendo ceifadas não são exatamente estatísticas! precisamos nos revoltar contra está violência, não dar para continuar achando que esta violência vai ficar localizada nas periferias e que é um problema do governo; ela vai se expandir e atingir toda cidade É SÓ UMA QUESTÃO DE TEMPO E ELA(violência) VAI CHEGAR PRÓXIMO DE VOÇE!

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