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Para o termo "diferença entre blog e jornal".

QUAL a DIFERENÇA entre BLOG e JORNAL?

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Railton Ramos*

Se partirmos das bases conceituais do blog e do jornal, os dois são ferramentas que guardam grandes diferenças.

Jornal é notícia, meio de comunicação “impresso”, gerado por atividades jornalísticas, com bases em técnicas de seleção e organização das informações, que acabam indo para as mãos dos leitores em papeis e formados variados. Fazer jornal é, antes de tudo, ver, ouvir, escutar, analisar e dar acabamento gráfico às informações. É ter o jornalismo como “cachaça” e “endoidecer” com a linha de produção enquanto a nova edição não sai do prelo e vai para as ruas.

Mas, deixando de lado o meio em que são veiculados e o grau de “formalidade” inerente à maioria dos jornais, aqui tratamos do jornal impresso em papel, BLOG e JORNAL prestam, no fundo, a uma mesma função, que é a da COMUNICAÇÃO. A diferença aqui é contida no fato de que o Blog é um site (sítio) flexível, de rápida atualização, filho da colonização estabelecida pela internet, que lida com o denominado hipertexto, uma espécie de elemento pertencente ao mundo do “formato digital”, composto de informações emitidas por textos, palavras, imagens, sons e o que vier.

Entretanto, quase todos os jornais atualmente também são publicados na internet, utilizando amplamente – e em melhor escala – todos os recursos oferecidos pelo universo virtual. Neste ínterim, Blog e Jornal são quase sinônimos! Não chegando a ser porque, grosso modo, um blog típico é construído num sistema de informática mais fácil, utiliza uma linguagem fora dos padrões dos meios de comunicação e, o mais importante: interage mais instantaneamente com os seus leitores – que também viram escritores – ao deixarem comentários num espaço específico.

Enfim, num blog o ambiente é muito mais pessoal, informal. Nele as pessoas falam de forma espontânea. É uma ferramenta de comunicação que pode servir para mover o mundo, já que a “rede” sabe como ninguém aproximar as pessoas na difusão de infinitas idéias.

* Railton Ramos é Editor do Jornal Costa do Dendê; Editor do Jornal do Vale; Assessor de Imprensa da Câmara de Vereadores de Cairu

Paraísos fiscais e a privataria tucana

Por Altamiro Borges

O Brasil é o quarto país do mundo em recursos desviados para os paraísos fiscais. A conclusão é de uma pesquisa encomendada pela organização Tax Justice Network, que comprova que de US$ 21 trilhões a US$ 32 trilhões sumiram de seus países de origem em ações para sonegar impostos e lavar dinheiro oriundo da corrupção, do tráfico e de outros crimes. O valor deste roubo da elite dos super-ricos equivale ao tamanho das economias somadas dos EUA e do Japão. 

O roubo dos super-ricos

O estudo listou os 20 países onde há maior remessa de recursos para os paraísos fiscais. No topo está a China, com US$ 1,1 trilhão, seguida por Rússia (US$ 798 bilhões), Coréia do Sul (US$ 798 bilhões) e Brasil (US$ 520 bilhões – mais de R$ 1 trilhão). A pesquisa, feita com base nos dados do Banco de Compensações Internacionais, do Banco Mundial, do FMI e dos governos locais, trata apenas da riqueza financeira depositada nas contas dos paraísos fiscais. Bens como imóveis e iates não foram contabilizados.

Segundo reportagem da BBC, “o relatório surge em meio à crescente preocupação pública e política sobre fraude e evasão fiscal”. Para James Henry, responsável pelo estudo, “as receitas fiscais perdidas são enormes. Grandes o suficiente para fazer uma diferença significativa nas finanças de muitos países”. John Christensen, diretor da Tax Justice Network, observa que o dinheiro sonegado pelos super-ricos é “mais do que suficiente para manter os serviços públicos e erradicar a pobreza nestes países”.

Ricaços sonegam os impostos

O estudo constatou que apenas 100 mil ricaços, no universo de 139 países pesquisados, formam a elite mundial dos sonegadores com dinheiro desviado para offshores. Ele também comprovou que 50 bancos privados movimentaram US$ 12,1 trilhões nestas operações criminosas, com destaque para gigantes como UBS, Credit Suisse, Goldman Sachs, JP Morgan e Citibank. A pesquisa inédita não dá nome aos bois, mas serve para desmascarar alguns discursos das elites e dá pistas para novas investigações.

“As elites fazem muito barulho sobre os impostos cobrados delas, mas não gostam de pagar impostos. No caso do Brasil, quando vejo os ricos brasileiros reclamando de impostos, só posso crer que estão blefando. Porque eles remetem dinheiro para paraísos fiscais há muito tempo”, comenta John Christensen. Diante dessa roubalheira dos ricaços, a recente campanha da mídia privada sobre a inadimplência dos pequenos consumidores brasileiros parece piada ou pura provocação.

Maluf e a turma do José Serra

Com a divulgação da pesquisa da Tax Justice Network, entidade que luta contra os paraísos fiscais, a imprensa nativa apontou seu dedo contra o ex-prefeito Paulo Maluf. Por razões puramente eleitoreiras, ela descobriu que Maluf é Maluf! De fato, o ex-prefeito deve ser investigado e punido por sonegação fiscal e lavagem de dinheiro. Na semana passada, surgiram novos indícios de que ele mantém recursos nas Ilhas Jersey, famoso paraíso fiscal. Caso fosse séria, porém, a mídia deveria seguir outras pistas da pesquisa.

Uma boa dica é o livro “A privataria tucana”, do jornalista Amaury Ribeiro Jr. A obra, que a mídia tentou sabotar, apresenta farta documentação sobre as fortunas desviadas para os paraísos fiscais no processo de privatização no reinado de FHC. Ela inclusive dá nome aos bois e até o número das contas nas Ilhas Virgens Britânicas. Entre os nomes citados: Verônica Serra, filha do tucano José Serra; Alexandre Bourgeois, genro do tucano José Serra; e Ricardo Sérgio de Oliveira, ex-tesoureiro do tucano José Serra.

Dos US$ 520 bilhões remetidos do Brasil para os paraísos fiscais, qual será o montante que esta turma bicuda desviou? (Blog do Miro)