EM DEFESA DA EMPATIA E DO RESPEITO: UMA REFLEXÃO PARA OS ORGANIZADORES DA FESTA DE SÃO PEDRO EM VALENÇA-BA

O São Pedro é uma festa que já está no Calendário Nacional de Eventos do Ministério do Turismo, será que isso é regressão?

Eu me esforço para não cair na armadilha de atacar aqueles menos esclarecidos, pois sei que muitos erram por conveniência. Eles escolhem ignorar os fatos, desrespeitando os direitos alheios, e se afundam na lama da desinformação.

Na pequena Igreja de São Pedro, no Tento, o cenário é desolador. Durante as missas e celebrações festivas, o alarido persiste. Os direitos das crianças autistas são ignorados, e os fogos de estampidos continuam a ecoar, anunciando a fé dos fiéis. Será que essa insistência se deve à perda de seguidores?

O que mais me surpreende é que, mesmo do Congresso Nacional, há quem testemunhe esses eventos e parece não atentar para o absurdo. Eles sabem que tramita um Projeto de Lei, uma tentativa de proibir a comercialização desses fogos pirotécnicos que emitem sons. A falta de informação não é desculpa. O erro é deliberado, motivado pela conveniência.

E então, lembro-me da sombria história da Santa Inquisição. A Igreja Católica, outrora responsável por atrocidades, também defendia tradições cruéis. Será que ainda existem adeptos dessas práticas terríveis?

Peço, com fervor, que os senhores reconsiderem. Respeitem as crianças autistas. Visitem lares onde vivem pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e testemunhem o impacto devastador. Larguem essas tradições que não podem ser divinas. Usem sua fé em prol daqueles que anseiam por paz e silêncio.

Este é o apelo de uma avô que compartilha o sofrimento de seu neto com TEA. Nossas ambições são simples: queremos amor e compreensão. Não é pedir demais, não é mesmo?