AS BOLINHAS VIRARAM MOTIVO DE COMEMORAÇÃO PARA DILMA

balõesUm breve comentário sobre a posse da presidenta Dilma, ontem em Brasília. Um grupo de “revoltados”, acharam de fazer uma manifestação e foram até o local da posse com balões pretos, segundo eles, em sinal de protesto pela “posse fraudulenta” da presidenta Dilma. Não foi possível a manifestação, porque eles não contavam com a intercepção dos militantes e do povo, quando os coxinhas se aproximaram os militantes arrancaram-lhes os balões das mãos e fizeram um pipoco coletivo, pareceu comemoração para Dilma.

Interessante esses manifestantes, todos com cara de bobos, parecendo uns zumbis saem as ruas a gritar: “vai pra Cuba, vai pra Cuba”, “fora PT”, “intervenção militar já”. É caso pra psiquiatra mesmo.

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19 Resultados

  1. XPTO disse:

    Defendo a livre e RESPONSÁVEL manifestação de ideias, mas essa foi bem irônica. Como assim a posse de Dilma foi fraudulenta? Se assim for, a de Geraldo Alckmin em São Paulo também o foi: Há o claro domínio do PSDB (24 anos de gestão ininterrupta), tem casos de corrupção (Trensalão Tucano) e até crime de responsabilidade pública – com a seca causada pela má-gestão deliberada da Sabesp. Acaso os coxinhas, “guardiões e juízes da moralidade pública” não reclamam disso? E esse grito de “Vai para Cuba”? Agora que até EUA suspenderam (na prática) o embargo, não soa meio que anacrônico esse grito? Sinceramente, Pelegrini, você está certo em chamar esse povo de zumbis – é uma tentativa vã e doentia de se ressuscitar conceitos e práticas politicamente enterradas pelo curso da História.

  2. Edson F. disse:

    “intervenção militar já”

    Foi contra isso que o avô do Aécio e o próprio Aécio lutaram a vida toda. Tancredo avô do Aécio foi eleito presidente combatendo a ditadura militar, e é esse regime que estão querendo de volta?

    É jogar a própria história no lixo.

  3. samuel disse:

    Deixa eu vê se entendi? Os militantes do PT proibiram uma manifestação, arrancando-lhes os balões a força? Estamos vivendo em Cuba ,na Venezuela ou em um estado islamico? ISerá que não poderemos mais espressar nossas opiniões? Esse é o jeito do PT de governo? Difícil viu…

  4. ze ninguem abestado disse:

    certo dia vi um eminente professor de sociologia dizer:na democracia ,vc pode pedir tudo,inclusive a ditadura;por outro lado,na ditadura vc nao pode pedir a democracia.
    Geralmente as pessoas sao carregadas por modismos=tornou-se “bonito ” ser rebelde e protestar contra tudo e contra todos; ser de “esquerda” significa ser avancado ,;protestar contra a roubalheira entre outras baboseiras.Portanto ,nao me impressiono co esses tipos de manifestacoes,ja que nao se percebe profundidade reflexiva nelas.
    E realmente foi mt engracado o “povo” revoltando-se contra os “zumbis”:tolice daqueles que protestam contra a congruencia ,contra a vontade do povo (que nao esquecamos ,e a vontade divina)
    Abs

  5. rute disse:

    Concordo Samuel. Estamos em maus lençoes com + 4 anos de PT( partido trapalhão).

  6. cristina disse:

    Tu distorceu a verdade – os balões foram soltos e não acredite que balões negros são considerados festivos – em lugar nenhum do mundo alguém confundiria balões prestos com festejos – É LUTO MESMO! TE LIGA PETISTA – tua senha tá trocada! sabe nada – os balões voaram em protesto e a polícia veio ajudar!! fora pt!

  7. XPTO disse:

    Samuel, não sejamos ingênuos assim. Quem disse que houve “proibição” e “arrancar balões à força”? O que eu percebi é que alguns bobinhos (que ainda vivem inconformados por terem perdido a eleição justa) resolveram expressar livremente seu descontentamento. Só que eles devem ter vacilados e os outros aproveitaram para fazer zoeira, pipocando as bolas de soprar no momento da passagem, em comemoração. Acaso, quando houve aquelas passeatas ridículas pelo impeachment de Dilma, os manifestantes vaiaram insanamente qualquer camisa vermelha e apupavam truculentamente os outros (o vi nos vídeos), isso você também não irá considerar como censurar e proibição da liberdade de pensamento? Não, não estamos em Cuba nem na Venezuela (sendo que lá exste uma democracia republicana como é hoje a Bolívia, Chile, Argentina e o Chile, apesar dos ignorantes em Relações Internacionais dizerem asneiras). Estamos no Brasil republicano, democrático e popular, com um governo eleito, instituições funcionando e com uma liberdade tão grande que até sandices como a volta da ditadura militar são ditas e uma grande mídia francamente opositora funciona sem que haja censura ou retaliações (nem as previstas em lei, para evitar abusos). eXpressa-se sim as opiniões. Pode ficar tranquilo quanto isso…

  8. pelegrini disse:

    XPTO, é como diz o poema que atribuem a Berhold Brecht:

    Na primeira noite, eles se aproximam e roubam uma flor do nosso jardim: não dizemos nada.
    Na segunda, já não se escondem. Pisam as flores, matam o nosso cão e não dizemos nada.
    Até que um dia o mais frágil deles entra sozinho em nossa casa, rouba-nos a luz e, conhecendo o nosso medo, arranca-nos a voz da garganta.
    E já não podemos dizer nada.

    Antes que isso aconteça, cortemos o mal pela raiz.

  9. Paulo disse:

    O verdadeiro protesto foi a garrafinha d’agua no preço da gasolina (R$4,00).

  10. XPTO disse:

    Paulo, se esse foi o preço da garrafinha d’água lá, até se justificar – o clima de lá é muito seco, conforme disseram meus amigos que foram para a Capital Federal. E já que vivemos em um país capitalista, é a velha lei da oferta da procura…

  11. XPTO disse:

    Pelegrini, eu vou pelo mesmo caminho… Vamos manter a vigilância, pois o fascismo surge em democracias recentes e com crises REALMENTE PROFUNDAS (como foi o caso da Alemanha no primeiro pós-guerra). A direita o PiG estão cevando nos coxinhas esse clima de desespero, entrando numa aventura perigosa de quebra da normalidade, superdimensionando os resultados da Operação Lava-Jato. Mas… até agora, nossa democracia está me mostrando forte para não se admitir nenhuma retrocesso. Tanto é que as manifestações pela volta da ditadura não estão sendo censuradas! E não há um clima de confrontação ostensivo e nas ruas da parte dos apoiadores do atual governo. Pelo contrário, há uma serenidade madura no trato disso que as passeatas oposicionistas estão definhando por conta própria, porque o clima pesado de disputa é muito artificial…

    Talvez, o que estaria precisando mesmo é formar uma espécie de pacto de Moncloa entre as “esquerdas” brasileiras para avançar nas reformas e fechar um ciclo na história republicana brasileira. Juntar os cacos do PSB autêntico como PT, o PSOL, o PC do B, o PDT e os movimentos sociais para uma trégua a apresentar um programa mínimo ação tática: a aprovação de uma reforma política radical e popular, via assembleia constituinte exclusiva, plebiscito ou até mesmo referendo e a luta pela regulamentação da mídia, para evitar os abusos, salvaguardando o interesse público – principalmente nos meios de rádio-difusão – e acabando com o Bolsa-PiG (erro que o PT cometeu nos últimos anos).

    A lição de 2014 é que, se por um lado, o povo brasileiro não admite retrocessos – motivo pelo qual foi chancelado um quarto mandato histórico para o PT; por outro lado, há o esgotamento do partido como a referência utópica de transformações – ou melhor, que existem novas demandas os quais os partidos tradicionais ainda não assimilaram. A vitória apertada no segundo turno aponta duas coisas: Uma, que a oposição de direita impôs ao PT uma vitória pírrica que coloca o PT novamente com a necessidade de ficar refém, novamente, com o fantasma da governabilidade e o diálogo promíscuo com alguns aliados. Segundo, em 2018, no mínimo e na melhor das hipóteses, será a eleição de um governo aliado de transição, preparando o terreno para a ida do PT novamente à oposição.

    E para o Partido dos Trabalhadora continue como a legenda de esquerda capaz de fazer a disputa hegemônica, terá que se reinventar, voltar para as bases e forjar um novo programa social-progressista, antenados com as mudanças do novo milênio. Pois, querendo ou não, a utopia que animou seus velhos militantes nos anos 80 e 90 já foi colocado, na sua maioria foi posta em prática (na medida do possível, nesses quase doze anos). E a esquerda é sempre a luta pelo progresso, pelo novo e pelo povo – nunca para a manutenção simples do velho ou pelo retrocesso.

    Enfim, o que não podemos deixar é que os zumbis da ditadura saiam de suas condições de bobos-da-corte e se venham mesmo tomar o poder. Porque uma coisa é perder a eleição para uma direita sadia e comprometida minimamente com a ordem democrática. Outro é cerrar fileiras para impedir que um Boçalnaro ou (in)Feliciano assuma o poder da república. Nem, que para isso, se vote na sonhática Blablárina Silva e do viajandão Eduardo Jorge…

  12. ze ninguem abestado disse:

    o melhor texto do xpto que li ate agora.Parabens.Bastandlucido ,equilibrado e de sabias palavras.Mas vc acha mesmo que ha uma “conspiracao” de “direita” que “superdimensiona” o caso lava -jato(os resultados sao graves ,e se as manifestacoes de repudio fossem sinceras,acharia justa,ou isso e mais um modismo passageiro(pergunta).Outra coisa:vc acha possivel essa confluencia(ideal) entre as “esquerdas”(pergunta).Eu torço sinceramente por esse “reinventar” do pt,nao sabendo ate que ponto ,os anos de poder o colocou amarras.
    abs

  13. XPTO disse:

    Caro ze ninguem abestado, feliz 2015 pra ti com saúde e sucesso, inicialmente.

    Quanto às suas questões, primeiramente eu não diria “conspiração”, porque seria sandice e ingenuidade. Não da minha parte. Agora, eu vejo as coisas desse jeito: em qualquer democracia, é natural que oposição dispute com o governo às versões sobre o fato – principalmente quando esses possam resultar em dividendos políticos. Foi assim entre Democratas e Republicanos durante o Caso Watergate, com a oposição fazendo de tudo para pegar o presidente eleito Richard Nixon. Agora, o que está se fazendo no Brasil eu já considerado perigosamente exagerado – principalmente pela atual oposição de direita. Quando falo em “superdimensionamento”, é porque aqui alguns setores conservadores mostraram que ainda não assimilaram os princípios mais elementares da democracia moderna (a mesma “democracia” que eles dizem putativamente defender), como o direito simples da divergência, respeito à constituição ou da soberania popular. Observe o comportamento de nossa grande imprensa, em que claramente age como um poder político opositor, embora cinicamente negue tal ato (lembra-te do caso da edição da Veja nas vésperas da eleição passada, com direito a ANTECIPAR o lançamento de uma edição que poderia ter tudo, menos o exercício profissional e ético do jornalismo de interesse público). Não acho exagero -até pelas evidências históricas- de que, aqui, alguns setores ainda mantem acesas a possibilidade de se rasgar as normas e subverter a ordem democrática como forma de se impedir qualquer avanço social. Observe, caso Zé, o tom cada vez mais agressivo que as campanhas do PSDB-DEMo tem tomado nas últimas eleições. Observe o clima quase doentio não se aceitar que foram limpamente derrotados na última eleição (e olhe que o PT tem mostrado uma franqueza nas eleições gerais: NUNCA conseguiu vencer a eleição nacional no primeiro turno, como aconteceu com FHC). Aliás, essa seria uma boa comparação: Nas eleições que o PT perdia, havia a catarse natural de uma análise de conjuntura, absorvia os dados, os setores mais radicais falavam uma ou duas idiotices e pronto: seguia-se o rumo da vida, respeitando as escolhas. Nunca se apelava para golpes ou forçavam crises suicidas. Mesmo as palavras de ordem “Fora Itamar” ou “Fora FHC” eram ditas mais para consumi interno (no sentindo de animar a militância para as tarefas mais responsáveis) do que um bandeira realmente levada a sério. E mais, em todo caso, havia a preocupação de se manter a ordem constitucional. NUNCA se falou, por exemplo, de montar uma guerrilha ou se pregou uma revolução armada para derrubar qualquer governo (mesmo numa situação complicada como foi o caso de Fernando Collor). Antes, diante das crises, foi até ordeiro demais, exatamente pelo compromisso de uma construção democrática de reformas sociais. Em suma, fez política maduro e serena o tempo todo. Agora, diante dos últimos atos, com um Lobobão ensandecido pregando um impeachment sem bases jurídicas, com grupos pregando até a volta da Ditadura Militar, você irá me dizer que é a mesma coisa? Posso te contar em exemplo simples, que vi dentre os comentários na internet sobre a segunda posse de Dilma: alguém chegou a comentar que o registro do PT deveria ser cassado, porque pretensamente descumpriu a exigência se ser um partido “nacional”, tendo em vistas suas relações com o Foro de São Paulo… Olha, é algo pequeno, visto que a ignorância do povo sobre fóruns e federais partidárias internacionais é tamanha que se esqueceu que o PSDB, o DEM, o PV, o PDT, o PMDB e outros partidos mantem relações parecidas. Só em nível regional, o DEM faz parte da Organização Democrata Cristã da América e da conservadora União de Partidos Latinos Americanos, o PMDB (junto com o PDT e o PT) fazem parte da Conferência Permanente de Partidos Políticos Latino Americanos e Caribenhos (rede que une partidos liberais, democrata-cristão e sociais-democratas mais progressistas) e assim por diante. O que me preocupa é que ainda é capaz de usar o mesmo argumento fajuto que provocou a cassação do registro do velho PCB em 1946! E ainda há várias práticas lacerdistas que demostram que as coisas não são tão tranquilas assim.

    Claro, dizendo isso, não quero negar que exista a Operação Lava-Jato, que exista caso de corrupção e improbridade pública e muito menos defendo a impunidade! Antes, quero que o Império da Lei (e não a sei Lei do Império, hehehehe) seja mantida e executada republicanamente, independente de o culpado for aliado ou não! Fico feliz que, nos governos do PT, não se houve negociatas e abafamentos diante das crises.Agora, o que não podemos é ser bobos e ingênuos. Uma coisa é ser estoico para aceitar a punição justa da lei. Outra, BEM DIFERENTE, é não entender o desenvolvimento do jogo – em todos os sentidos. o caso da AP 470 é notório: Joaquim Barbosa, aproveitando-se dos holofotes de uma certa imprensa, agiu de forma política e passando por cima dos verdadeiros procedimentos penais, gerando arbitrariedades e casuísmos absurdos que fizeram um desserviço à luta contra a corrupção. E, ironicamente, não se deu o outro passo: cadê os outros casos de corrupção que não foram julgados com o mesmo rigor e destempero? Aliás, cadê a grande imprensa para fazer a cobertura e a cobrança com esses outros casos – como o do trensalão tucano em São Paulo? Por isso que eu fico com um pé atrás de certas indignações seletivas e distorções – como os que dizem que o atual governo é o mais corrupto da história e que os militares foram os “bonzinhos injustiçados”, porque com eles nunca houve essas histórias. Sabe-se o porquê… O que acho é que não podemos ser tolos, não perceber a malícia quando ela está bem óbvia. A quem realmente interessa tachar o PT como o governo mais corrupto da história desse país? A quem interessa “esquecer” que parte dessa estrutura gangrenosa é heranças de outras administrações? Acaso o PSDB não tem seus esqueletos guardados nos seus armários? A quem interessa a indignação seletiva? Por isso que sei bem quais “manifestações” eu considero um modismo e quais são as legítimas e que realmente merecem serem ouvidas. Acaso você considera que devo ponderar que as jornadas de julho de 2013 se resumem mesmo em brutamontes impedindo as bandeiras vermelhas aparecerem? Vou considerar que uma manifestação sem pauta mínima, com palavras de ordens confusas e generalistas como válidas? Política é um xadrez que não pode ser jogado amadores. E o PT (aliás a esquerda brasileira em geral) precisa entender isso.

    Citando isso, passo para a sua próxima questão. TODA a esquerda, contando desde o PCO e o PSTU até, vá lá, setores progressistas do PV e pelo PROS e PPL, claro que será impossível reunir – até pelos graus de amadurecimento e interesses. Contudo, acho interessantes alguns movimentos do PSOL (principalmente com a declarações ponderadas de Jean Wyllis). Realmente, o nosso país se recente de uma campo da esquerda que seja realmente maduro para pensar o Brasil. No final dos anos 80, imaginei que a dobradinha do futuro seria uma composição PSDB-PT contra uma possível aliança PFL-PTB, ficando, talvez, com o PDT e o PMDB na condição de fiel da balança. O que aconteceu, ironicamente, é que o PSDB caminhou para a centro direita e forma com o DEMo e o PPS a oposição de direita, raivosa e destemperada. O PT, tendo o pequeno PCdoB como escudeiro nacional (embora, regionalmente, a conversa é outra), sem aliados ideológicos fortes, fica isolado como referencial da esquerda programática. Aliás, foi sintomático que em 2002, o PDT, partido mais afim programaticamente, tenha apoiado uma candidatura de centro, enquanto restou ao PT conversar com o PL. Mais sintomático, é o PMDB assumir a condição de atual aliado de peso do PT. um PMDB amorfo e sem mais um identidade ideológica forte que só se mantem ativo como uma máquina eleitoral a dominar o baixo clero dos Legislativos. Pior, o exercício do poder fez que o partido dos trabalhadores perde-se um pouco do seu elã como partido de massas, societário, que soubera fazer a boa política FORA os aparelhos de estado. É perigoso que, nesse isolamento, corre-se o risco de, mais uma vez, as estruturas políticas viciadas do nosso Estado nacional triturarem mais um partido da oposição, convertendo em outro peça dessa engrenagem (como aconteceu com o MDB e o PSDB). Nesse ponto, imagino que será pedagógico que o PSOL, o PDT, o PCdoB e parcelas do PSB combativo se organizem em torno de um programa mínimo. O que vai depender é: O PSOL terá a maturidade de ser o Grilo Falante do PT? A fase rebelde para ter identidade já passou e esse partido está agora na sua encruzilhada: seguirá o caminho do PCO e do PSTU e ser mais um grupinho radical? Ou entenderá que já é hora de aprender a jogar o xadrez da política – e isso, para tanto, significar dialogar mais com as outras forças progressistas? O PSB saiu rachado nessa eleição e sem um futuro claro. A fusão com o PPS pode significar o abraço de morte e a legenda que vier pode passar pelo mesmo caminho do PV, como uma sigla média e sem densidade social. O PDT, devido ao isolamento do Brizola, não cresceu como deveria. Poderia ser o grande parceiro do PT, mas não tem a expressão nacional necessária para ajudar o PT. O PCdoB não se mostra com maiores possibilidade de crescimento. Em compensação, sobram partidos de centro e centro-direta querendo negociar com aquele que está no poder. PSD, PSC, Solidariedade, PTC, PTN, PSL, PR, PRP, PMDB, PP, PTB, PT do B, PEN, PROS, um monte de sigla vendendo migalhas de poder em troca de benesses pessoais. Sei que que será uma tarefa difícil, inclusive com a necessidade do PT ser humilde em reconhecer suas fraquezas como partido de esquerda que ocupou o poder. Sei que terá que absorver críticas nada edulcoradas. Mas para a própria sobrevivência da esquerda no Brasil, esse diálogo precisa ser feito. Durante anos, os partidos democrata-cristão, radical, socialista e comunista chilenos não se bicaram. Precisaram enfrentar uma ditadura militar para entenderem que esse diálogo é necessário para o fortalecimento da democracia. Da mesma forma que na Itália (com seu reorganização partidária pós-Operação Mãos Limpas), a Espanha pós-franquista e no Uruguai atual (e o que não é a Frente Ampla-Novo Espaço do que o diálogo entre diversas correntes locais de esquerda?). Pelo menos, devemos trabalhar para que isso aconteça.

    Bem, espero ter respondido as suas perguntas. Aguardo seus comentários.

  14. ze ninguem abestado disse:

    Feliz 2015 p vc tambem.Nao se tem o que comentar,muito completo e respondeu a contento meus questionamentos.O resto e esperar o tempo e ver o que ele trara.
    A proposito ,vc conhece o Olavo de Carvalho,filosofo que mora nos EUA e que parece ser o grande mentor dessa “nova direita”(pergunta).Tenho lido textos e assistido videos,procurando entender “por dentro” essa nova onda que vemos(O lobao parece ser um grande amigo dele).Tenho lido tambem o site do Instituto Milleniun e Instituto Von Mises,que tem otimos textos de vies liberal,representam ideias bastante interessante ,sem um arraigado partidarismo.Muito interessante.
    Outra coisa:como religioso ,preocupa-me o isolamento que a esquerda tem criado com o crescente segmento religioso,em bandeiras como a causa gay.Discussao equilibrada ,ponderada com o movimento e louvavel,mas o que tenho visto e um “desviar” disso,o que e muito perigoso .
    Abs

  15. XPTO disse:

    Caro ze ninguem abestado, só agora vi sua mensagem de 06-jan-2015 (Pelegrini, não é por nada não, mas seu blog está com um pequeno problema na primeira página, que não está ATUALIZANDO…)

    Sobre Olavo de Carvalho, sim, eu o conheço, “O astrólogo”. JURO que tentei, com toda sinceridade, ler os textos dele. Mas a discordância já brota logo nas primeiras linhas – mesmo quando o assunto não é sobre política: a leitura que ele faz do darwinismo é por demais equivocada que se torna impossível levá-lo a sério. É algo similar que acontece com Rodrigo Constantino. Por favor, não me tome por alguém intransigente – mas há autores que você que, mesmo divergindo, se consegue ler até final. Você ainda consegue estabelecer um diálogo. Tem outros com isso é mais difícil, nas primeiras linhas vê que a rota de colisão é frontal e sem possibilidade de tangenciamento. Penso nisso porque li o “Guia Politicamente Incorreto da Filosofia”, do Luiz Pondé. É um conservador irritante, mas a ironia dele é palatável. E é sincero: é conservador porque não gosta de nada popular e quer se sentir diferenciado. A Trilogia de Narloch, sobre História, é um texto ridículo por se levar muito a sério na sua desconstrução da teoria “esquerdista” da história – na sua ânsia (de vômito, penso eu) de acusar a leitura marxiana da história como ideológica, e portanto, “equivocada”, esquece que o que ele acaba também fazendo uma leitura “ideológica” e mais equivocada. Mas, como historiador, eu relevo – Narloch é um mero jornalista sem nenhum preparo falando de algo que não entende e sequer tem a formação teórica correta… Dentre os conservadores brasileiros, admito que sinto saudades do Roberto Campos, o querido Bob Fields satirizado por O Pasquim. Você não podia concordar com ele, mas Bob Fields tinha uma profundidade no debate que se tornar gostoso lê-lo. E discordar dele se tornava um jogo de xadrez. Outro que vale a pena é o “Eterno Reacionário” Nelson Rodrigues. Aquilo sim era ironia boa – até porque ele nem se leva tão sério como conservador. Olavo de Carvalho, Reinaldo Azevedo, Rodrigo Constantino, Leandro Narloch e Lobobão, infelizmente, não aos pés deles – pelo menos, na minha modesta análise intelectual.

    Sobre os Institutos Millenium e Von Mises Brasil, não há muito o que comentar. Ambos se dizem Liberal, mas o Von Mises Brasil (sem relação com o Instituto Luwig Von Mises dos EUA) fica preso à tradição da Escola Austríaca de Economia, uma vertente ultra-liberal e cujo patrono é um dos influenciadores de Olavo de Carvalho. Já o Millenium eu o tomo como um “pequeno embuste” – Ele pode ser neoliberal na economia, mas é a quinta-essência do neoconservadorismo brasileiro. Veja quem está por trás deles e quem são os especialistas. Se for para ler textos liberais, prefiro me voltar a nossa prata da casa: Conselheiro Zacarias. Ele escrevia livros seminais para entender o Império Brasileiro e estava antenado com a elite da época – não obstante, ele agisse como um dissidente. Se tu puderes ler “Da natureza e limites do poder moderador” verá uma boa e profunda leitura liberal, com coisas ainda atuais, como o papel de um parlamento forte em frente Chefe de Nação com poderes demais para interferir no Estado. Na nossa república presidencialista, a perniciosidade dessa fusão explica a debilidade de nosso Congresso Nacional republicano. Mas, ainda assim, Karl Marx, Antonio Gramsci e a Escola de Frankfurt, na minha modesta opinião, são leituras mais agradáveis. Ou, suas respostas se ajustam mais ao meu modo crítico de ver o mundo.

    Sobre relação Religião e Esquerda, eu tenho minhas dúvidas sobre suas colocações, exatamente porque muitas tendências da esquerda são religiosas: Sionismo Trabalhista, Socialismo Cristão, Socialismo Islâmico, Socialismo Budista, Teologia da Libertação.Sim, existe uma tradição da Esquerda Laica e até anti-clerical, eu não nego. Mas isso é histórico e regionalmente explicado: A França possui esse debate muito forte e o caso do Charlie Hebdo precisa ser explicado com esse parâmetros para não entrarmos em superficialidades. Agora, o problema são os fundamentalismos que queimam as pontes. Se o ateísmo soviético foi um erro, ao colocar a crítica à religião como um dogma político, igual a leitura cerrada, literal e obtusa dos livros religiosos, exagerando na sua sacralidade impede que diálogos sejam aberto. Você cita o caso do LGBTs. Há coisas que uma esquerda progressista defende não é nenhum bicho de sete cabeças, se os fundamentalistas não se deixassem levar pelos dogmas. A União Civil (erroneamente chamada de Casamento Gay) não quer impor que nenhum religião mude suas teologias – apenas pretende estender aos homossexuais direitos civis e legais que já existem no casamento “convencional e heteronormativo”. Apenas considera que, da mesma forma que um cônjuge heterossexual, no caso de uma viuvez, recebe uma pensão para não fica desamparada, quer que esse direito também seja estendida ao cônjuge homossexual – pois o que mais se vê é isso, na morte de um dos membros, um fica desamparado porque não se formava de jure um casal que existia de facto. Esse casamento não precisava ser realizado no religioso, caso um sacerdote (padre, pastor, iman, rabino, babalorixá, xamã ou o que for) assim entender que vai de encontro à sua teologia. Agora, qual é o mal do Estado, “laico por natureza”, assumir essa União, exatamente para cumprir o princípio de que “todos são iguais perante a lei”? Poderia citar outros exemplos de possíveis atritos, como o aborto, pesqusias com células-tronco e a polêmica da cura gay. Mas, se eu condeno o fundamentalismo ideológico que, no passado, faziam alguns partidos marxistas exigirem um ateísmo compulsório – esquecendo do quanto a religião, em alguns momentos, foram polos progressistas; também não posso aceitar que o fundamentalismo religioso queira impor sua “Verdade Dogmática” em campos alheios (exemplo clássico, impor aulas de criacionismo dentro das aulas de ciências, quando tão tema só é pertinente nas aulas de religião. E mesmo assim, espera-se que o professor seja habilitado a mostrar que o criacionismo não é uma oposição radical do evolucionismo, mas repostas concomitantes e próprias de cada área do saber). Penso assim porque também sou religioso. Sou católico romano. Mas minha fé em Deus não pode me chegar diante das faces da verdade, que também existe nas ciências, nas artes, na filosofias, nos mitos e nos mistérios.

    Espero ter sido claro quanto as minhas colocações. Um abraço.

    XPTO

  16. pelegrini disse:

    XPTO, estamos tentando buscar o problema.

    Grato,

    Pelegrini

  17. XPTO disse:

    Tudo tranquilo, grande Pelegrini. Um grande abraço!

  18. ze ninguem abestado disse:

    Caro xpto ,muito relativo isso que vc chama de progressista…..Mas essa discussao fica p depois
    Contrariamente a muitos em meu meio,nao sou contra o casamento gay(ou como queira chamar),pois se trata de questao de foro intimo e lembremos que nos vivemos num estado laico.Legitima tambem,considero,a luta do publico lgbt por seus direitos .Sou contra sim,a militancia raivosa(nao sei por quem patrocinada),que promove mtas vezes atos que desrespeitam o direito consciencial das pessoas.VIde um episodio de beijaco gay na porta de uma Igreja Universal ou na visita do papa.Sou a favor que esses direitos sejam amplamente discutidos ,democraticamente,e de forma transparente.
    A questao do aborto ,contrariamente ,nao e de foro intimo.Trata-se do direito divino a vida(o professor elcimar coutinho afirma que e indeterminado quando comeca a vida,que pode se dar sim no espaco intrauterino.Portanto,sem essa de que o feto e puro prolongamento do corpo da mae).Assim como sou contra a eutanasia e a pena de morte,defenderei a vida incondicionalmente.Uma bandeira que boa parte da esquerda (ou partidos),que estou em desacordo.
    Por certo ,existem “muitos” movimentos de esquerda ,que sao religiosos.No entanto,tenho um pe atras sobre esses movimentos:o socialismo arabe e mais um apendice ao nacionalismo arabe,sendo uma experiencia um pouco afastada do socialismo marxista(exerceram poder sim,mas ha uma identidade clara com a esquerda mundial(pegunta);teologia da libertacao esta muito enfraquecida,alem de que me parece ser muito mais marxista que teologica).Mesmo que todos esses movimentos sejam genuinamente de esquerda e religiosos ao mesmo tempo,sao experiencias isoladas e pouco representativas (numericamente) dentro do contexto amplo da esquerda.
    ( o que quero dizer e que parece haver uma tendencia da esquerda em ser anti-religiosa,e nao querendo provar que a esquerda e ateia em sua essencia)
    Preocupa-me muito a conotacao que tem sido dada ao vocabulo “homofobia” ,e como isso pode influenciar no direito das pessoas ,de forma civilizada,apresentar o que pensa.Preocupante,preocupante…..
    Tem outras coisas sobre tudo isso,mas aqui nao e o espaco mais adequado
    abs

  19. ze ninguem abestado disse:

    a falta ,muitas vezes ,de elementos coesivos entre as sentencas,bem como a

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