CONFERENCIA ESTADUAL DE CULTURA PARTE I
Irene Dóres
A V Conferência estadual de cultura da Bahia realizada na cidade de Camaçari nos dias 12 e 13 de outubro pode ser considerada um sucesso para o Baixo sul, especialmente para o município de Valença pelas conquistas importantes que nós, os delegados conseguimos para a cultura regional e estadual.
De Valença participaram três delegados, eu Irene Dóres, Janete Vomerim, Wellingthon Anunpciação, e Célia Praesent que foi eleita na setorial de dança. Na conferência nossa busca foi toda focada na cultura identitária, na forma de distribuição de importâncias para os grupos de cultura e na garantia de divulgação da arte através de todas as formas de mídias. Em nossos trabalhos conseguimos aprovar propostas nos dois níveis. Em Nível nacional foi aprovada a proposta de planos de cultura que visa garantir a distribuição por rateio, de cotas dos impostos arrecadados pelo governo federal para os municípios redistribuírem aos artistas e gestores culturais como fomento às ações no âmbito da cultural em todas as suas vertentes. Janete Vomerim ao defender essa proposta enfatizou que as cotas da cultura devem ser destinadas a cada seguimento cultural específico. E para isso os municípios devem organizar suas representações culturais e seus artistas através de uma sistematização dos indicadores culturais local.
Ficou complicado? Então, a sistematização se faz por etapas, como pesquisa, cadastramento dos artistas e das manifestações culturais existentes na região, cada uma no seu seguimento (ex: dança, teatro, grupos como o arguidá e zambiapunga etc.). Esse cadastro deve ser efetivado no Sistema Nacional de Cultura do MinC (ministério da Cultura), inclusive eu fiquei sabendo que a prefeita Júcelia já assinou o termo de adesão com o MinC. Portanto a aprovação da proposta de Janete para Valença é um passo importantíssimo para o nosso cadastramento no MinC e a nossa capacitação para captar impostos federais no desenvolvimento de nosso trabalho artístico.
Mas, não paramos por aí, a segunda proposta aprovada em nível nacional foi de Wellingthon, que trabalhou no grupo de comunicação e cultura, defendeu a regulamentação da comunicação pública, como direito de acesso de todos os brasileiros, para que ela seja disponibilizada em todas as possibilidades de transmissão (satélite, banda larga, etc), contemplando a diversidade cultural e os recursos de acessibilidade. Com essa proposta aprovada pelo Congresso as informações ficarão mais acessíveis e os artistas e grupo culturais poderão divulgar e ser divulgados com maior rapidez e sem burocracia. Porque na atualidade se o artista quiser divulgar um evento a título de colaboração pelo veículo de comunicação, pelo menos em Valença, ele precisa pedir muito e passar por um processo de certa forma humilhante, pois tem que falar com o dono, com o gerente do veículo de comunicação, e ainda enviar ofício, e se o gestor da rádio procurada não for com sua cara, proíbe o locutor de fazer até uma entrevista com você para divulgar o evento. Enfim, é muito difícil divulgar quando não se paga. Portanto a aprovação dessa proposta foi muito importante não só para Valença, mas para o Brasil.
A terceira proposta aprovado foi criada por mim, que legal, estou contribuindo para a cultura baiana, porque fui na linha estadual. Em meio a tantas rodas de conversas interessantes eu pensei muito e resolvi cuidar da cultura identitária, e ainda bem, a única pessoa a pensar nisso fui eu, até fui bem elogiada por uma servidora da Fundação Pedro Calmon. Então eu propus que o Estado se preocupe e organize programas de pesquisa, cadastramento e registro dos grupos culturais de identidades como zambiapunga, arguidá, ternos de reis, cantigas de rodas, ritos indígenas e as manifestações de africanidades, também propus que os patrimônios tangíveis, (imóveis como o teatro municipal de Valença) sejam preservados tombados e salvaguardados, nossa proposta também não deixou de fora o fomento para que esses grupos possam se manifestar culturalmente e garantirem sua continuidade passando à frente sua memória oral.
Em termos de discussão nas plenárias, eu como não tenho receio nenhum, solicitei do deputado Álvaro Gomes que se interesse pelas questões da cultura e que tenha cuidado na hora das votações dos nossos projetos. Ele respondeu que as votações são fechadas e que nesse caso a influência dele cai um pouco porque no resultado não se sabe quem votou em que. Então povo, que tal a gente exigir votação aberta pelos deputados?
O governador Jacques Wagner prometeu liberar o dinheiro que que ainda deve ao pessoal da cultura pelo exercício de 2012, não entendeu? Assim, a SECULT faz os editais você concorre passa e o Estado te paga para trabalhar, só que agora é véspera de política e de copa do mundo, a Bahia entrou em estado de contingenciamento (cortes de verbas) e a cultura é que se ferrou pois os artistas e grupos culturais estão sem receber os seus proventos pelo trabalho aprovado, muitos artistas estão sem poder desenvolver o trabalho por falta de pagamento. Wagner prometeu pagar em assembleia, se não o fizer, estará queimado.
Durante a Conferência houve a escolha de representantes para os conselhos territoriais de cultura, Valença não conseguiu fazer um, porque a ambição e a falta de pensamento no coletivo fizeram com que meus colegas do Baixo Sul deixassem de votar em mim, que obtive votação razoável, e nós ficamos sem representante. Detalhe, cada candidato egoísta conseguiu apenas o voto deles próprios, enquanto eu consegui seis votos, se juntasse com os deles o Baixo sul teria pelo menos um suplente. Mas, isso não é o fim do mundo, Valença ganhou muito com o nosso grupo, o Baixo Sul e o Estado ganharam e a federação também, afinal as necessidades artísticas e culturais são iguais, só mudam os nomes e as localidades.
Pois é bem assim, exemplos não faltam desse tipo de atitude basta olhar para Brasília.
Parabéns Pelegrini por essa excelente matéria!
Não só ao Prefeito dou meus Parabéns, mas em especial ao Governador Jerônimo Rodrigues por ter aceito a EMENDA do…
[…] dignas de nota triste, como enterrar uma baleia em plena faixa de areia, como ocorreu em Valença, em novembro…
Como Levi Vasconcelos,só queremos o melhor pra Valença. Isso aí Marcos Medrado mostre mesmo o seu potencial. Só quem ganha…