ALGUNS SITES ESTÃO MAIS PREOCUPADOS COM OS ACESSOS QUE COM OS PROBLEMAS SOCIAIS
Ontem eu soube que uma menor atentou contra uma garota na porta de uma loja aqui no centro de Valença, desferindo uma facada no pescoço da moça. Muitas pessoas me ligaram perguntando sobre esse caso e indagaram também porque eu não publiquei a notícia aqui no blog. Primeiro: não gosto muito de noticiar sobre assassinatos, ainda mais desse porte: crimes banais, justamente para não proliferar esse tipo de notícia ruim. Segundo: gosto mais de política, é daqui que trabalhamos para diminuir os crimes no país, cobrando desses cabeçudos.
Sei que muitas pessoas ficam curiosas para saber sobre esses crimes e começam a perguntar: “porque será que a menor agiu daquele jeito?”, a curiosidade das pessoas em saber o motivo que levou a pessoa a fazer aquilo é bem maior do que sobre o ato da violência em si. Ninguém se preocupa em saber se a menor tem pai ou mãe, se vive uma vida tranquila, se vai a escola ou se tem vida equilibrada. Todos só se preocupam com o motivo que a levou à violência. Uns quando sabem o motivo se tranquilizam e ainda dizem: “só podia ser por isso mesmo” e vão embora achando que aquilo foi normal porque teve um motivo e não se apavoram. Mas quando se trata de uma bala perdida, que é natural e comumente acontece em todo o Brasil, atingindo pessoas inocentes, ou quando matam pessoas de bem, aí todos sabem levar a culpa para o governo estadual e federal, para a polícia, para o poder executivo e legislativo, achando que já é um caso que precisa da interferência desses órgãos.
Para muitas pessoas, os assassinatos que acontecem na cidade, não os apavoram porque é sempre de alguém envolvido no crime de drogas e acham que, por eles não estarem dentro dessa ilegalidade que nada os afetará. Será que é assim mesmo? Quantas pessoas já morreram sem nunca ter experimentado droga? Quantos já mataram pessoas de bem para usurpar valores e vender para adquirir a famigerada droga? Temos o caso recente do garoto Juninho e do bancário Ricardo Queiroz que faziam o bem a sociedade e pagaram com a vida.
Precisamos ser mais sensatos nessas horas e nos preocupar sim, com qualquer tipo de violência, mesmo que o ato cometido seja por motivo passional, ofensas ou até mesmo de envolvimento com drogas, porém, não precisamos expor pessoas, para ganhar fama de grande meio de comunicação.
O que está em questão não é o motivo que levou alguém a cometer um assassinato, mas a frieza que as pessoas estão adquirindo ultimamente para cometer esses crimes. É com isso que devemos nos preocupar, saber por que estão agindo assim, o que está levando essas pessoas a tirarem vidas com essa tranquilidade e facilidade. Precisamos arregaçar as mangas e cair pra dentro, ajudar os órgãos públicos a desvendar esses mistérios, deixar de estar noticiando crimes bárbaros como se fossem coisas banais, deixar de mostrar fotos de pessoas assassinadas como se mostra um belo jardim de uma cidade na Europa. Temos que parar de criar sensacionalismo com a desgraça alheia só para aumentar os acessos e audiências nos blogs, sites, jornais, emissoras de rádio e TV.
Vou aproveitar aqui e comentar sobre um radialista de Valença que estava na porta do presídio (quando houve a manifestação das mulheres dos detentos), incitando essas pessoas a protestar gritando no local. Na certa para dar audiência a sua emissora. Será que é assim que se faz um jornalismo de verdade? O que eu vejo por aí é muita gente que tem blogs e sites na região, torcendo para acontecer uma desgraça na cidade para ser o primeiro a noticiar e ver seus nomes dados como créditos em redes de televisão e sites famosos. Pra que isso? Pra ganhar um minuto de fama e depois passar 365 dias escrevendo besteiras e copiando notícias de outros sites?
Juízo, cambada! Quem precisa de arrocho, fotos e notícias que causem impactos são os políticos, que fazem da nossa cidade os seus chiqueiros, para se lambuzarem. São eles que merecem destaques em sites policiais, são eles que precisam ser apertados até vomitar o que comem sem ter direito! E não pessoas de bem que se desequilibram em problemas sociais e pessoais, que são fáceis de resolver e acabam virando manchetes de imprensa sensacionalista.
Excelente texto Pelegrini.
Você esta absolutamente certo em sua colocação quando diz que atualmente estamos banalizando demais a violência, assistindo a programas sensacionalistas, só dando audiência a programas que só apresentam matérias de mortes, assassinatos, homicídios, tráficos…… Só a título de exemplo, muitas pessoas quando lêem um jornal ou revista procuram primeiro a coluna policial, deixando de lado o caderno de politica e demais, que nos trazem informação e auxiliam em nossa formação cultural.
Infelizmente essa é a realidade de nosso País, onde a educação e cultura sempre foram legados à segundo plano. O resultado esta ai: pessoas que lêem mal (quando se lê) e sempre se dá mais importância a informações e notícias que, ao invés de nos melhorar, acrescentar algo de positivo, nos animaliza, fazendo com que estejamos cada vez mais próximos das feras do que do ser humano.
Se é que isso pode acontecer, eu vejo que na atualidade o ser humano esta involuindo, ou seja, retrocedendo em seu comportamento.
não tem coisa melhor, de ler a pagina politica,esta, equivale a pagina policial, os politicos são os maiores bandidos deste país.