ESTAMOS EM UM MESMO BARCO

Por Wolf Moitinho

Infelizmente aconteceu. Tivemos uma grande perda e a população de Valença reconheceu que “estamos todos em um mesmo barco”.

Havia mais de três mil pessoas presentes na caminhada fúnebre. Homens, mulheres e crianças consternados com o acontecimento, porque foi ceifada a vida de mais uma pessoa.

Sem nenhuma dúvida o jovem Ricardo representava na sociedade o bom filho, o sereníssimo pai, o grande irmão, o fiel esposo, o ilustre amigo. Era um ser humano distinto, um homem voltado para o seu semelhante.

Este infortúnio repercutiu nas atitudes de todos os valencianos. Demonstramos que vivemos com medo, agoniados e sofrendo constantemente porque não sabemos o que poderá ocorrer com os nossos familiares e amigos.

Se os nossos filhos vão a uma igreja, a um campo de futebol, a um cinema, ao supermercado ou a qualquer outro lugar nesta nossa cidade, nós pais sempre estaremos preocupados porque pode lhes acontecer algum incidente. Igualmente, os demais parentes ficam aflitos conosco quando não estamos por perto.

Todos nós sofremos porque não sabemos o que pode nos acontecer nesta cidade. Valença é uma cidade insegura e está muito violenta.

Lembremos que os pedidos para reforço do policiamento na nossa Região do Baixo Sul não foram atendidos pelo governo baiano. Outrora a 33ª CIPM contava com um razoável contingente, mas, na atualidade, pela falta de reforço o efetivo policial militar conta com pouco mais de uma centena para servir a mais de 10 cidades e a uma parte dos seus distritos. Ressalta-se que somente os distritos que recebem turistas são os que recebem um ou dois policiais para manter a ordem durante a alta estação.

Lembremos também que os comerciantes de Valença presentearam a comunidade com câmeras de segurança que foram instaladas objetivando a diminuição do crime e em muitas residências também os seus proprietários instalaram câmeras de segurança, muitas voltadas para as ruas. Foram contribuições de parte da população para prover a segurança dos demais munícipes.

E o que nos restam? Muito pouco, talvez!

Mas quando surge uma necessidade premente e não se possuí os recursos para prover a obrigação é preciso buscar outra solução.

Muitos baianos, inclusive de Valença, que estudam em Aracaju e/ou, até mesmo, famílias que residem ou já residiram naquela Capital, afirmam que o índice de criminalidade é muito baixo. Atribuem ao resultado positivo às constantes blitzes realizadas pelos órgãos policiais daquele Estado.

Aqueles que residiram ou moram temporariamente em Aracaju por certo já foram parados em uma blitz. A abordagem consiste em um convite ao motorista para sair do veículo, ser revistado e também o seu veículo. Nada havendo nada de anormal, o coordenador agradece a compreensão e ao final diz que o intento objetiva a “própria segurança do revistado e da sua família”. O respeito ao cidadão é indispensável.

Neste sentido, seria de grande valia a realização de operações policiais de improviso, tendo à frente policiais educados demonstrando aos cidadãos valencianos de todos os credos, matizes ou poder econômico, o sentido do trabalho.

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4 Resultados

  1. Capitão disse:

    Pois é Wolf! Aqui as “autoridades e os cidadãos” se sentem ofendidos em serem abordados pela Polícia! O Ego é foda…

  2. Naldo disse:

    GOSTARIA QUE ESSA COBRANÇA POR SEGURANÇA DA POPULAÇÃO FRENTE AS AUTORIDADES FOSSE TODOS OS DIAS PORQUE MIM PARECE QUE ISSO SÓ ACONTECE NAQUELES PRIMEIRO DIAS APOS SUCESSIVAS MORTES COMO ACONTECEU ESSA SEMANA…É IMPRESSIONANTE A FALTA DE SEGURANÇA QUE ESTAMOS VIVENDO,MESMO COM TUDO QUE ACONTECEU ESSES DIAS EU NÃO VI SE QUER UMA RONDA DA POLÍCIA NA MINHA RUA E NEM NAS DEMAIS RUAS PROXIMA A MINHA, TAMBÉM NÃO VI UMA BLITZ PARA REVISTAR CARROS E MOTOS E ASSIM CONTINUAMOS ESSES CICLO DE VIOLÊNCIA QUE PARECE NÃO TER FIM,POIS ATE O QUE SE PODE FAZER PARA AMENIZAR ISSO AS AUTORIDADES NÃO TEM COMPETÊNCIA PARA FAZER ACONTECER.

  3. pmba disse:

    As pessoas se ofendem com blitz, não gosta de ser abordado vão da queixa no comando ou na promotoria (diga-se de passagem o vereador que foi abordado e deu queixa dos policiais hoje eles respondem processo administrativo), o policial paga cexta básica a traficante e a bandido, olha Valença o policial tá engessado digo isso por que sou profissional da área.

  4. Conterrâneos,

    Segurança pública não é coisa fácil de fazer gestão, tenho curso de Polícia Comunitária, fui Presidente do Conselho de Segurança do Bairro da Barra, aqui na Capital e minha experiência não foi nada boa.

    Se você faz é ruim e se não faz é ruim também, o Cargo é Voluntário e deve ser eleito por membros do Conselho.

    Qual seria o objetivo do Conselho de Segurança, aproximar a população da Corporação, mudar a imagem do Policial Militar junto a Comunidade, fazer com queca comunidade copere com a segurança pública, até porque as Polícias, com todos os meios ofertados em tecnologia, estudos de prevenções e ações planejadas, geralmente só chegam ao local de crime despois que o fato ocorre.

    Não existe efetivo no momento para dar segurança como gostariamos, e quando digo segurança, estou dizendo segurança para todos, atépara quem comete algum crime, até porque não existe a pena de morte estabelecida no Brasil.

    A tecnologia não vai substiruir o homem, pelo menos em nossa geração, na segurança pública. Também não arcedito nas ofertas que tem apareido no mercado dos androides que substituiriam os humanos nas tarefas de segurança pública. Imagine este poder nas mãos de pessoas de carater duvidoso. Simplesmente dominariam o estado e quando seus androides falhassem, a falha teria sido de um Hardware ou Software, quem pagaria riminalmente pelo dano?

    Estamos evoluindo rapidamente em direção a automação total, a IA está cada vez mais presente, estamos deixando nossa vidas ser gerenciada por técnologia. Hoje dependemos de sistemas e energia, ninguem trabalha mais sem estas duas coisas, não estamos preparados para a falta delas.

    Espero que esta reflexão te ajude enxergar um pouco, ou melhor, vislumbrar o futuro.

    Para melhorar a Segurança Pública, tome conta de sua porta.

    Assim penso e assim está dito.

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