O TEMPO MUDOU MAS A ESQUERDA AINDA É O DIVISOR DE ÁGUAS

Por *Sapo Inchado

Sou da época em que os carlistas eram considerados de direita na Bahia, enquanto os militantes do MDB representavam a esquerda.

O MDB, liderado por figuras como Marcelo Cordeiro, Filemon Matos e Chico Pinto, tinha uma forte presença na política local.

Além disso, na religião baiana, o Catolicismo era associado à direita, enquanto o Candomblé, apesar de ter influência de figuras como ACM, era considerado uma religião de esquerda.

Naquela época, as drogas de escolha eram bebida alcoólica e maconha. Whisky e maconha eram associados aos bacanas, que geralmente eram considerados de direita. Já a cachaça e o cigarro de fumo eram mais comuns entre os pobres, que tendiam a ser de esquerda.

Os estudantes ricos eram a classe mais politizada do país, especialmente aqueles que frequentavam as universidades públicas. Os pobres também que lutavam para chegar lá (enfrentando muitos obstáculos) contribuíam com seus pensamentos.

Hoje, a realidade da direita é a mesma. Com a disseminação das fake news através dos celulares, os considerados de direita (bolsonaristas) compartilham informações sem verificar sua veracidade.

Já a esquerda continua sendo o divisor de águas, onde existe uma classe pensante e preocupada com o desenvolvimento humano.

Os bolsonaristas representam a direita, com uma visão de submissão aos americanos e disposição para entregar as riquezas do país como os cristãos se entregaram na religião para eles.

A religião evangélica ganhou mais espaço do que o catolicismo, enquanto o candomblé ainda enfrenta intolerâncias.

Quanto às drogas, a cocaína se tornou a preferida dos bacanas, enquanto a maconha ainda é associada aos mais pobres. A Heineken, famosa marca de cerveja, está ao alcance de todos, mas o whisky de 21 anos que os bacanas consomem ainda é um luxo inacessível para muitos.

Os estudantes ricos não são mais tão comuns, pois muitos deles estão no exterior, em lugares como Europa ou nos EUA. As faculdades públicas agora são frequentadas principalmente pelos pobres, embora alguns ainda se declinem para a direita, esses, por falta de informação.

A polarização política também é evidente: os politizados são predominantemente de esquerda, enquanto os de direita muitas vezes seguem discursos prontos do chamado “escritório do ódio”.

*Morador de rua, colunista do Blog do Pelegrini, fuma maconha e bebe cachaça comum, vai ao médico sempre que lhe encontram caído pelo chão, mas disse que não se troca por ninguém de direita

Você pode gostar...

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *