A nova gestão pública e as próximas eleições
Por Tiago Assis*
Nas últimas duas décadas tivemos avanços legislativos, destacadamente no tocante à Lei de Responsabilidade Fiscal, que trouxe ao ordenamento jurídico brasileiro uma nova concepção de administração pública, determinando ao gestor a existência de um planejamento financeiro e tributário que possa tornar a sua gestão mais eficiente. Não apenas isso, a Lei Complementar n. 101/2000 cria regras que regulamentam a participação da sociedade civil na elaboração do orçamento público, juntamente ao que prevê o Estatuto da Cidade.
Do ponto de vista jurídico, essa alteração legislativa decorreu do movimento neoconstitucionalista que, ao positivar diversos direitos fundamentais, incita o Poder Público a criar novas políticas públicas. E como viabilizar tais políticas sem planejamento, sem gestão?
No entanto, a forma de se fazer política continua a mesma, pautada no coronelismo, no clientelismo e no colonialismo; os candidatos a todo instante subjugando o cidadão comum e subestimando sua inteligência, deixando-o alijado das decisões que definem os rumos de sua cidade, de seu estado, de seu país. A democracia participativa não term passado de um discurso falacioso e a gestão pública eficiente pautada no planejamento passa ao largo das prefeituras, das governadorias e do planalto central.
E o que podemos esperar desse pleito eleitoral que se aproxima e dos demais? Esperemos que os avanços tecnológicos, com as mídias sociais, propiciem mais informações ao cidadão comum e isso possa fazer dele um protagonista e não um coadjuvante.
É inadmissível, por exemplo, que nossa querida Valença permaneça no atraso. É injustificável um município desse porte não conseguir concluir uma obra orçada em 1 milhão de reais, só para citar um exemplo. Valença tem um péssimo índice de arrecadação fiscal, vive o drama da queda de sua participação no Fundo de Participação dos Municípios – FPM, e isso torna impraticável a realização de políticas públicas. Enquanto medidas concretas não forem apresentadas, enquanto não se incorporar um modelo de gestão eficiente, participativa e que possa elevar sua receita a fim de viabilizar políticas em prol de seu povo, continuaremos a ver uma Valença colonialista.
A atual “gestão” não avançou em nenhum dos pilares apontados acima, o que me deixa desesperançoso pelo futuro da cidade. E aqui encerro minha crítica construtiva, sinalizando para a necessidade de elegermos um(a) gestor(a) e não um(a) prefeito(a). Valença não precisa de falsos sorrisos e sim de gente comprometida e capacitada, tecnicamente, com o seu presente para construir um belo futuro.
*Tiago Assis é advogado, pós-graduado em Direito do Estado, professor da pós graduação em direito público da UNIFACS, Vice-Presidente da Comissão de Esportes da OAB e ex-consultor, analista da SEFAZ de Salvador e advogado da subcomissão de direitos humanso da OAB/BA
A praça sempre foi ponto de encontro de jovens e velhos . É muito triste as famílias não terem um…
Pois é bem assim, exemplos não faltam desse tipo de atitude basta olhar para Brasília.
Parabéns Pelegrini por essa excelente matéria!
Não só ao Prefeito dou meus Parabéns, mas em especial ao Governador Jerônimo Rodrigues por ter aceito a EMENDA do…
[…] dignas de nota triste, como enterrar uma baleia em plena faixa de areia, como ocorreu em Valença, em novembro…