Um corpo negro na Praça
Por Cláudio Lisboa da Silva*
Não coincidentemente, “as balas” tem constituído uma rotina perversa em perseguição à nossa juventude. Cotidianamente os nossos jovens negros, pobres e periféricos tem sido vitimados pelas consequências da omissão, opressão e repressão dos diversos aparelhos da sociedade. As balas “teleguiadas” tem preferência de cor e classe social. Os jovens lideram o infeliz índice de vitimados pela violência e quando se trata da juventude negra, estes índices aumentam assombrosamente. Em 2011, a taxa de homicídios de jovens, na média nacional, era de 53,4 a cada 100 mil e na Bahia chegava a 83 a cada 100 mil, segundo o Mapa da Violência lançado em 2013. Quinze estados brasileiros estão acima da média nacional de homicídios de jovens, com destaque para o estado de Alagoas que detém o triste número de 156,4 homicídios a cada 100 mil. Os resultados apresentados pelo Mapa da Violência apontam algumas considerações bastante pertinentes a este debate. Segundo as informações, entre os anos de 2002 e 2011, houve um decréscimo no número de homicídios de jovens brancos e um considerável aumento dos homicídios de jovens negros, subindo de 26.952 para 35.297, no referido período.
Uma pesquisa divulgada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) em outubro de 2013, sobre Racismo no Brasil, apresenta evidências da existência de um racismo institucional nas mais variadas estruturas sociais e políticas do nosso país. Segundo os apontamentos, os brasileiros negros tem oito vezes mais possibilidade de ser vitimado que pessoas não-negras. Os efeitos históricos da desigualdade social e a enraizada discriminação racial contribuem para a marginalização da população negra. Não há como negar a existência de uma política genocida contra o povo negro, que se dá de forma perversa, parcialmente camuflada e em perigoso processo de tentativas de naturalização. É, cada vez mais, temerário encarar com naturalidade as diversas intervenções que tem ceifado vidas, cotidianamente.
Nas abordagens policiais, normalmente, os negros são enquadrados como os principais suspeitos. Muitas vezes, a coisa se caracteriza de forma tão absurda que “o suspeito é escolhido antes mesmo de haver qualquer suspeita”, antes mesmo de haver qualquer infração. Também, não é à toa que até pouco atrás a relação de ingresso dos negros no ensino superior caminhava em direção contrária ao ingresso de negros no sistema carcerário, que possui uma população majoritariamente formada por negros e pobres.
O lamentável acontecimento se soma, em luto, às desastrosas intervenções que tem acumulado milhares de corpos negros, mas, que também se some em luta, no repúdio e combate ao extermínio do povo negro. E que o corpo negro na Praça não seja apenas mais um…
*Taperoense, Negro, Militante, Educador e Estudante da UFRB.
Infelizmente o negro sofre de diversos preconceitos. A midia é um dos seguimentos que mais denigre a imagem da população negra. Nas novelas, traficantes, estupradores, pessoas que falam errado, em sua grande maioria tem como personagens atores afro desentendes, isso com certeza gera ainda mais preconceito…
Queridos todos; nao conformo que a esta alturas nosos irmaos sigan sofrendo a descriminaco por sua cor.
É vivido muitos anos rodeada de gente de cor, para mi ten sido un ejemplo nao de abasalhamento mas de una raza unica, baliente. O sangue que corre por nossas veias ten a mesma cor que as que correron pelo costado de Jesús y as chagas de Cristo.
Amig@s ano alimentemos esse tipo de coisa e perdoemos a todos los que fomentan con sus comportamentos.
Mª Carmen Rodriguez Ortiz
Queridos amigos: no nos conformemos con esos raros comportamientos.
Dios no tiene color, pertenece a todas las razas de todos los pueblos.
Combatamos el racismo que hiere profundamente la dignidad de las personas.