Confrontos entre traficantes já mataram 42 no Rio; presos são transferidos para o MS

 

 

da Folha Online

Pelo menos 42 pessoas morreram desde o sábado passado (17) em decorrência dos confrontos entre traficantes de quadrilhas rivais e a polícia no Rio. Até este sábado, a Polícia Militar contabilizava 41 mortes –sendo que três pessoas eram policiais militares e três moradores. Porém, no início da tarde, um morador atingido por uma bala perdida durante um tiroteio ocorrido na sexta-feira (23) morreu no início da tarde no hospital.

Severino Marcelino dos Santos era um dos quatro moradores da Vila Cruzeiro, na Penha (zona norte), atingidos por balas perdidas nesta sexta. De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde, duas das vítimas tiveram de ser hospitalizadas, mas já deixaram o Hospital Estadual Getúlio Vargas. Uma quarta pessoa foi atingida de raspão e não precisou ser encaminhada ao hospital

Moradores tentam se proteger de tiroteio na região da favela Vila Cruzeiro, no Rio

Moradores tentam se proteger de tiroteio na região da favela Vila Cruzeiro, no Rio

A morte de Santos ainda não foi incluída no balanço oficial da Polícia Militar sobre as vítimas da guerra do tráfico no Estado. Desde a semana passada, 58 pessoas foram detidas –entre adultos e adolescentes– na última semana. De acordo com a PM, a situação no Rio era considerada relativamente tranquila neste sábado, em relação aos confrontos dos últimos dias.

Mesmo assim, na madrugada, três homens morreram e um foi preso durante troca tiros em Belford Roxo (RJ) e um suspeito morreu em um tiroteio em Mesquita (RJ). A polícia ainda investiga se os casos têm alguma ligação com os confrontos recentes.

Os confrontos na zona norte do Rio começaram na madrugada de sábado passado. Em disputa pelos pontos de venda de drogas, traficantes do morro São João –controlado pelo Comando Vermelho– e aliados invadiram o morro dos Macacos, controlado pela ADA (Amigos dos Amigos).

Desde então, as polícias Civil e Militar realizam operações diárias nas favelas do Rio para procurar os traficantes responsáveis pela articulação dos ataques criminosos.

Transferência

Policiais realizam operação em diversas favelas da zona norte do Rio; guerra do tráfico causa pânico entre moradores

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Neste sábado, dez detentos apontados como líderes do tráfico do Rio foram transferidos para a penitenciária federal de segurança máxima de Campo Grande (MS), onde deverão permanecer isolados dos demais presos por 20 dias.

O pedido de transferência foi feito à Justiça pela Secretária Estadual de Segurança Pública em resposta aos confrontos entre traficantes e policiais militares.

Entre os detentos transferidos do Rio para o Mato Grosso do Sul há oito integrantes do Comando Vermelho, um da facção criminosa ADA (Amigos dos Amigos), e um do TCP (Terceiro Comando Puro). Eles foram deslocados em um avião da Polícia Federal.

Para o governador Sérgio Cabral (PMDB), a troca mostra que o Estado não dará "trégua" para a criminalidade. "A criminalidade tem que saber que nós estamos atuando e que não tem trégua do nosso lado. Não tem acordo, não tem trégua, não tem mudança de rumo. O embarque desses presos, hoje, para o presídio de segurança máxima é mais uma demonstração da nossa política", disse.

Violência

Pela manhã, manifestantes do movimento Rio de Paz realizaram um protesto contra a violência, na praia de Copacabana.

De acordo com o movimento, de janeiro de 2007 a setembro de 2009 –período que compreende 1.000 dias– 20 mil pessoas morreram assassinadas no Estado.

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