Valença será destaque neste domingo na Rede Record
No próximo domingo, 31 de março, Valença será destaque POSITIVO na Rede Record de Televisão. Os atrativos turísticos do município serão destacados durante o Programa “A Bahia que a Gente Gosta", veiculado na rede às 8h30min.
Programa “A Bahia que a Gente Gosta”
Data: Domingo, 31 de março
Horário: 8h30min
Rede Record, Canal 5
Sera que alguém ainda tem antena comum para pegar este canal?
Que eu sei hoje em dia as pessoas por mais pobres que sejam, assina a sky ou claro tv, as mais pobrezinhas tem uma antena parabólica, mas ninguém mais tem antena comum, vai ter um audiência muito baixa este programa.
Pelegrini, vê se tem como gravar e colocar no Youtube pra gente.
O que adianta divulgar a cidade, se não temos infraestrutura para receber os turistas?
Cadê o entretenimento da cidade?
Vamos continuar a fazer canal para o Morro de São Paulo.
O INÍCIO DO FIM
No próximo dia 31 de março completarão-se exatos 49 anos que as tropas do General Olympio Mourão Filho partiram de Juiz de Fora em direção ao Palácio das Laranjeiras no Rio de Janeiro. Foi um dia de muita agitação e conspiração contra o Governo de João Goulart que culminou com a sua deposição no dia seguinte sem que houvesse o mínimo de resistência institucional, esta se resumiu a uma ofensa do Ministro Chefe da Casa Civil Darcy Ribeiro ao General Nicolau Fico, Comandante da Região Militar. Darcy o chamou de macaco traidor. Traidor por razões óbvias. Nas ruas o saldo foi de sete mortos e dezenas de feridos.
Era indisfarçável a insatisfação dos Militares à aproximação de Jango com a esquerda, que ia do corporativismo sindical ao radicalismo da Ala comunista que militava pela implantação do Regime no Brasil. O argumento da caserna era que se o Poder não fosse usurpado seria implantada uma ditadura comunista no Brasil, algo extremamente improvável que soa apenas como desculpa para tamanho ato agressivo. A resistência Militar a Jango estava em evidência desde 1961, quando a sua posse só se tornou possível devido a um acordo esdrúxulo com as forças conservadoras para transformar o Brasil numa República Parlamentarista após a renúncia de Jânio Quadros. A intenção era limitar a atuação do novo governo que se iniciaria. O Parlamentarismo híbrido durou até Janeiro de 1963 quando o povo brasileiro através de plesbicito restaurou ao Presidente a sua função de chefe de Governo.
Na conjuntura pré-Golpe dois episódios merecem destaque; O Comício da Central do Brasil1 do dia 13, e o discurso de Jango na reunião de Cabos e Sargentos no Automóvel Clube2 do Rio de Janeiro no dia 30 de março de 1964. No dia 13 ali mesmo no Palanque, Jango iniciou as chamadas Reformas de Base, assinou Decretos de desapropriação de áreas para reforma agrária, se comprometeu a destinar 15% da renda nacional para Educação, controlar as remessas de lucro das multinacionais, defendeu o voto dos analfabetos e anunciou a estatização de Refinarias de Petróleo. Foi uma bomba para o reacionarismo e principalmente para os interesses Estadunidenses. A resposta foi avassaladora. O embaixador americano Lincoln Gordon em contato com a casa branca em Washington sugeriu de imediato o fortalecimento das forças contrarias a Jango e a intervenção militar do governo dos EUA em favor da conspiração que já vinha sendo planejada pelo Presidente John Kennedy3 desde julho de 1962. Disparou-se a estratégia militar batizada como Operação “Brother Sam4”. No meio civil, parte da Igreja Católica e da sociedade foram às ruas no dia 19 com a tétrica “Marcha com Deus pela Liberdade” que chegou a mobilizar 500 mil pessoas em uma passeata em São Paulo, três vezes mais que no Comício da Central do Brasil. No dia seguinte, no evento do Automóvel Clube viu-se um Jango nervoso e visivelmente incomodado com o rumo dos acontecimentos. Seu discurso foi incendiário, ratificava as exigências dos cabos e sargentos por melhores condições de vida e trabalho. Instalou-se o estado de euforia, um verdadeiro atentado à hierarquia militar.
Monitorando em tempo real os passos do Presidente, o chefe do Estado-Maior do Exército, general Castello Branco, com a ajuda dos generais Arthur da Costa e Silva, Ernesto Geisel e Golbery do Couto e Silva, iniciou o que podemos chamar de a mobilização do “Canil5”. Foram disparados centenas de telefonemas com o propósito de acionar a ação militar.
A legalidade aparentava que triunfaria. O Dispositivo6 criado por Jango se sustentava e estabilizava as suas relações com as Forças Armadas, o que justificaria sua inércia diante dos fatos. Com a adesão golpista do general Amaury Kruel, Comandante do II Exercito em são Paulo, o Dispositivo entrou em colapso. Kruel adiou ao máximo o seu apoio ao Golpe, principalmente pela influência de Castello, seu inimigo desde a Segunda Guerra quando se desentenderam em plena ação da Força Expedicionária Brasileira na Itália. Mas o seu sentimento anti-esquerdista prevaleceu. Já era tarde para Jango, diante de uma conspiração subestimar o tempo e a capacidade dos inimigos é o prenúncio da derrota, não lhe restou alternativa, deixou o Palácio das Laranjeiras como quem abandona sua casa na iminência de um furacão. Apesar de tudo ter começado com uma suave brisa.
A ilegalidade não só acompanhou todo o período do Regime Militar como também carimbou o seu início. Quando o Presidente do Senado Auro de Moura Andrade declarou vaga a Presidência da República empossando como Presidente provisório o Deputado Ranieri Mazzilli, Jango ainda se encontrava no Brasil, mas especificamente em Porto Alegre. Essa posse jamais poderia ter acontecido! Mas a quem recorrer? Já estava tudo dominado e os EUA preparado para reconhecer o novo Governo que a si próprio outorgava-lhe o Poder. Mais uma vez na nossa História se interrompia a evolução democrática.
Há muita coisa para se falar desse período (pré-Golpe), por exemplo, alguns jornalistas e historiadores dizem que ele veio para evitar um segundo governo de Juscelino Kubitschek7 que até o momento era o franco favorito para as eleições subsequentes. Particularmente, não adoto essa tese, continuo a acreditar que as razões da Ditadura Militar continuam sendo a soma do pensamento conservador, que tinha urticária das reformas propostas por Jango, com os interesses expropriatórios dos EUA sobre o nosso País. Essa tese a História documenta! É um grande equívoco achar que a sustentação do Golpe se deu apenas através das armas e do apoio norte americano, se deu também no meio político, na classe artística e no seio da família brasileira. Consumado o Golpe, os governadores paulista, carioca e mineiro comemoraram publicamente, Carlos Drummond de Andrade escreveu no seu diário semanal: “Sensação geral de alívio”, Padres realizaram missas em todo Brasil e ajudaram a organizar a marcha da Vitória com uma multidão de simpatizantes, a imprensa adotou o “Fora Jango”, enfim, estavam mergulhados nas trevas da ideologia conservadora.
Possivelmente, nos próximos dias, vamos testemunhar muitos generais de pijama comemorarem o aniversário do Golpe de 1964, visto por eles como uma Revolução. É difícil conceber as motivações que levam a tal ato de insanidade que nos remontam a um passado subserviente, de tortura e morte. Parece provocação! Mas, por outro lado, temos que compreender que muitas pessoas perderam a vida para que esses momentos pudessem existir. O Estado democrático deve estar sempre em busca da sua plenitude. A mim, diante deste ato, resta-me o Protesto!
1. (http://www.youtube.com/watch?v=KjM48ZjevmA)
2. (http://www.gedm.ifcs.ufrj.br/upload/documentos/42.pdf)
3. O Presidente Kennedy morreu assassinado em novembro de 1963, assumindo o seu lugar o vice Lyndon Johnson.
4. Operação militar planejada no salão oval da casa branca composta por um porta-aviões, seis contratorpedeiros, um porta-helicópteros, quatro petroleiros, aviões, armas e munição para amparar os insurgentes. O general Vernon Walthers, cabeça da CIA no Brasil, seria o responsável pela intervenção militar americana.
5. “Canil” era o jargão utilizado para caracterizar os setores ligados à administração interna e burocracia militar.
6. Chamou-se Dispositivo, o conjunto de medidas adotadas pelo Governo Jango para se defender da cultura de Golpe entranhada no seio Militar desde o inicio da República.
7. JK liderava as pesquisas de opinião com 37% acompanhado de Carlos Lacerda com 25%.
Ok Edson, vamos ver.