O ÚNICO BARULHO QUE SE PERMITIA POR AQUI, ERA O BARULHO DO MAR

image No período de carnaval, Valença e as ilhas vizinhas já foram muito procuradas para servir como um reduto de descanso para os turistas que fogem do carnaval, hoje quem procura esses lugares são os que gostam de folia.

Os turistas que não gostam de agitação já estão procurando outros lugares mais calmos para descansarem. Tudo isso atribui-se a popularização do carnaval da Gamboa. Pessoas que vieram para descansar em Boipeba, Morro de São Paulo e Garapuá, já sentiram esse ano a dificuldade de acesso a esses lugares. Para ter-se uma ideia: quem chegou aqui no sábado (09) por volta de onze horas da manhã para ir a Boipeba, só encontrou passagem com saída para lá a partir de 18:00h.

A dificuldade de chegar até Boipeba se dava pelo grande movimento de pessoas que se deslocavam até a Gamboa, onde estava acontecendo o carnaval. Deixavam de transportar as pessoas para os outros lugares, porque era mais interessante fazer a linha Valença Gamboa, um percurso curto e que com certeza dá mais lucro aos donos de lancha e barcos.

Com isso, quem sofreu foram os turistas que tiveram de esperar horas para chegar até Boipeba e outros lugares. Apesar do custo de uma lancha fretada para Boipeba, naquele sábado, estar por volta de R$ 600,00 (que em tempos normais se faz até por R$ 200,00), ninguém queria fazer esse frete. Quem chegou até lá, foi com muita dificuldade.

No domingo a noite um amigo me ligou da Gamboa e disse: “Pelegrini, isso aqui está virando um barril de pólvora, nunca vi tanta gente, briga a todo momento, falta de alimento, péssimos serviços, não tem fiscalização, higiene é a pior possível. Não tem condições”.

Não posso falar nada sobre essa festa. Não fui lá. Sei que o carnaval da Gamboa em outros tempos já foi muito bom, hoje tornou-se uma festa para jovens que curtem Gueto a Gueto, A Bronka, Psirico, Igor Canário e por aí vai…

O momento é político. E para isso, não importa que seja em detrimento da tão aprazível Gamboa. Isso aqui já foi muito bom. Já gostei muito quando em época de carnaval ou em qualquer período de folga podíamos passear no Morro, Gamboa, Garapuá e Boipeba sem ver tanta agitação. Hoje não dá mais, poluíram nossa tranquilidade.

Lembro-me também, dos tempos em que podíamos chamar a atenção dos turistas para manter a paz nas praias. Um dia, Roberto Góes, quando ainda estava em atividade na sua Minigula (uma pequena lanchonete no Morro de São Paulo) pediu o timbau de um visitante do Morro de São Paulo e disse: “Meu querido, o único barulho que se permite aqui é o do mar, dê-me seu timbau e na volta você pega”, o cidadão entregou o instrumento a Roberto e seguiu para o seu passeio.

Com certeza, o Morro e a Gamboa já não são mais os mesmos.

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2 Resultados

  1. Ricardo Hage disse:

    Muito lindo e de uma beleza unica. Viva nosso Baixo Sul.

    Ricardo Hage

  2. RB disse:

    Prezado Pelegrini

    Sobre “…A dificuldade de chegar até Boipeba se dava pelo grande movimento de pessoas que se deslocavam…”.

    Vc deve saber que o transporte é realizado por empresas diferentes e que o número de linhas diárias para Boipeba é bem menor que os horários de hora em hora para quem vai para o Morro de São Paulo.

    Eu acredito que certamente a empresa que responsável pela linha de Boipeba poderia fazer um levantamento do movimento que aconteceu nos Carnavais passados e programar horários extras para atender aos turistas que queram chegar até lá.

    Outra consideração que gostaria de fazer é sobre o preço do frete. A passagem de Valença/Boipeba para turistas custa R$ 35,00 Reais e, geralmente as lanchas têm capacidade para 18 passageiros e vão com 15 passageiros por conta do peso das bagagens. Desta forma, o valor a que vc se refere do frete de R$ 600,00 é o preço quase normal de uma viagem da linha.

    A distância de lancha rápida para Boipeba é de cerca de uma hora e cada viagem de cada lancha teria retorno SEM PASSSAGEIRO. Prejuizo?!?!?!?! Interessante é saber como funciona estes contratos de concessão…

    Eu penso que uma alternativa para isto é se colocar em regime emergencial um ônibus para Graciosa e de lá as lanchas operarem reduzindo o tempo de viagem e o custo de retorno sem passageiros (Ou prejuizo!!!)…Será que resolveria?!?!?!?

    Para finalizar é interessante lembrar que O Ministério Público Estadual poderia ou deveria verificar a situação de regularidade dos preços das passagens e seus reajustes, pois a Travessia Mar Grande/Salvador tem um custo bem menor. Existem planilhas de custos para definir os preços das passagens das lanchas rápidas e das viagem via atracadouro?!?!?!?

    Para algumas pessoas ? não ofende…

    Abraços

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