A ÉTICA NA LIMPEZA PÚBLICA

                                  Foto: TV Guaibim Por Analista

De quatro em quatro anos, o novo ano se inicia assim, principalmente quando se muda a gestão do município. A limpeza pública é uma das necessidades sociais que possui maior visibilidade, é o que pode ser feito de imediato com maior impacto positivo. Essa preocupação já no primeiro dia de trabalho mostra que existe, pelo menos inicialmente, a motivação da nova Administração em prestar serviço à população e ficar bem com a opinião pública.

Já estava tudo pronto e preparado, nova empresa, novos caminhões compactadores e garis fardados com o mínimo de respeito aparente que se possa ter à função da maior dignidade, que é a de recolher os dejetos e descartes materiais da nossa existência irresponsável. O estado em que se encontrava a praia da Guaibim era o retrato fiel do descaso e descompromisso do Prefeito Ramiro nos seus quatro anos de mandato. “Ele entrou pra valer, foi um carrinho por trás e maldoso na nossa cidade. Cartão vermelho pra ele!” Aproveitando o momento oportuno solicito que a atenção dada à nossa praia estenda-se também às construções, punindo aqueles que não destinam de forma apropriada o seu entulho e rodam concreto na rua, sobre o asfalto, deixando-o irrecuperável, além de esteticamente horrível. Como um indivíduo permite isso na porta da sua casa recém construída ou reformada?

Não vou entrar aqui no dilema doutrinário sobre a legalidade da contratação desta Empresa, se ocorreram beneficiamento de pessoas, a modalidade de Licitação empregada, o caráter emergencial do serviço e etc. Isso é tarefa para os nossos nobres Vereadores e Ministério Público, mas, com certeza, a população foi beneficiada. Esse tipo de atitude salta aos olhos, o povo vê, empolga os aliados e tenta convencer os adversários sobre o novo momento. Administrações anteriores procederam desta forma e no decorrer do tempo mostraram-se desastrosas, não é a primeira vez que Valença testemunha a utilização de carros compactadores para recolhimento do lixo, importante lembrar que já tivemos empresas deste ramo de atividade acusadas de corrupção e de não pagar aos seus colaboradores. A coleta de lixo deve ser feita de forma segura e profissional e a Prefeitura deve se planejar para absorver esta despesa de forma que o serviço seja contínuo e não apenas peça temporária de propaganda política. A importância da prestação desse serviço esta intimamente ligada com as condições de higiene e saúde dos colaboradores e com a própria vida deles, já que no ano passado um trabalhador, no meu modo de ver, foi vítima de homicídio culposo devido à forma precária a que era submetido na sua labuta.

Espero que essa iniciativa não se trate apenas de um ato isolado, que nossos novos gestores estejam empenhados em encaminhar as soluções não só à coleta adequada, mas também ao armazenamento, tratamento e destinação dos nossos resíduos. Acabe de uma vez por todas com a forma irresponsável com que o tema é tratado e deixe de forma permanente este legado para a cidade, faça-se disto uma conquista, que nenhum novo gestor retroceda no trato da questão. Sei que também não é fácil, mas é preciso insistir no trabalho de educação e amadurecimento ambiental, o meio ambiente agradece! Inicie-se já, para que nós, habitantes desta terra, não tenhamos que continuar envergonhados com aquilo no Orobó que chamamos de “Lixão”.