NA DEIXA DE: QUEM CONDENA CORRUPÇÃO NESSE PAÍS?

Por Fabio Silva Souza 

O taxista em questão é o retrato fiel de todos nós e da corrupção nossa de cada dia:

da nossa aversão às filas, afinal somos "espertos" e fila é pra otário;

do nosso costume de dar( e muitas vezes receber) um por fora;

ou ‘simplesmente’ recebermos um troco maior do que nos é devido e fingirmos não ter percebido. Ou, ainda, a de termos um parente encostado na máquina pública – como o taxista disse ter – sem ao menos frequentar o trabalho e acharmos isso "normal".

Mas, além destas questões, tem outras implícitas e/ou esquecidas. ACM, o avô, foi responsável por incentivos a taxistas para renovação de frota reduzindo impostos e dando crédito a juros abaixo dos praticados pelo mercado – assim até eu votaria nele.

Este governo desastroso de JH em SSA até o dia de hoje tem gente de ACM Neto como secretário a exemplo de Marcelo Abreu, ex-prefeito de Lauro de Freitas e filiado e apadrinhado de ACM NETO.

Não sou advogado do governo do PT. Mas notem: Se o governo constrói presídios, alguns dizem que a construção em si é a responsável pela violência. Se não constrói, é omisso.

Outra coisa: os mesmos servidores públicos que, com razão, questionam a política salarial do governo do PT, devem ter esquecido a maneira, a forma ‘gentil’ e ‘delicada’ com que a direita brasileira – e especialmente a direita baiana – trata manifestações, passeatas, ocupações de prédios públicos e outras formas de protesto: gás de pimenta e porrada. Deve ter batido uma saudade, nostalgia.

Talvez não seja nada, talvez seja apenas um momento frágil da nossa memória curta, curtíssima.

Ademais, virou moda escolher um negro(a) para ser vice na chapa ou para apresentar a propaganda política(diferente de programa político). Talvez para ser ‘politicamente correto’, talvez para fazer de uma vez que esqueçamos como os líderes nacionais do DEMO(partido de ACM NETO) fora do período eleitoral se referem às mulheres, aos gays, aos pobres que dependem do ‘bolsa esmola’ ou às questões de igualdade racial.

O bolsa família, o Minha Casa Minha Vida, o PROUNI, a ampliação no número de CEFET’s pelo Brasil afora, o acesso ao ensino superior via ENEM, a renúncia fiscal para a produção de eletrodomésticos, materiais de construção e veículos, geram empregos e movimentam a economia deste país num círculo virtuoso após anos de estagnação.  

Definitivamente este país(e também a Bahia) talvez não possam ou não queiram dar certo. Como disse o poeta: aqui até pobre é de direita.