O desconhecimento da ordem e da democracia

por Samuel Celestino

SAMUEL No centésimo primeiro dia de greve, os professores ofereceram uma aula ao alunado baiano que assiste ao ano se escoar e a perspectiva de perdê-lo: uma aula de absoluto desrespeito à República, à Constituição, aos poderes constituídos. Consequentemente, ao estado democrático de direito. Esta sexta-feira demarca um dia em que o comando da greve dos professores baianos entendeu que não existem os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, nem, também, o Ministério Público, para o qual eles apelaram e não cumpriram o acordo estabelecido. O MP, sem alternativa, em nota conjunta com o Tribunal de Justiça da Bahia, decidiu se afastar do processo, alimentado pela desordem e desrespeito. Já sem comando, presidido por um presidente que já não responde por nada, o sindicato, APLB, resolveu também não tomar conhecimento do Judiciário. Do Legislativo os professores em greve já haviam mandado às favas comunicando que não cumpriria a ordem de desocupar o prédio onde se alojaram. Com o Executivo não conseguiram entendimento e, assim, à revelia do Judiciário, do Legislativo e do Executivo, rasgando a Constituição, desconhecendo a República, chutando o estado democrático de direito. Os professores demonstraram que estão aptos a ensinar como funciona o estado anárquico, coisa que muitos deles não sabem o que significa e qual a sua origem. O Judiciário deu prazo até as 14hs de hoje para cumprirem a ordem de desocupar o prédio do Legislativo, sob pena do uso de força (comedida) dos policiais. Reuniram-se em mais uma assembleia sem comando e disseram que não sairiam, recusando o conselho da assessora jurídica do APLB para que respeitassem a Justiça. E a rotularam de “traidora”. O que querem os professores, agora, depois de exaurirem todas as medidas que poderiam tomar e diante da repetida informação do governo de que o Estado atravessa uma fase de dificuldades financeiras e que havia apresentado a proposta que poderia cumprir? Imaginam que a Casa da Moeda fica na Bahia ou, como na idade média dos senhores feudais os governantes podem emitir dinheiro? Que insanidade desejam os professores ao transferir ao alunado, além de desprezar a aflição dos pais dos jovens baianos que não têm recursos para sustentar seus filhos em escolas particulares e  recorrem, sem outra alternativa, à educação pública? É admissível que todos os que mantêm a greve estejam em estado de ausência de consciência, de racionalidade? Não dá para compreender. Sinceramente, a democracia que visualizam não é a esbórnia e a falta de respeito aos princípios básicos da República e da democracia que, à custa de muito sofrimento, tortura e mortes foi possível implantar neste País, em uma conquista da cidadania que eles parece que desconhecem. (Bahia Notícias)

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9 Resultados

  1. Aluno sem aula disse:

    O feitiço já está virando contra o feiticeiro.

    “Durante a assembleia, um grupo de cerca de 40 alunos realizaram um protesto pedindo a resolução do impasse. Com faixas e cartazes, os alunos exigiram um posicionamento da categoria que estava reunida no momento para votar a continuidade das paralisações das aulas”. A Tarde

  2. Vi no Face disse:

    Guto Moutinho Concordo em parte Washington Pelegrini… Nenhum partido ou político (de forma isolada) lutou do nosso lado durante os 101 dias de greve. Claro que, nesse ínterim, fomos flertados, assediados por figuras que exalavam DEMAGOGIA e enxofre por todos os poros. A greve é de uma categoria intelectualizada e, por isso mesmo, discernimento e ponderação foram elementos condutores de todas as nossas ações. Infelizmente, pudemos nessa jornada constatar que, muitos daqueles que no passado trancavam ruas, arrotavam chavões em bom espanhol cubano, pintavam as caras de vermelho russo, decoravam rapsódias marxistas, usavam boinas e barbas escuras HOJE, fazem justiça às suas bem aparadas barbas brancas: ESTÃO COM OS CACETETES na mão! Por outro lado, temos um profundo senso de consciência histórica e julgamento ético, o que nos permite avaliar com pontualidade quem realmente merece o nosso crédito. Talvez “nunca tivéssemos sido felizes”, já que o continuísmo histórico de práticas autoritárias e antidemocráticas nos impede de estabelecer quaisquer formas de comparação “disso” que está ai, com “aquilo” que no passado se fez! Podemos até sair com as mãos vazias, no entanto, nos orgulhamos de fazer parte de uma categoria com uma profunda consciência de classe. Provamos isso para todo o país: não nos curvamos diante das atitudes vis de um Governador e seus “incontáveis bichos de pé”! É bem provável Washington Pelegrini que o meu “latim” só seja de fato entendido após as eleições. Espere e verá! Um grande abraço!

  3. MILDEMENTE FALANO disse:

    Quanta presunção desse professor. Coitado, um simples mortal, se achando. É um semideus!

  4. Mãe Dinah disse:

    Ô sabe tudo, o mundo vai acabar no dia 21 de dezembro?

  5. Mexeu cumigo disse:

    Mexeu cos prossores, vai perder as eleições… hahahahahahahah!!!

  6. Pr. Josafá Souza Costa disse:

    Gente! Apelamos para o bom senso. Chega, a greve é grave!
    Onde fica o senso de democracia e de direitos que nem um lado nem o outro cede? Quem está perdendo com isso é a população.

  7. Pai de Gildásio disse:

    Professor, meu filho, o Gildásio, disse que quando ele for eleito ele dá o aumento pra vocês. Vote Gildásio, diga não a esse governador carioca. Demora mas sai.

  8. Educador disse:

    Professores deixam pacificamente Assembleia Legislativa da Bahia
    Justiça determinou desocupação e não foi preciso ação da Polícia Militar.
    FONTE:G1

    PROFESSORES CUMPREM LEI, MAS O GOVERNADOR…

  9. eleitor de valença disse:

    QUEM PRIMEIRO DESCONHECE A DEWMOCRACIA É O PROPRIO GOVERNO, POIS NÃO CUMPRE AS SENTENÇAS JUSDICIAS.

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