Adiamento do Enem já traz problemas para os vestibulares

 

Vinícius Santos | Redação CORREIO

O adiamento da prova do Enem já afetou as instituições de ensino superior que utilizam a nota do exame em seus vestibulares. Na Bahia, a Universidade Federal do Recôncavo, que substituiu 100% do processo seletivo pela avaliação do Enem, divulgou uma nota oficial avisando que a escolha dos alunos, antes prevista para o dia 08 de janeiro de 2010, será alterada.

A Universidade Federal da Bahia (UFBA) afirmou que, a príncipio, nada será alterado e que a instituição ainda aguarda um posicionamento do Ministério da Educação (MEC) quanto às novas datas em que as provas serão realizadas. A assessoria do profº. Maerbal Marinho, responsável pela Pró-Reitoria de Graduação da Universidade, disse que ainda é muito cedo para pensar em cancelamento do uso do Enem, e que a instituição não tomará nenhuma decisão sem antes consultar o seu Conselho e o MEC.


Ministro da Educação, Fernando Haddad, diz que a prova fica para novembro

A Universidade Católica do Salvador (UCSal) disse que destinou 45% das vagas para o Enem. Porém, Eldér Ramdan, superintendente de Gradução, informa que, em função deste adiamento e como o edital do processo seletivo da instituição ainda não saiu, este percentual pode cair até para 25%. Segundo ele, o vestibular está previsto para acontecer no último final de semana do mês de novembro. O candidato poderá escolher se irá querer utilizar ou não a nota do Enem como parte do seu desempenho no vestibular da universidade.

Ramdan informou ainda que existe um outro processo seletivo que envolve as vagas residuais, isto é, aquelas que não foram preenchidas na primeira fase. Segundo ele, é possível que os candidatos que já fizeram a prova do Enem anteriormente possam utilizá-la para as vagas que não foram preenchidas na 1ª fase. ‘Os calouros são os que mais podem sofrer com este adiamento porque eles não possuem nenhuma nota do Enem anterior. Neste ano, especialmente, as vagas residuais poderão estar em um alto nível de concorrência por conta deste problema’, concluiu ele.

O mesmo acontece com a Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública. De acordo com a direção acadêmica da instituição, o adiamento das provas do Enem não causará nenhum impacto no seu processo seletivo porque a adesão da faculdade à esta modalidade é opcional, isto é, cabe ao aluno decidir se ele irá utilizar ou não a nota do Enem.

A Universidade do Vale do São Francisco (Univasf) atualizou, no edital do seu vestibular, opções para que os candidatos possam tirar as suas dúvidas quanto ao adiamento da prova. Assim como a UFRB, a Univasf decidiu utilizar o processo seletivo em fase única, o que implica que a adesão da instituição ao Enem é de 100%. A administração superior, segundo informações da assessoria, vai ainda convocar uma reunião para avaliar os impactos deste adiamento das provas no calendário escolar para o ano de 2010.

A fraude
O jornal O Estado de S. Paulo revelou nesta quinta-feira (01) que a prova do Enem vazou e uma versão impressa estava sendo vendida por R$ 500 mil. Sabendo da informação, o Ministério da Educação resolveu cancelar a realização da prova neste fim de semana. Um novo exame deve ser realizado dentro de 45 dias.

O MEC tem uma segunda versão da prova, mas ainda não está confirmado se essa versão poderá ser utilizada. Cerca de 4,1 milhões de candidatos estão inscritos para realizar o exame. A expectativa do MEC é realizar a próxima prova, que tem como responsável o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), em 45 dias.

O jornal “O Estado de São Paulo” denunciou que foi procurado por um homem que disse ter as duas provas que seriam aplicadas no sábado (3) e no domingo (4), e que queria vender o material por R$ 500 mil.

Investigações
O ministro da Educação, Fernando Haddad, disse nesta quinta-feira (1º) que vai pedir à Polícia Federal que investigue o vazamento da prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

O ministro disse ainda que é pouco provável que a prova tenha sido furtada no Ministério da Educação (MEC), porque lá não existe a prova impressa, apenas os itens digitalizados. Além disso, pelos relatos da repórter que procurou o ministério o mais provável é de que a prova tenha sido subtraída na gráfica.

Haddad disse ainda que o processo de segurança vai ser revisto e quer que PF participe do novo processo de impressão das provas.

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