Pessoa “Não é cultura de estupro”, a cultura do estupro existe e é um fato!

cePor Um Homem Jovem*

Não é que as famílias ensinem isso diretamente a vossos filhos, mas a cultura do estupro ocorre indiretamente; muitas vezes, de maneira que parece sutil, entretanto, não o é, apenas é de maneira que olhamos com o olhar de normalidade, devido todas e todos estarmos acostumados, pois “nos ensinaram assim e permanecemos assim”, sem criticidade, sem direito de questionar, sem nos atentarmos que muita coisa que está ao nosso redor não enxergamos ou não queremos enxergar, o famoso “tapar o sol com a peneira”.

Veja bem, a cultura do estupro está para algumas pessoas nas entrelinhas de quem ensina ao filho que mulher que usa tal tipo de roupa é puta e com certeza quer dar, que dá a qualquer um, que está pedindo para ser “comida mesmo”, e esse tipo de mulher não vale nada… Que existe tipo de mulher para casar e existe tipo de mulher só para sexo… E tantas outras barbaridades são ensinadas… É um ‘mix’ de puro machismo, sexismo e cultura do estupro… Coisas que NECESSITAM ser desconstruídas, assim como a figura do homem-macho imposta.

Crianças têm que ser ensinadas e aprender não só a respeitar  as pessoas mais velhas, mas também de igual para igual, pessoas como pessoas, independente de QUALQUER COISA/CONDIÇÃO, haja vista que todos e todas somos seres HUMANOS. É preciso que ensinem-as a serem HUMANAS-HUMANIZADAS. Sobretudo, aos meninos, é preciso ensiná-los a respeitar as meninas e, quando homens, respeitarão as mulheres. É preciso ensiná-los também, em caso de serem heterossexuais, que gostem de mulheres e não as reduzam à sua genitália. Se pararmos para analisar, a maioria dos homens não gostam de mulher, mas de vagina apenas. A maioria dos homens cresceu com essa visão extremamente deturpada: não gostam da mulher por inteira, mas apenas de uma parte: a vagina – como se todo o resto fosse descartado e apenas a vagina lhe serve e basta.

Pensemos, reflitamos, vamos questionar e desconstruir o que está (im)posto e desconstruir e questionar a nós mesmos, as nossas atitudes no mais amplo sentido da vida… Nada meramente é, torna-se! Tudo é um processo de construção! Vamos melhorar… É uma tarefa diária!

Saudações cordiais

*Nike de um leitor do blog que não quiz se identificar 

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6 Resultados

  1. Duarte disse:

    Pelegrini, bom dia!

    Excelente texto, o autor deve não só alertar aos homens, mas também às mulheres, muitas sequer sabem sobre isso e acham que é algo normal o que os homens fazem, estão sendo estupradas sem notar, acabam dando por se encantarem com os picaretas. Será que deu pra me entender?

  2. Renilda disse:

    Cultura do estupro, segundo a ONU Mulheres, é “o termo usado para abordar as maneiras em que a sociedade culpa as vítimas de assédio sexual e normaliza o comportamento sexual violento dos homens. Ou seja: quando, em uma sociedade, a violência sexual é normalizada por meio da culpabilização da vítima, isso significa que existe uma cultura do estupro”.

  3. CAMPOS disse:

    A Luta deveria ser para aumentar as penas para o Estuprador! Pena de Morte ou Prisão Perpetua! Agora dizer que uma mulher saiu com um cidadão na balada e foi Estuprada é difícil de engolir até mesmo em países do primeira mundo! Tem muitas que fazem isso só pra sacanear o cara porque a maioria tá dando mesmo sem precisar estupro. Ou será que existe outra forma de estupro sem ser na força?

  4. SOU CONTRA O ESTUPRO POIS NEM PRECISA MAIS ISSO disse:

    um piloto de automobilismo corre o risco de se envolver em acidentes, de ficar ferido ou morrer, quando ele entra em uma competição assume o risco de acontecer algo. Uma mulher que vai ao encontro de criminosos trocar sexo por drogas assume o risco de ser estuprada, agredida ou morta pelos criminosos, ja que é claro o risco de se envolver com criminosos que matam, queimam, destroem suas vitimas muitas vezes. a verdadeira cultura do estupro e o funk, mas poucos dao voz a isso, por que sera?

  5. Um Homem Jovem disse:

    Duarte, obrigado.

    Deu para entender o seu raciocínio, mas quando me refiro a nós, homens, é porque precisamos de fato parar de culpabilizar as mulheres. A vítima nunca tem culpa! As mulheres não têm culpa de se envolverem com “homens picaretas”, conforme você intitulou. Os culpados são os “picaretas”, escrotos, os que tratam as mulheres como meros objetos para os seus prazeres, os que violentam as mulheres de todas as formas.

    Nós, homens, precisamos questionar esse lugar de “poder” que nos foi dado, ensinado, é histórico e precisamos desconstruir isso a todo instante.

    Saudações cordiais.

  6. Um Homem Jovem disse:

    Renilda, excelente e importante ressalva.

    Esqueci de falar sobre o conceito de “cultura do estupro”, porque o foco do meu comentário não foi esse, haja vista que eu quis responder ao questionamento e à afirmação da pessoa que intitulou-se de “Não é cultura de estupro” no comentário da postagem do amigo Pelegrini que tem por título “Cultura do estupro foi tema de debate em Valença” (link: http://pelegrini.org/politica/40707). Por isso, foquei na educação dada às crianças no âmbito familiar, onde se negligencia muita coisa.
    O amigo Pelegrini gostou do comentário e resolveu colocar como postagem em seu blog. Sem problema.

    Grato pela ressalva.

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