TESESETCETERAETAL

Por Ricardo Vidal,

Reflexões ao texto: ANALISE JURÍDICA DA PORTARIA MUNICIPAL QUE RETIRA AS BARRACAS DA FESTA DO AMPARO – INVASÃO À ATRIBUIÇÃO LEGISLATIVA

Alcides, como um bom jurista, foi feliz em trazer um importante assunto a baila: Qual festa de Nossa Senhora do Amparo queremos? Teremos uma festa pasteurizada e desfigurada ou teremos todo o resplendor de nossa festa tradicional? Realmente, este é um tema que não pode ser discutido levianamente e com proselitismos (como vi em alguns comentários). Aliás, considerando a importância que a Festa do Amparo possui (culturalmente, economicamente, socialmente), espera-se uma postura racional da prefeitura.

E eis que Alcides mostra que a rainha está nua! Pior, age CONTRA o nosso maior tesouro, que é a nossa cultura e o próprio povo – inclusive, muitos de seus eleitores! Esta portaria (seria digna de risos se não fosse o resultado trágico) simplesmente “pasteuriza” nossa festa, “limpando” a ladeira. E os defensores desta medida estúpida partem de sofismas de tal forma fraco que afrontam a inteligência alheia.

Alcides aponta ILEGALIDADE na portaria. Para mim, a portaria é um atestado público de incompetência e insensibilidade no trato das questões culturais valencianas. Mostra os equívocos e até despreparo quanto a preservação de nossos valores. Os gestores municipais e os párocos deveriam ter se espelhados em bons exemplos como a condução da festa de N. Sr. do Bonfim, em Salvador; ou na de Sant’Iago Mayor, em Compostella-Espanha (que souberam tirar partido do comércio adjacente às celebrações religiosas) em vez de baixar esta medida ridícula.

Vamos as fatos: a Festa de Nossa Senhora do Amparo que deu conheci quando criança e que sempre está na minha memória afetiva era a festa religiosa que tinha uma ladeira colorida, cheia de guloseimas e que, no final, era o ponto de encontro de amigos. É a festa do Amparo onde, depois de alimentar o espírito com belos sermões (como os de Padre Edgar), poderia saborear uma maçã do amor, uma batata-frita, um cachorro-quente. Era o lugar que o acesso NUNCA foi impedido pelo seus ambulantes. É o lugar em que se via algumas pessoas trabalharem honestamente para garantir o leite das crianças no mês de Novembro. (Aqui em abro um parêntese necessário: a presença de ambulantes uma festa religiosa é algo normal e que os bons gestores souberam a aproveitar como fonte de renda para o município – atitude que não vejo com a portaria…). Essa paisagem cultural resultante da festa religiosa que dá um charme todo especial, que faz os valencianos terem orgulho dessa terra e até já atraiu turistas para a cidade.

Tirar as barraquinhas, melhor SEGREGÁ-LAS para longe da festa, com sofismas e argumentos ridículos como obstrução da passagem dos fieis ou de que são focos de insegurança, é o verdadeiro CRIME que deve ser combatido! Tirar as barraquinhas da festa do Amparo é tirar a possibilidade de pais e mães de família de obterem honestamente a renda e aí sim fomentar a prostituição e o tráfico de drogas na nossa cidade. Tirar as barraquinhas da festa do Amparo é CORROMPER nossas tradições, SEQUESTRAR nosso patrimônio cultural (e pertencente ao povo de Valença) para atender os CAPRICHOS MESQUINHOS e EGOCÊNTRICOS de uma minoria que desconhece a nossa grandeza cultural e que o povo deveria protestar com veemência. Tirar as barraquinhas da festa do Amparo como uma medida hipocritamente moralizadora é CAMUFLAR a INCOMPETÊNCIA dos gestores, que não são capazes (ou por medo) de enfrentar os verdadeiros problemas da festa. Se o problema é caos formado na ladeira, que a prefeitura DISCIPLINE e ORGANIZE as barracas, faça a inspeção sanitária e seja um pouco mais rigorosa na hora de obter o alvará. Se o problema está na segurança (como tráfico de drogas em meio a um belíssimo evento religioso), que o poder público investi-se em ações preventivas e policiamento ostensivo (enquanto os párocos, como agentes da Sancta Madre Igreja Católica, auxiliassem com medidas de conscientização e prevenção).

Agora, suponhamos que a SEGREGAÇÃO e a PASTEURIZAÇÃO da festa do Amparo prevaleça: Sem o colorido e a alegria das barraquinhas que a caracterizam, sem seus símbolos de valencianidade que dão um tempero singular ao louvor da Mãe do Amparo, a festa perderá seu brilho. Pior, deixará de ser um grande momento de devoção e fé dos católicos valencianos para ser a celebração tridentina e exclusiva de poucas pessoas (quem? Os que querem a Igreja Católica alienada do povo e da realidade?). Os problemas relacionados à Segurança NÃO SERÃO RESOLVIDOS. Antes, jogados para debaixo do tapete, se tornará cada vez mais invisível e (por isso mesmo) pior de se resolver. Descaracterizada para atender os caprichos particulares (de quem? é bom observar QUEM fomentou essa sandice desde a festa de Amparo em 2013…), a população de Valença não teria porque preservar esse patrimônio imaterial da nossa cultura, a festa entra em franca decadência, perigando até ser extinta (como outras festa, a exemplo do Micareta e do São João, que deixou de existir na nossa cidade). Pode parecer exageros, mas nossa história possui exemplos de sobras que justifique minhas suposições.

Sei que meu ceticismo é grande, mas, torço quanto que o otimismo de Alcides supere meu ceticismo e que a razão prevaleça e impeça que essa barbaridade se consume. Contudo, essa portaria vigorar, preferirei louvar e rezar com Nossa Senhora do Amparo no recesso de minha casa (e com o silêncio do rádio) a ter que compactuar com esse crime e essa sandice!!!!

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20 Resultados

  1. Não só católico disse:

    Você está na Igreja errada. A Igreja de Jesus não precisa de pessoas como você.

  2. BETO disse:

    Companheiro interessante seu comentário, mas podemos verificar que alguns anos atrás vamos mais ou menos 15 anos não existia tal violência na nossa querida Valença, não podemos ver só um lado como você colocou a renda mas temos jovem que vão para o festejos só para prática da violência do consumo de drogas não podemos afirmar que é uma minoria que apóia. Fico contente quando você fala preferirei louvar e rezar com Nossa Senhora do Amparo contudo irei até o Amparo para louvar ao Senhor.
    Atenciosamente

  3. Antonio Jorge disse:

    FESTA TEM QUE SER PARA O POVO CATOLICO DE VERDADE. QUE REZA, E SOBE AO ALTO DA COLINA PRA AGRADECER A DEUS PELA VIDA. E NÃO PARA OS BADERNEIROS QUE QUEREM A FESTA PROFANA SOMENTE PARA BEBER CAHAÇA. APOIO A IDEIA DE QUE NÃO TENHA MESMO NEHUM TIPO DE BAGUNÇA.

  4. joaquimsilva disse:

    Infelizmente Valença não é mais a mesma de alguns anos atrás. Como todo valenciano eu também vivenciei a festa do Amparo como a festa dos sonhos e da alegria de todos, a festa da família e da fé onde todos participavam da parte religiosa e em seguida iam apreciar a beleza dos doces(maçã do amor, cocadas, algodão doce), bolas coloridas que eram a alegria das crianças e também as diversas barracas onde se vendiam confecções e muito mais. No entanto a dois anos atrás o medo e o pânico tomou conta dos devotos, quando houve tiroteios e brigas no percurso da festa, pessoas assustadas tentando se proteger da violência. Diante disso tudo é impossível querer que a festa continue como antigamente, É uma pena, pois infelizmente aquela festa vai ficar na saudade e parte da nossa cultura está sendo interrompida por falta de amor e consequentemente de paz.

  5. Ricardo Vidal disse:

    Antes de mais nada, quero agradecer aos fundamentalistas que já me “excomungaram”. Realmente, talvez eu esteja me referindo a Igreja errada, pois a fé de meus pais e as lições da Sancta Madre Igreja Cathólica Apóstolica Romana (principalmente aquela Igreja da Conferência de Puebla de los Angeles) é de uma igreja inclusiva no amor à Cristo e que admite debates para o bem comum. Esta “Igreja de Jesus” (realmente é de Jesus?) que exclui os outros apenas por pensar diferente é a igreja errada que jamais quero fazer parte (da mesma forma que não quero fazer parte de festa de “católicos” que se arrogam em arbritar quem pode e quem não pode participar da festa de N. Sra. Creio que o Sagrado Coração de Jesus é mais amplo para aceitar todos, sem distinções ou rótulos). E para esses, deixo como reflexão a leitura de Lucas 18:9-14 (http://pt.wikipedia.org/wiki/Parabola_do_Fariseu_e_do_Publicano).

    Caros Beto e Joaquim Silva, agradeço a gentileza da leitura de meu texto e a lisura de seus comentários. Data vênia, permitam-me que, respeitosamente, possa tecer os meus comentários acerca dos vossos.

    Estou ciente dos graves problemas de segurança que a nossa cidade passa e os reflexos no nosso cotidiano. Entendo que não podemos arriscar a vida das pessoas que queriam participar da Festa de Nossa Senhora do Amparo. E estou ciente que nada é imutável e que devemos nos moldar as necessidade. Contudo, creio que a segregação das barraquinhas não é a melhor resposta para o problema. Pior, apenas serve para camuflar os problemas e agudizá-los. Em que sentido?

    01) Existe um estudo sério que realmente comprove a relação barraquinhas/violência? Ou isso é apenas achismo? Sinceramente, em todas as festas em que estive (inclusive a do ano passado, que, para mim, tinha um gosto particular muito especial em celebrar Nossa Senhora do Amparo), não deu para fazer essa relação. Pelo contrário, foi com excelsa felicidade que eu pude encontrar meus alunos participando ordeiramente da fé e da alegria da festa, encontrando-se nas barraquinhas após participarem da missa e da procissão. Eu não serei tolo em dizer que não há problemas de tráfico, prostituição e violência dentro das barracas, mas me pergunto se isso é realmente endêmico ou estamos apenas de fatalidades esporádicas e erroneamente vendo um furacão em um copo d’água?

    02) Caso haja essa relação significativa entre violência/existência das barracas, acabar com elas será a melhor solução ou será apenas um placebo inócuo? Pessoalmente, creio tirar as barraquinhas da ladeira do Amparo é até uma medida fácil, mas apenas camuflará os problemas sem resolvê-lo. Há de se considerar quanto maior a aglomeração e densidade de pessoas em um espaço, maiores são as possibilidades de ocorrerem problemas e confusões. Pessoas má-intencionadas e violentas certamente provocaram problemas dentro da festa, independente de terem ou não as barraquinhas na ladeira.

    03) Para o problema da segurança melhor se resolve com mais policiamento preventivo e fiscalização. Reconheço que é mais trabalhoso, mas é o mais eficiente e eficaz. Se a prefeitura dispusesse DISCIPLINAR e ORGANIZAR a parte profana da festa, pensando em padronização de barracas, liberação de alvará, fiscalização e cadastro das barraquinhas (inclusive com um registro de irregulares dentre os concessionários dos serviço, implicando em negativação do cadastro caso e impedimento de participar da festa com sua barraquinha) e conseguir mais efetivos policiais militares para a patrulha ostensiva, iremos realmente combater as insegurança. No sentido oposto, tirá-los. ou melhor, segregá-los para longe da festa não irá resolver o problema, podendo até potencializá-lo. Bem ou mal, o fato dessas barraquinhas dentro da área de holofote social e qualquer coisa redundará será repercutido. Segregá-los, como pretende a portaria, serve para que os marginais, aproveitando-se da opacidade em que se encontre, tenha mais força e liberdade para agirem, uma vez que as atenções não estarão voltados para eles.

    04) E já estamos falando em marginalidades, devemos levar em consideração o caminho para às margens da sociedade é exatamente que se é vetado ao acesso honesto ao próprio sustento. Ora, é exatamente o grande afluxo de pessoas para a festa que leva as pessoas montarem a barraquinha para que possa tirar o dinheiro. A maioria que está trabalhando quer tirar seu sustento honestamente. Retirar-lhes essa oportunidade é forçá-los a seguir os caminhos da marginalidade como a prostituição e o tráfico. Logo, a medida, em lugar de resolver, piora o problema da segurança na festa do Amparo.

    05) Não se enganem os fundamentalistas ingênuos que a festa será apenas frequentada pelos devotos e que “baderna” deixará de existir. Na verdade, as barraquinhas serve até mais escudo, impedindo que os arruaceiros cheguem à parte sagrada (e mais importante da festa). Sem as barracas, os baderneiros poderão se misturar na multidão (inclusive na área do adro), praticar crimes e contravenções e promover o clima de insegurança.

    06) Exatamente pelas barracas fazerem parte da paisagem cultural e das tradições centenárias ligadas à festa do Amparo que se mostra necessário preservá-las da violência. Como os senhores mesmos lembraram, elas estão nas memórias afetivas dos valencianos. Usar o sofisma da (in)segurança é tornar a festa feia e sem mais significados até para o católico mais devoto. Em que se transformará a festa do Amparo sem as barracas, com suas luzes, seus aromas e seus sabores? Em uma missa morta de silêncios, devido à ausência da população? Os exemplos que Nossa Senhora nos passou de mãe espiritual da cristandade, de doçura e amabilidade, não condiz com uma festa sem brilho e sem alegrias. Ao contrário dos fundamentalistas (cujo moralismo apenas enxerga badernas), as barraquinhas ao longo reforçam o clima de devoção e fé a Nossa Senhora do Amparo. Elas representar o lado alegre e inclusivo da festa religiosa. É nesse lado mundano em que amigos, vizinhos e parentes se encontram para comerem e beberem após participarem das missas e da procissão que tornar Nossa Senhora do Amparo como um importante símbolo de união em nossa cidade. Aliás, não deixa de ser curioso que a festa da padroeira seja próxima do aniversário de nossa cidade e do nascimento de importantes valencianos, como o Barão de Uruguaiana e do Conselheiro Zacarias. Não seria que Nossa Senhora escolheu para abençoar nossa cidade?

    Imagino que, pelo sete pontos acima listados (e pelo o que Alcides Bulhões comentou), fica difícil aceitar uma medida arbitrária e sem sentido como essa portaria. Muito equivocado (ou até possa estar agindo de má-fé) fora o mentor dessa proposição e mais lamentável ainda foi a prefeita ter assinado tal sandice. Como disse acima, espero que o otimismo de Alcides venha a superar meu ceticismo. Quero poder, esse ano, rezar com Nossa Senhora do Amparo, participar da procissão, comungar da fé alegre do nosso povo. Mas que seja a verdadeira festa do Amparo, com suas barraquinhas margeando a ladeira de acesso, com suas luzes, cheiros e sabores. Quero participar dessa tradicional festa religiosa de minha cidade natal, com todas as marcas culturais que ela tem (e por isso mesmo, seja mais nossa). Agora, se a portaria continuar, como uma atestado de incompetência nascido de um capricho (sabe lá de quem) e com a omissão dos párocos (como se não se importassem com o seu rebanho e com a história de nossa cidade), repito que praticarei a minha fé no recesso de meu lar, para não compactuar com o farisaísmo dos que querem destruir a festa religiosa e, de roldão, a cultura de nossa terra.

    Espero que os Srs. Beto e Joaquim Silva compreendam meu ponto de vista.

  6. ADAIRFS disse:

    REALMENTE, TEMOS UMA COMUNIDADE HIPÓCRITA. SEM ACHAR QUE SABEMOS, ESSA PSEUDO ELITE , QUE COVENHAMOS SÃO POUCOS QUE ACOMPANHAM UMA MISSA ATÉ O FINAL, OU É O INICIOZINHO OU FINALZINHO, IRÃO PARA SEUS VELHOS BOTECOS ELITIZADOS. E SE FOR FAZER UMA AVALIAÇÃO MAIS REAL DA SITUAÇÃO, ESSA MESMA ELITE COMPÕE MAIORIA DE USUÁRIOS E PROBLEMÁTICOS. NOSSA SENHORA DO AMPARO É A PADROEIRA DOS OPERÁRIOS, E O BRILHO DA FESTA NÃO ESTÁ NO PRODUTO QUE ESSAS BARRACAS VENDEM (CACHAÇA, LICOR, CERVEJA…), O BRILHO DA FESTA ESTÁ NO OLHAR FELIZ DO OPERÁRIO QUE ALI ESTÁ, ESPERO QUE ISSO SEJA RESPEITADO.

    GRATO

  7. Alcides Bulhões disse:

    Belo texto de Vidal, razão pela qual não furtei em republicá-lo. Não esqueçamos de que as barracas que nos referimos não vendem bebidas alcoólicas mas (…) maçã do amor, algodão doce, pipocas, acarajés.

    Pergunta-se: Qual a relação com a violência que tais barracas trazem?

    Fico com o ponderado e sensato pensamento de Ricardo Vidal, ilustre representante da cultura municipal.

  8. ... disse:

    Não participarei da festa do Amparo esse ano. Ela deixará de ser do povo de Valença para ser de um grupinho de fanáticos. Muitos fieis da Igreja católica criticam os evangélicos pelo radicalismo e conseguem em muitos casos serem mais separatistas e intolerantes. Gostaria de ver essa mesma veemência na cobrança da investigação das denuncias sobre o sumiço das obras de artes da Igreja do Amparo. Ou a Igreja não tem que dar satisfações a sociedade já que é problema dela própria e dos católicos???
    O poder público embarcar nessa onda é decepcionante!!!

  9. Ricardo Vidal disse:

    Caro ADAIRFS, concordo em parte com sua análise (de que a alegria da festa de Nossa Senhora do Amparo está nos sorrisos dos operários devotos e na hipocrisia de uma elite). Agora, se me permita discordar de em um ponto, é achar que TODAS as barraquinhas da festa do Amparo vendam bebidas alcoólicas. Como Alcides lembrou no comentário, as barracas que vendem maça do amor? Acarajé? Cachorro-quente? Batata-fritas? As que vendem lembranças e brinquedos? Elas também provocam violência? São essas barracas em especial que também fazem o brilho da festa e que estão sendo expulsas de lá! São essas barracas em que, o operário, depois da missa, também se diverte e faz nascer o sorriso inocente das crianças que participam da missa. São essas barracas que compõe a maioria do comércio sazonal da festa. Hipocrisia moralista e insensibilidade está em quem defendem a portaria sob o sofisma da segurança! É diante disso que estamos querendo propor este debate na nossa cidade, para que a Festa do Amparo é um PATRIMÔNIO POPULAR cujas tradições devem ser RESPEITADAS e PRESERVADAS!

  10. Ricardo Vidal disse:

    Car@ Três Pontinhos (…)

    Realmente, também defendo que a Festa do Amparo seja uma festa aberta ao povo, não ao farisaísmo de alguns fanáticos fundamentalista que querem um culto só pra si no dia.
    Também, bem lembrado quanto às denúncias em relação aos sumiços de algumas imagens da Igreja do Amparo. Aliás, fica a dúvida: será que essa tentativa de esvaziamento da festa é para que o povo não perceba isso? Perguntar não ofende…

  11. ADAIRFS disse:

    CARO RICARDO VIDAL

    CONCORDO POR DISCORDAR. ACHO QUE FUI MUITO ENFÁTICO EM RELAÇÃO AS BARRACAS DE BEBIDAS, MAS SEI QUE AS USAM COMO SUSTENTO E APOIO PARA DETERMINAÇÃO DA ERRADICAÇÃO DAS DEMAIS BARRACAS. AS MEDIDAS NÃO PODEM SER TOMADAS DE FORMA AUTORITÁRIA E UNILATERAL, APOIO SIM A DISCUSSÃO E MEDIDAS TOMADAS APÓS ANÁLISES CONJUNTAS, PÓS E CONTRAS. SOU A FAVOR DAS BARRACAS E APOIO A IDÉIA DE REARRUMÁ-LAS, COM NORMAS E DETERMINAÇÕES DISCUTIDAS DE FORMA ANTECIPADA. MAS COMO TUDO INDICA, TEREMOS UMA LADEIRA VAZIA, A “SUJEIRA” SERÁ APENAS ESCONDIDA E A FESTA DEIXARÁ DE TER O IMPACTO DE DEVOCIONAL, CULTURAL E DE ENTRETENIMENTO QUE SEMPRE TEVE.

    GRATO

  12. Priscila disse:

    Discorrer sobre fé sempre foi um assunto polêmico. Mas ao que estou observando o assunto em questão não é a fé que anima a tradicional festa do Amparo, mas, sim a retirada das barraquinhas históricas da festa.
    Caro Ricardo apoio seu ponto de vista… Por dois motivos…
    Primeiro retirar as barracas é também destruir mais um patrimônio histórico-cultural de nossa belíssima cidade. Bem sabemos que a cidade não é a mesma que de nossos pais e nosso avos, contudo, isso não é argumento suficiente para a destruição de nossa cultura histórica.
    Fala-se muito na história da igreja do Amparo e da Festa do Amparo de Valença, mas para melhor entendermos temos que recorrer a alguns fatos e aspectos históricos da desarticulada e cheias de meandros história do Brasil.

    Nos domínios das terras que hoje chamamos de cidade de Valença, existiam duas nações indígenas que andavam sempre em pé de guerra, a Tupi e a nação Tapuia, onde os primeiros eram compostos dos índios Tupiniquins que eram mais dóceis e os Tupinambás que eram mais arredios e a outra nação chamada de Tapuia eram compostas dos índios Aymorés/Botocudos/Gueréns
    Tais índios foram pacificados em 1750 pelos Padres Italianos comandados pelo Frei Bernardino de Milão , onde foi organizado uma capela na aldeia Una , atual região do Amparo, vivendo lá cerca de 450 índios Geréns.
    Em 1754 na região do povoado Una ,depois povoado do Amparo nasce a capela muito modesta de Nossa Senhora do Amparo, onde neste momento os índios Gueréns foram deslocados a uma légua para a aldeia de São Fidélis devido as quizilas com os moradores português no Amparo. Segundo Padre Joaquim Pereira da freguesia de Nossa Senhora do Rosário de Cairu, já possuía em 1557 , um capela, cinqüenta casas e 450 almas(Habitantes). É nesse cenário que surge a capela simples, formado de Caixa da Nave da igreja frontal, capela Mor e sacristia, sem a torres laterais sendo terminada somente no ano de 1780.
    Quando Valença é elevada a Vila Nova Valença do Sagrado Coração de Jesus em 1799, então seria elevado a Padroeiro de nossa terra O sagrado Coração de Jesus que seria o titulo da Igreja da Matriz, construída em 1801, pelo fato da determinação da igreja que o Santo da Freguesia é que seria o padroeiro da Vila ou Cidade, contudo isto não aconteceu em Valença pela fé já enraizada no povo de Valença que continuou a considerar e adorar Nossa Senhora do Amparo como padroeira de Valença e depois dos Operários.

    Todavia em 1813 o padre Sebastião Santa Barbara diz que a capela de Nossa Senhora do Amparo “está decentemente ornada e com necessário para a decente celebração do santo oficio da missa”.Tal capela foi reformada pelo capitão Mor Bernardino de Sena e Madureira, proprietário da mansão que ainda hoje funciona a Câmara Municipal de Valença, que colocou relógio importado da Europa na torre esquerda que badalava de uma e uma hora, podendo ser ouvido por toda Valença. Sendo visitada a igreja pelo Imperador D.Pedro II que afirmou “muito bem situada, igrejinha reparada com pintura por Bernardino Madureira.Vê -se daí(da igreja) o Farol do Morro de São Paulo e a vila de Cairu bem longe” e fez ainda uma critica a igreja do Amparo afirmando:” A igrejinha é bonita assim não fosse o teto tão baixo, foi a primeira igreja da Vila de Valença e o vigário já se viu cercado pelo Gentio.

    Após a restauração feita pelo capitão Mor a Igreja de Nossa Senhora do Amparo de Valença ficou assim constituída (fonte IPAC): Planta retangular, com caixa e nave, capela Mor, duas sacristias e dois corredores laterais, telhado com duas águas,fachada mais larga que alta, dividia em três partes por pilastras coríntias, portanto Romanas, Corpo central coroado por frontão recortado e revestido por azulejos brancos e torres laterais uma de cada lado terminadas por cúpulas, em meia laranja, revestidas por azulejos azuis e brancos europeus. Tendo cinco portas superpostas frontalmente por igual numero de janelas que vazam a fachada.O interior é muito rico em detalhes, com cinco altares neoclássicos em talha branca e dourada.Possuindo diversas imagens como as de Nossa Senhora do Amparo, Santa Eficiência,São Joaquim,Nossa Senhora desatadora dos Nós, São Roque, Nossa Senhora da Conceição,Nossa Senhora da Boa Morte, alem de varias telas em óleo de autores desconhecidos como a do Batismo de Jesus,O anjo do Senhor que anuncia o Espirito Santo a Maria, pinturas dos apóstolos João, Mateus, marcos e Lucas simbolizando os quatro evangelios canônicos.
    Em meio a todo esses desenvolvimento histórico e politico fora surgindo a tradição do povo valenciano. E por sua vez as tradicionais “barraquinha”, pois, essas são apenas uma pequena parte de nossa grande historia no cenário Brasileiro. Deste modo exponho o primeiro motivo para ser contra a retirada das “barraquinhas”.
    Segundo motivo, se a retirada das barracas é para ordem publica para diminuir a violência na festa não seria melhor pensar em medidas publicas para dobrar a segurança? Ou baixar uma portaria unificando as barracas para que a festa se torne mais bonita e lucrativa para nossa cidade? Até porque retirar as barraquinhas apenas irá disfarçar os reais problemas sem resolver-los, pois, a aglomeração de pesssoas continuará a acontecer e como já foi exposto nossa cidade não é mesma… “Pessoas má-intencionadas e violentas certamente provocaram problemas…” Além disso particularmente a volta para casa depois da festa se torna mais perigosa do que a própria festa, assaltos e assassinatos estão cada vez mais comuns em nossa cidade o que independe de festa do Amparo ou das barraquinhas da festa… Barraquinhas esta que dão sustento de muitas famílias!!!
    Poderia discorrer mais 20 ou 30 páginas de documentos históricos para demostrar minha revolta com essa portaria… Contudo resumo a apenas algumas palavras: “A INCOMPETÊNCIA DE POUCOS ESTA DESTRUINDO O PATRIMÔNIO HISTÓRICO DE NOSSA CIDADE”.
    Quer um exemplo tenta tirar as barraquinhas ou a lavagem das escadarias da Igreja do Bomfim em Salvador para ver o que acontece. E vamos e convenhamos qual cidade mais violenta Salvador ou Valença?

  13. Valenciano feliz disse:

    É isso aí Ricardo Vidal, sei que é um valenciano da gema e não poderia compactuar com esta aberração intolerante do poder público e do novo pároco que está mal assessorado pelo padre secretário e pelas beatas frustradas da paróquia. Sem contar o grupo de casais contra Cristo que visam o lucro e são os primeiros a fazerem tumulto na ladeira vendendo seus doces e salgados , além de com seus automóveis estacionados impedirem um melhor aproveitamento do espaço. Acrescente por favor na sua lista de solicitações e esclarecimentos, os lustres originais que retiraram juntamente com os azulejos portugueses e muitos dizem que as imagens estão na casa paroquial, é mentira! Tem outras, mas Nossa Senhora da Conceição, Santa Efigênia, os crucifixos e São Gonçalo saberás!

  14. Ricardo Vidal disse:

    Caro ADAIRFS

    Disciplinar e organizar a festa , para que ela possa ter seu brilho duplicado é algo que todos concordam. Uma discussão ampla e democrática sobre a organização do evento deveria ter sido feita pelos poderes competentes. Eu até entenderia se propusessem algumas limitações, como a proibição de vendas de bebidas em garrafas de vidro ou o estabelecimento de uma área de lei seca (como na proximidade da igreja), como conversei com o vereador Jairo. Contudo, o caminho adotado foi a facilidade de se baixar uma portaria, sem nenhum debate. Pior, sem medir as consequências… Espero que essa discussão no blog de Pelegrini reverbere mais na sociedade, para que ela acorde e não permita esse erro vá em frente.

  15. Não só católico disse:

    Você Não nem deveria ir ao Amparo… A festa do Amparo é para os Católicos praticantes. Não pessoas maldosas como você… Mude de religião inha….

  16. Proselitismo puro disse:

    Não só católico, você tem certeza que a festa do amparo é para os católicos praticantes? Ou para os CAÓTICOS? Eles praticam o que mesmo? Vivem como se estivessem numa Faixa de Gaza, disputando cargos, poderes e microfones. Eles praticam a retirada do ganha pão dos pais e mães de filha que esperam o ano inteiro chegar para ganhar um dinheirinho naquela ladeira. Se realmente aquela multidão toda fosse de praticantes não deixariam aquele ambiente tão desprezado durante o ano.

  17. Ricardo Vidal disse:

    Sinceramente, adoro os fundamentalistas! Adoro o ódio e a presunção com que julgam os outros – como se estivéssemos ainda nas trevas da Inquisição. Adoro quando esse fundamentalismo visceral e profundo, a ponto de quase mimetizar com (ou deixar cair a máscara do) farisaísmo. Adoro quando destilam seu ódio com falta de argumentos racionais, porque as suas “caput plena feces” são incapazes de encarar de frente o verdadeiro cerne desse post: que a festa do Amparo não um monopólio de alguns auto-intitulados “católicos praticantes”, mas um patrimônio de TODA A COMUNIDADE VALENCIANA. Só lamento que esses fundamentalistas percam tanto tempo decidindo e punindo os outros que não se prestem a ler com carinho e devida atenção as palavras do Mestre Jesus, que estão contidas na Bíblia… Deveriam ler MARCOS 2, 13-17 (uma lição aos usurpadores da palavra divina, se arrogam de terem o monopólio da “Verdade” [Qual?]); LUCAS 18, 9-14, e JOÃO 4, 1-15 (para lembrar o ensinamento do Cristo Vivo é inclusivo). Deveriam ler o documento final da III Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano, realizado no primeiro bimestre de 1979, em Puebla de los Angeles, para entender que a Igreja de Rito Latino é uma igreja plural na sua unidade, democrática, inclusiva, imersa na sua realidade e ciente de seu ministério é para e pelo o povo. Rezo para que esse milagre aconteça, embora a postura desses fundamentalistas é de quem sequer leu 1 CORÍNTIOS 13, 1-3. Que Nossa Senhora ampare e tenha misericórdia desses coitados (entendidos aqui no sentido medieval dessa palavra)…

    Cara Priscila: seu texto é irretocável! Disse tudo: “A INCOMPETÊNCIA DE POUCOS ESTÁ DESTRUINDO O PATRIMÔNIO HISTÓRICO DE NOSSA CIDADE”. Exatamente os usurpadores que se julgam os “putativos donos da devoção” e discricionariamente decidem que pode ou quem não pode participar de uma festa religiosa… popular!

    Caro Valenciano Feliz, concordo plenamente com sua análise! E te digo mais: várias pessoas com quem conversei sobre o tema mostram sua indignação com a portaria. Felizmente, a tendência é que ela será inócua – o povo irá colocar as barraquinhas na Festa do Amparo, todos os devotos irão participar no grande louvor à Nossa Senhora e no final, terão a alegria de, depois da missa, comprar sua tradicional maçã-do-amor, sua tradicional pipoquinha, sua tradicional batata-frita e beber algum refrigerante. Sâo esses católicos que irão abrilhantar e engrandecer a devoção à Nossa Senhora (ao contrário do que deseja esse tal “Não só católico”…). A não ser que a prefeita cometa (com a chancela da paróquia) o equívoco de reprimir os ambulantes, manchando indelevelmente uma festa tão bonita e querida de Valença.

  18. marcos disse:

    cara priscila, deveria citar que esse texto historico foi copiado de prof.Neto e Prof.Edgard que fala sobre a igreja do amparo para não dar impressão errada de você te-lo escrito.devemos sempre citar as fontes amiga.Mas também concordo com Ricardo Vidal e voce pesquisadora amiga

  19. Otávio Coelho disse:

    “A verdade é que os cães, sempre vão latir, no entanto devemos continuar passando independente de… Os opositores sempre vão existir, no entanto devemos olhar por uma nova ótica, ou seja, devemos olhar para o lado de que eles são instrumentos para o nosso crescimento… Continuem latindo… demônios… oportunistas…

  1. novembro 17, 2013

    […] Querendo ou não algumas correntes (retrógradas) da Sancta Madre Igreja Católica Apostólica, a festa do Amparo seguiu os rumos normais as grandes festas populares: deixou de ser uma mera missa solene para se tornar num patrimônio cultural e marco identitário para Valença. Surgida a mais de cem anos, animada e alimentada pelo povo valenciano (operários, marítimos e magarefes) e com tradições sedimentadas por décadas e décadas de história, a festa do Amparo ganhou uma grandeza que transcende a sua condição de mero “evento religioso” (como pretende os pretensos “verdadeiros” católicos). A festa é um momento ímpar de confraternização e orgulho para o cidadão valenciano. Para os valencianos que emigraram, esse pode ser o momento de visitar a cidade (e rever os amigos e parentes que cá ficaram). Quem não pode vim, alegra-se em ver as fotos pelas redes sociais. Para os católicos mais desgarrados, é o momento de ir para igreja. E por que não dizer, também é a melhor ocasião para que as pessoas mais humildes possam ganhar seu sustento, com o comércio que NATURALMENTE aflora em torno dos eventos religiosos. Êxtase religioso e alegria sincera caracterizam a festa, que é rica com suas tradições – como as barraquinhas com petiscos (maçã-do-amor, batata-frita, cachorro-quente, etc.) e com lembrancinhas. E isso não nenhuma “degeneração”! Pelo contrário, coisas similares aconteceram em Bom Jesus da Lapa, com a Festa do Bonfim em Salvador e com o “Ano Santo Xacobeo” em louvor ao apóstolo Santiago Maior na cidade galega de Compostella. E lá as pessoas souberam aproveitar essa co-existência de sagrado e profano não só para cimentar a identidade cultural da cidade como para auferir lucros com o turismo. (para mais informações, ver o texto no seguinte link: http://pelegrini.org/politica/24819) […]

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