APÓS O SEQUESTRO: RAMIRO DISSE QUE ABANDONARÁ A VIDA POLÍTICA E PROMETE CUIDAR DOS NETOS

Bom, depois que Valença voltou ao normal: Ramiro libertado, Carnaval acabou. Podemos voltar a respírar aliviados. Ramiro é rico, não dá nada a ninguém, mas todo mundo gosta dele, e faz parte da nossa história.

De tudo o que acontecia no Brasil o que mais me preocupava era o sequestro do “Tio”. Apesar dele ter sido um político cheio de polêmicas, mas sempre foi um cidadão que aprendemos a respeitar, por ser um grande empreendedor. Tornou-se um dos homens mais ricos da Bahia e do Brasil sem nunca ter essa vaidade de ser.

Ramiro é uma espécie de figura folclórica, todo mundo tem uma história dele pra contar. Não tem inimigos, reta quando precisa se retar com seus funcionários (nunca com o povo, nem pode), sempre levou a política na base do deboche e ninguém o impediu de fazer o que queria. No seu primeiro mandato como prefeito de Valença, e quando fazia o melhoramento da Orla de Valença, recebeu uma notificação do IBAMA, rasgou jogou pro ar e disse: “voou”. Nunca respeitou regras impostas por quem não conhece o município.

Na sua última gestão a imprensa de Valença levou quatro anos dando porrada nele; sequer dava o troco ou ofendia alguém. Mas isso é uma epécie de de arma que ele tem. O Blog do Pelegrini tinha catalogado todas as ruas esburacadas de Valença, todo dia mostrava uma e dava a chamada cacetada. Um belo dia o blogueiro estava esperando um carro passar para atravessar a rua e de repente o veículo para, salta dele o prefeito Ramiro Campelo, estende a mão e diz: “primeiro a imprensa forte dessa cidade. Pode passar”. O cara é uma epécie de masoquista gozador.

Fico pensando, o que os sequestradores não devem ter sofrido com Ramiro nesse período de cativeiro. Creio que ele pode ter falado pros caras assim: arranja uns palitinhos pra a gente jogar porrinha, quem perder me devolve o dinheiro do sequestro. Já devolveram.

Outra história de Ramiro: Um belo dia, um conhecido nosso ia passando, e Ramiro conversava com um político da cidade, o conhecido entrou na conversa, e Ramiro disse: “tá aqui uma pessoa que vocês deveriam eleger prefeito de Valença (a pessoa com quem ele conversava antes), um cara cheio de boas idéias, já vem lutando há tanto tempo pra ser prefeito e merece governar a cidade”. Ramiro deixou o cara envaidecido. Quando o suposto candidato saiu ele falou para o conhecido: “maluco, tá achando que eu tò falando a verdade, pensa que a coisa é fácil”.

Prá Ramiro não tem meia dúzia, não tem meio tempo, não tem depois a gente conversa, com ele as coisas resolvem na hora, ou então: no dia seguinte nada feito. Aí o açucar pode subir, ele pode chegar atrasado, e a conversa não é mais mil de entrada, é dois mil, ou, só a vista.

Bom, vamos ao que interessa agora:

Ramiro conversou com algumas pessoas após o episódio do sequetro, e disse que está a fim mudar a sua vida daqui pra frente, de agora em diante andará com seus seguranças, irá se expor menos e realizará o grande desejo dos filhos e de dona Solange. Depois dessa: sairá definitivamente da vida política. Ramiro acabou de crer que é um homem visado pelo fato de ser rico e acabou de crer que, sendo rico e sendo político, será mais visado ainda, apesar de sua idade não o atrapalhar nesse legado da política, mas acredita que, agora tem que cuidar mesmo é dos netos. Disse que brincou pouco com as crianças, e que seu lugar é ensinando os netos a viver.

Prá nós é uma grande satisfação ter Ramiro fora da política, porque nos dá a chance de ganhar uma eleição sem disputar com suas “armas”, porém, o que nos preocupa é que, já que Ramiro disse que irá ensinar aos netos, imagina ele cuidando, e ensinando os seus truques aos moleques!?

É foda! Contra um foi um trabalho da zorra, imagina contra outros meia dúzias!?