A PEC 241 serve pra congelar os gastos primários para que sobre dinheiro para o pagamento de juros da dívida

Por Maurício Sena

Não existe nenhum estudo sério que comprove que o gasto público cresceu de forma descontrolada nos governos petistas. Mesmo com as políticas anti-cíclicas do final do governo Lula, o gasto público primário se manteve em níveis controlados. A crise fiscal brasileira deve ser encarada sobre o ponto de vista da receita que vem caindo bruscamente com a crise internacional. Em 2015 Dilma fez o maior contingenciamento da história e em 2016 o déficit fiscal previsto mais que dobrou por responsabilidade exclusiva do governo usurpador que precisava pagar a conta do golpe. O Brasil tem dois gastos que precisam de especial atenção, previdência e serviço da dívida pública. A previdência precisa de reforma, as características sociais de uma nação são dinâmicas e precisamos enfrentar a questão sem demagogia, conservando os direitos dos aposentados e pensionistas que mais precisam. O déficit não é exatamente da previdência, é do país. A outra questão absurda é o serviço da dívida. A dívida líquida brasileira aumentou no governo Dilma, porém ainda distante dos 67% do desastroso FHC. O nosso maior problema não é a dívida em si e sim a sua formação e como ela é administrada. Não dá para num momento de recessão como esse pagar a maior taxa de juros reais do mundo. A PEC 241 serve pra isso, congelar os gastos primários para que sobre dinheiro para o pagamento de juros da dívida. És a agiotagem institucionalizada e legalizada, é o produto do esforço brasileiro descendo pelo ralo da especulação financeira representada pelo rentismo. Um país que paga 500 bi por ano de juros não poderia jamais pensar em congelar gastos com educação e saúde. É um crime contra o povo brasileiro.