Dilma tem 36% no Datafolha e Marina empata com Aécio

No último levantamento divulgado pelo Datafolha mantém a presidenta Dilma Rousseff à frente na disputa presidencial. Ela registrou 38% das intenções de voto, mesmo índice registrado na pesquisa anterior.

Em segundo lugar está Marina Silva (PSB), com 21% da preferência do eleitorado, está tecnicamente empatada com Aécio Neves (PSDB), que registrou 20%.

Considerada a margem de erro de dois pontos percentuais da pesquisa, ambos estão tecnicamente empatados.

Marina foi inscrita como vice na chapa de Eduardo Campos, que morreu em acidente aéreo no último dia 13, mas pode ser oficializada candidata nesta semana.

O estudo foi realizado entre os dias 14 e 15 deste mês e ouviu 2843 eleitores. Realizado ainda sob o impacto da tragédia que matou Campos, a simulação para segundo turno traz Marina tecnicamente empatada com Dilma. A candidata do  PSB registrou 47% das intenções, contra 43% da presidenta.

No cenário em que Aécio foi considerado, Dilma venceria o segundo turno por 47% a 39%.

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2 Resultados

  1. Cazezeu disse:

    Seg, 18/08/2014 às 09:30 | Atualizado em: 18/08/2014 às 17:38
    Desde 1998, quem chega até aqui em 1º lugar vence

    Lilian Venturini e Daniel Bramatti
    Tags: eleições horário eleitoral viradas @estadaoconteudo
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    comentários (15)
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    A partir desta terça-feira, 19, Dilma Rousseff (PT), Aécio Neves (PSDB) e Marina Silva (PSB) terão 45 dias para confirmar ou quebrar uma tradição: desde 1998, a propaganda eleitoral no rádio e na TV não provoca viradas em disputas presidenciais. O chamado palanque eletrônico, porém, já se mostrou decisivo na definição de quem vai ao segundo turno para enfrentar o candidato favorito.

    O impacto mais forte foi sentido na campanha de 2002. Pouco antes do início do horário eleitoral, Anthony Garotinho, então no PSB, tinha 26% das intenções de voto, apenas nove pontos a menos que o primeiro colocado, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). José Serra (PSDB), candidato do governo na época, estava embolado com Ciro Gomes (PPS), ambos na faixa dos 10%.

    Paz e amor

    A campanha televisiva do PT, que apresentou Lula no modelo “paz e amor”, fez o candidato subir de 35% para 45% em um mês e meio. Ciro, que chamou um ouvinte de “burro” durante um programa de rádio, teve esta e outras gafes exploradas na propaganda dos adversários, e perdeu dois terços dos eleitores no mesmo período. Serra se firmou como antítese do PT e garantiu a vaga no segundo turno, enquanto Garotinho não conseguiu decolar.

    Em 2006, foi outro tucano quem tirou melhor proveito do horário eleitoral: Geraldo Alckmin subiu 13 pontos porcentuais no período e forçou a realização de uma segunda rodada eleitoral. Antes da propaganda na TV, Lula tinha mais eleitores que a soma dos adversários, e o PT apostava em uma vitória já no primeiro turno.

    Encolhimento

    Serra e Alckmin sacudiram o panorama eleitoral em 2002 e 2006 com uma vantagem que o PSDB nunca mais teve: o maior tempo de propaganda. Ambos contaram com mais de dez minutos de exposição em cada bloco de 25 minutos, enquanto Lula teve 5min19s na primeira campanha e 7min18s na segunda.

    Perda

    De 2006 para 2010, o PSDB perdeu 30% de seu tempo de TV. Serra, novamente candidato, saiu do horário eleitoral praticamente como entrou, na faixa dos 30% do eleitorado. Quem cresceu, principalmente na reta final, foi Marina Silva, então no PV: ela dobrou sua taxa de intenção de votos durante o período de exposição na TV. Mas o impulso foi insuficiente para que ela fosse ao segundo turno.

    Em 2014, o candidato do PSDB, Aécio Neves, terá ainda menos tempo: 4min35s, quase 40% a menos do que Serra há quatro anos. Marina, que teve 1min23s em 2010, agora passará a pouco mais de 2 minutos.

    Migração

    Para o cientista político Carlos Pereira, professor da FGV-RJ, o horário eleitoral fixo vem perdendo importância com a fuga dos espectadores para os canais de TV paga. “O que tem sido mais efetivo são as inserções rápidas, na TV e no rádio”, afirmou.

    Pereira e a cientista política Alessandra Aldé, professora da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), consideram que o horário eleitoral tende a influenciar mais o eleitorado indeciso. O número de indecisos ou dispostos a votar em branco ou nulo caiu de 53% a 63% nas campanhas de 1998, 2002 e 2006 entre o início e o final do período de propaganda. Em 2010, a queda foi de apenas 32%.

    Na avaliação de Carlos Pereira, mesmo os indecisos não fazem a escolha apenas com base na propaganda. “O eleitor médio pode não ter grau aprofundado de informação, mas sabe o preço do leite, se seu bairro está seguro ou se falta água”, afirma o pesquisador. “São informações que ele observa em sua rotina, e com base nelas pode tomar decisões racionais.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

  2. Ailson disse:

    A Espetacularização da Morte de Campos

    A morte de Eduardo Campos e a possibilidade de Marina Silva deixar a posição de candidata a Vice-Presidência e encabeçar a chapa de sua Coligação mudou momentaneamente o cenário político eleitoral para a Presidência da República, mas a questão ideológica vem perdendo força para o apelo emocional, o que por certo despolitiza o processo eleitoral.

    Com a morte de Eduardo Campos, o nome de Marina Silva estava longe de ser consenso na coligação e principalmente no seu atual partido, o PSB, devido o interesse da ambientalista de garantir o registro do Partido Rede Sustentabilidade e das divergências em relação ao agronegócio.

    Diante do fraco desempenho do PSB nas pesquisas de intenção de voto nos estados e do aual momento de comoção nacional, os principais líderes passaram a defender Marina Silva como o nome natural para substituir Eduardo Campos para revitalizar as campanhas dos correligionários. Tal postura sinaliza despolitização do processo eleitoral que pode apresentar resultados imediatos, mas não se manter até o dia das eleições e favorecer a Presidente Dilma.

    A exposição midiática tem peso no comportamento do eleitor, mas não é suficiente para o (a) candidato (a) obter êxito no dia da eleição. No caso em análise, garantir a passagem para o segundo turno. É necessário considerar que Marina Silva precisa da energia vital nos estados que é o palanque competitivo. As atuais pesquisas mostram que isso está longe de acontecer e não parece uma estratégia adequada espetacularizar a morte de Eduardo Campos porque o eleitor não é só emoção, ele acompanha os fatos, vivencia a dinâmica dos acontecimentos políticos e se identifica com alguns modelos de gestão, os quais costumam embasar o seu voto.

    Os Correligionários sabem que com Marina Silva como candidata a Presidência da República não há expectativa de legado algum para o PSB devido sua disposição em registrar o Partido Rede Sustentabilidade. Então ela seria apenas uma alternativa para tentar salvar candidaturas que estão em perigo nos estados. Renata como candidata a Vice-Presidente é parte deste pragmatismo político e também alternativa para manter viva a forte comoção do eleitor brasileiro com a morte de Eduardo Campos.

    Alguns analistas podem dizer que o nome de Marina se impõe porque antes da definição das candidaturas ela já despontava nas pesquisas com chances de ir para o segundo turno com Dilma Rousseff. Na ocasião, a ambientalista tinha 24% e hoje tem 21%, o que garante momentaneamente a segunda colocação. Mas não podemos esquecer que ela terá dificuldade para lidar com as divergências internas e principalmente para apresentar uma proposta alternativa capaz de convencer o eleitor de que se trata de uma candidatura que representa a mudança na política.

    A reviravolta no cenário político atual a partir do episódio com Campos cria expectativas de mudança de governo, mas não se sustentará caso a maioria do eleitorado que são de classes consideradas menos favorecidas da sociedade não se sinta convencido que terá com Marina Silva um país com melhores condições de vida e com justiça social.

    Ailson Oliveira
    Professor

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