APERTEM OS CINTOS A PEDIATRA SUMIU
Irene Dóres
Que a saúde no Brasil está na UTI todos sabem; que as UTIs no Brasil estão à beira da morte todos sabem também, todavia existem lugares bem piores que outros. E os problemas cruciais para a manutenção da saúde do brasileiro só vão aumentando, se fizermos um diagnóstico sobre a quantidade de médicos formados e a prestação do serviço médico, perceberemos que na maioria das vezes faltam médicos, em outras faltam recursos, mas em outra grande maioria sobra o descaso médico que coloca em perigo e ou põe fim em vidas que nem chegam a ser vivenciadas. Não está entendendo? Vamos seguindo você entenderá logo.
Após o povo nas ruas discutir as desgraças da saúde na atualidade, há um projeto para socorrer os não portadores de plano de saúde, mas este já enfrenta o descontentamento dos médicos mais antigos. Mas porque isso acontece? Medo de perder aqueles amontoados de plantões que só enriquecesse o profissional da saúde e cada vez mata mais pessoas? Por que será que estão contra a obrigatoriedade do médico recém-formado passar dois anos atendendo à população do SUS? É obvio que o infeliz vai deixar de ganhar mais dinheiro, não é isso que interessa aos médicos? Isso foi dito com todas as letras, a saúde mesmo é objeto de segundo plano. E o que se vê no país? Pessoas morrendo nas portas dos Prontos Socorros da vida por falta de socorro, e quando conseguem entrar acabam falecendo porque o profissional que ali está não conseguiu diagnosticar através dos sintomas apresentados o que o paciente tem de verdade, ou por ter ficado por dias abandonado no corredor a espera de uma cirurgia que nunca vão realizar porque ele não tem dinheiro para pagar. Se chega alguém enfartando lhe aplicam um sedativo e coração explode literalmente. É nesse contexto que os médicos rejeitam a proposta de humanização daqueles que irão cuidar da saúde das pessoas sem recurso.
Uma questão que se prolifera silenciosamente são os óbitos dos nascituros pobres que morrem por asfixia ao nascer. Isso acontece por puro descaso médico, mesmo vendo que a mãe não tem condição de ter um parto normal, o médico que não vai receber nada do paciente por aquele parto, deixa o bebê completamente sem o líquido protetor (amniótico) e quando percebe que possivelmente a mãe também vai morrer, resolve fazer a cesariana e retiram o bebê morto, e se ainda está vivo, geralmente nasce quase sem poder respirar o que vai lhes causar futuramente foco e ou epilepsia , prejuízo que carregarão para ao resto da vida enquanto o responsável físico e moral não sofrer nenhuma sanção. E você pensa que os pais pobres são informados do estado que o bebê nasceu? Claro que não, simplesmente o pediatra responsável pelo parto retém o bebê em uma incubadora, entrega no dia seguinte sem nenhuma informação e os pais não têm sequer o direito de procurar tratar o bebê para que não venha desenvolver o problema mental futuramente.
Você deve estar pensando que isso acontece muito longe né? Errou! Isso acontece aqui mesmo onde estamos, existe pessoa bem próxima a mim que sofreu com esse problema. E agora essa semana aconteceu caso semelhante onde uma parturiente perdeu todo líquido e esperou por muitas horas até que o médico resolvesse fazer sua cesariana, então levaram o bebê para uma incubadora e o os pais sequer souberam o porquê. Para entender o que se passava com o bebê que lá se estava, perguntamos à enfermeira (técnica) que lá se encontrava o que estava acontecendo, e ela disse que não podia informar ao pai do bebê por que ele estava ali, que só a pediatra de plantão poderia informar, então fomos procurar a pediatra de plantão, que deveria estar no plantão, mas ela não estava no hospital, rodamos a Santa Casa por um período de 1h 20m e não encontramos a pediatra na casa, mas ela estava de plantão. CADÊ A PEDIATRA? Sumiu, e agora quem explica o motivo do bebê estar longe da mãe sem poder sequer mamar? Bem após o pai passar 03 horas de pé na porta do Centro Cirúrgico, a pediatra passou, mas ele não a conhecia porque apesar de tê-lo visto pela manhã na porta da enfermagem neonatal, a pediatra não procurou saber se ele era o pai nem se apresentou como tal para explicar o que acontecera com seu filho.
Nesse instante o médico que fez o parto apareceu e ele, o pai, perguntou o que estava acontecendo, o medico lhe respondeu que apenas fez o parto, mas não sabia dizer o motivo do internamento, e finalmente o médico trouxe a pediatra que informou que o bebê nasceu com insuficiência respiratória. Por que será que isso aconteceu? Será os médicos não sabem que um bebê sem o liquido amniótico está com a vida em risco? Porque será que o pai sequer foi informado das dificuldades no nascimento de seu filho, seria porque o responsável pediátrico não tem conhecimento das sequelas que esse bebê vai ter ao crescer? Como é que a gente classifica um ato desses? Descaso, desinteresse pelo menos favorecido monetariamente? Ou faltou a esses médicos passarem por um período de humanização para aprender enxergar o ser humano no atendimento ao invés das cifras.
Gente isso precisa mudar e só quem pode fazer isso é você, através da observação, da reclamação, da denúncia e principalmente do voto, porque quem mantém a desgracença ou melhora do país são os deputados e senadores que você escolhe para lhe representar, os vereadores de sua cidade também, fique de olho, e tenha consciência o dinheiro que o médico ganha do SUS e pago também por você. Ele tem a obrigação de te dar um tratamento digno, ele pode responder na justiça pelo mau desempenho, ela existe para todo mundo. Veja o que está acontecendo no país e como os deputados e senadores estão votando este ano, em 2014 eles vão precisar de sua ajuda, aí você retribui da mesma forma, ou seja, retira eles do congresso e da câmara dos deputados.
Notei que voce entende MUITO de medicina mesmo! voce se baseia em que ao dizer que um sedativo para um infartado faz o coracao “explodir” ? E se voce ler um pouco, sabe que o PROTOCOLO do ministerio da saude diz que bolsa rota ( perda de liquido), tem indicacao de cesareana apos 24 horas.
por favor, nao fale o que nao sabe
Não gosto de comentar nesses blogs, mas acho que quem escreveu, deve achar que tem saber notório em Medicina e saúde porque para afirmar assim… Você tá falando muita bobagem ai. Bolsa rota não é indicação de cesariana imediata, em maternidades de alto risco há casos de bebês que passaram dias no útero da mãe devido a prematuridade com o acompanhamento da vitalidade fetal, esta vitalidade fetal devia estar sendo acompanhada esperando-se o parto natural, que é o ideal, e quando foi percebida a necessidade a cesárea foi feita.
Quanto ao sedativo e o infarto prefiro nem comentar pois no protocolo de tratamento de infarto agudo do miocárdio o sedativo não é droga principal nos guidelines. Outras coisas que você comentou não vou perder meu tempo falando, te sugiro pesquisar para não falar bobagem.
Em relação aos médicos recém-formados trabalharem no SUS como proposta do governo, o plano “mais médicos” é uma política eleitoreira, de um governo que simplesmente se exime de culpa no caos que a saúde se encontra e acha que colocando mais médicos vai resolver… Faltam médicos no interior sim, mas não é por falta de profissionais no Brasil, é por falta de investimento na saúde e na qualidade dos serviços. Medicina não se faz apenas com estetoscópio no pescoço… para fazer pré-natal precisa-se solicitar exames de laboratório e ultrassonografias, a clínica é soberana, e muitos diagnósticos são fechados com a entrevista e o exame físico, porém muitas vezes é necessário solicitar exames que demoram até 6 meses para serem entregues, tem hospitais públicos pelo Brasil onde falta gaze, adrenalina, dipirona, dentre outras drogas essenciais… Enquanto fecha os olhos para isso o governo propõe que venham médicos estrangeiros sem comprovar a sua qualidade para atender a população, abre faculdades de medicina pelo país sem prezar por qualidade enquanto sucateia os cursos já existentes, amplia o curso para 8 anos com dois anos de trabalho (sim, os “estudantes” terão função de médico, trabalhando na mesma rotina e com mesmas responsabilidades e recebendo uma bolsa, que não representa nenhum vínculo trabalhista, numa profissão onde os contratos já são precários) no SUS, sendo que toda graduação já é realizada no SUS, servindo e atendendo também, principalmente nos últimos dois anos, o internato…
Me estendi muito e não pretendia, só te peço que antes de falar as coisas confirme o que está falando e se identifique, não se esconda atrás de um “blog”