PT DE VALENÇA TERÁ DOMINGO DE FESTA

image DE CARA NOVA: Jonas Andrade, o novo presidente do PT de Valença, empossado em setembro de 2012 anuncia uma nova fase de muitos debates, plenárias e diz que promoverá reuniões periódicas em 2013, ano em que acontece o PED – o Processo de Eleições Diretas que submete a escolha dos dirigentes ao voto de cada filiado. Nosso partido precisa conversar, discutir, debater e ouvir os seus filiados.

No último dia 14 de fevereiro, o Diretório Municipal do Partido dos Trabalhadores se reuniu para discutir o alinhamento político da sigla em Valença. Na conjuntura atual, o partido se manterá observando o governo municipal, sendo a favor de todos os projetos que beneficiem a população de Valença. "Não haverá oposição sistemática, mas ser neutro nunca foi o caso do PT", avisa o presidente Jonas. 

image "Tínhamos um projeto claro para Valença e o colocamos como opção aos valencianos nas eleições. Agora, a disputa acabou e nós definimos a posição partidária em relação à gestão municipal. O PT não participa da administração atual, mas seremos sempre a favor dos interesses do povo valenciano. O PT estará atento e será contra à falta de transparência e a tudo que não for bom para a nossa cidade", ressalta Jonas Andrade – Presidente do PT de Valença.

Jonas afirma ainda que as críticas serão sempre construtivas, no sentido de contribuir. Nada de ofensas ou marcação.

O vereador Adailton segue a orientação do partido e vem se destacando logo no início de seu mandato. "Primeiro foi Martiniano que fez um grande mandato como vereador, que orgulha muito o nosso partido. Agora, Adailton também está mostrando porque o jeito petista de fazer política conquistou o povo brasileiro", comemora Jonas. 

Na manhã deste domingo (03), os novos filiados serão recebidos numa plenária de formação, onde conhecerão a história do partido, que foi criado em 1980 com um viés socialista e democrático, dentro do vácuo político criado pela repressão do regime militar aos partidos comunistas e aos grupos de esquerda existentes na época. Em Valença, o número de filiados já passa de mil.

O evento também comemora os 33 anos do PT e os 10 anos de governo cujo tema é DO POVO – PARA O POVO – PELO POVO.

Luana Figueiredo

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13 Resultados

  1. Delator Premiado disse:

    O pt de Valença é a maior vergonha do universo, enquanto cresce em outros lugares aqui, afunda cada vez mais na arrogancia e vaidade. se as facções existentes não se desarmarem e derem as mãos, esse partido vai pro brejo. Só tem porra louca nesse partido e um monte de gente que se acha dono dele. Do povo, pelo povo e para o povo? deveria ser assim: Do poder, pelo poder e para o poder!

  2. Intervenção disse:

    Por favor me esclareça uma dúvida o carro que o secretário de educação utiliza para visitar as escolas é o da paróquia ou do município?

  3. Voto de Pobre não Vale! disse:

    Dilma diz que aliança com PMDB terá “longa vida”
    Por Débora Bergamasco, Eduardo Bresciani e Rafael Moraes Moura | Estadão Conteúdo – 17 horas atrás
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    O vice-presidente da República, Michel Temer, recebe a presidente Dilma Rousseff (PT) durante a convenção do PMDB, …
    Em um esforço para aparar as arestas com a base aliada num momento em que tenta costurar o caminho da reeleição, a presidente Dilma Rousseff discursou há pouco na Convenção Nacional do PMDB, em Brasília, afirmando que a aliança com o PMDB terá “longa vida” e voltou a atacar a oposição, celebrando as conquistas da sua administração.
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    “O convite do PMDB pra estar aqui ofereceu oportunidade extraordinária para que nós juntos possamos celebrar essa parceria sólida, produtiva e que sem dúvida alguma terá uma longa vida”, discursou a presidente, sob aplausos, após iniciar o discurso com um cumprimento ao “meu grande parceiro Michel Temer”.
    A referência a Temer voltou no final do discurso, com Dilma afirmando que deseja “vida longa à nossa aliança, à nossa parceria”. “Me dirijo calorosamente ao meu amigo Michel Temer, para agradecer mais uma vez o apoio, a competência, a solidariedade e a lealdade, essa é uma parceria que muito me honra e quero dizer que nós, juntos, eu e o Temer, vocês, a base aliada, meu partido, PMDB e todos os partidos da base aliada temos esse desafio maravilhoso que é transformar o Brasil.”
    O afago de Dilma no PMDB ocorre no momento em que o Palácio do Planalto vê cristalizar uma possível candidatura do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), à Presidência da República – para barrar os planos de Campos, petistas cogitaram inclusive oferecer a ele a vaga de vice de Dilma em 2014.
    “Mercadores do pessimismo”
    Atacando a oposição, Dilma disse que o seu governo fez o que os “adversários políticos, quando puderam, não souberam ou não quiseram fazer”. Ao falar de economia, Dilma destacou que a inflação está sob controle e que a indústria começa a dar sinais de recuperação.
    “Mais uma vez, os mercadores do pessimismo vão perceber, vão perder como perderam quando previram o racionamento de energia, mais uma vez os que apostam todas as fichas no fracasso do País vão se equivocar. Torcer contra é o único recurso daqueles que não sabem agir a favor do Brasil, em tudo que foi feito, é normal que tenhamos enfrentado interesses divergentes que estavam acostumados ao passado”, atacou.
    A presidente disse que, antes, “crises maiores” que a atual “quebravam o Brasil, “levavam o País a bater à porta do FMI (Fundo Monetário Internacional), pedindo de joelhos, recursos e dólares”. “Hoje, o País tem 378 bilhões de dólares de reservas, não deve nada a ninguém, olha a todos nos olhos”, prosseguiu.
    A presença de Dilma na convenção ocorre um dia após a presidente cumprir uma intensa agenda de eventos no Rio de Janeiro, acompanhada do governador Sérgio Cabral e do prefeito Eduardo Paes – seus dois maiores aliados peemedebistas na região. PT e PMDB, no entanto, estão em pé de guerra no Rio, após o senador Lindbergh Farias (PT) se lançar à campanha pelo governo estadual, contrariando os planos do PMDB, que quer emplacar o vice-governador Luiz Fernando Pezão.
    Dilma destacou a parceria com as autoridades do Rio de Janeiro, defendendo que “essa parceria é baseada na capacidade de gestão, também na força e na determinação de transformar”. Enquanto a presidente discursava, populares bradavam gritos de “É união, é união, Dilma, Cabral e Pezão” e “Ô presidenta, por favor/ 2014 é Pezão governador”,
    A presidente destacou o “empenho e dedicação” dos ministros do PMDB ao seu governo. “Juntos, PMDB, PT e os demais partidos da base aliada fizemos o nosso dever para com o nosso País. Por causa dessa base, desse imenso mercado interno, rompemos com aquela dualidade, visão conservadora que dizia que primeiro a gente tinha de crescer para depois distribuir o bolo, nós, juntos, PT, PMDB e partidos da base aliada, afirmamos, pelo contrário, que quando o bolo é distribuído o País cresce cada vez mais”, disse Dilma.

  4. LEONARDO LACERDA, disse:

    Gostaria de saber de alguns babacas do PT de Valença, qual a posição deles sobre esse pronunciamento da Presidenta Dilma. Enquanto eles lá costuram uma aliança para se manter no poder aqui em Valença os seus membros por terem um pensamento mesquinho faz oposição ao PMDB, enquanto isso o Grupo do Chacal continua no poder tirando o sonho do nosso povo. Para o PT de Valença Ramiro e Jucélia são seus aliados, enquanto Ricardo Moura que sempre o apoiou é seu inimigo.
    Realmente não dar para entender a politicagem dessas pessoas!

  5. Amigo disse:

    Intervenção, por acaso você é do Conselho Paroquial? É pároco? Bispo? Arcebispo? Papa?

    Você é católico? Devolve seu dízimo? Tem como provar isso?

    Me responde e depois conversamos melhor.

    Só por motivo de informação, o secretário de educação faz o seu deslocamento até a secretaria de educação andando.

    Acho melhor que cada um cuide de sua própria vida.
    FICA A DICA

  6. Slot disse:

    O PT local precisa repensar sua forma de fazer política, difícil de acreditar que um grupo político com a ‘máquina’ a seu favor não consegue tecer alianças estratégicas e trazer representatividade para ao menos se tornar crível como operador de mudanças para uma população. Sou simpático ao partido por minha militância estudantil, mas todo mundo sabe da divisão interna e da busca do poder pelo poder por alguns vaidosos petistas. Não precisa se ter a Prefeitura nas mãos para fazer nome na cidade, monta um grupo de trabalho, usa o vereador eleito, busca fazer um renovação no seu quadro representativo (ainda existem bons valencianos pensantes) trás melhorias para a cidade, meios se tem, vontade de se fazer não sei. O conceito de direita e esquerda hoje em dia se confunde, a gente não quer um partido que fique apenas criticando, a gente quer um que busque soluções e mostre alternativas, hoje temos a internet, o melhor meio de divulgação e promoção das ações. Quem sai ganhando é a cidade.

  7. ROBSON disse:

    PELÉ..ESTIVE AGORA NO CEMITÉRIO DE VALENÇA E A SITUAÇÃO LÁ É UM CAOS…VARIAS SEPULTURAS ABERTAS , À MOSTRA OS CRANIOS, OSSOS DOS SEPULTADOS -NO FINAL DO CEMITÉRIO PELO PORTÃO LATERAL – .A PREFEITURA DEVERIA OLHAR PARA ESTA SITUAÇÃO

  8. Prof disse:

    Será que o PT não poderia se meter na história política municipal e financiar um empréstimo para resolver o problema salarial de nós professores do município?

  9. francisco disse:

    Qro ver os gasto de combustivel da PMV, será que ja teve licitação do combustivel ou vão aditivar tudo que era da outra gestão,parece mentira,mais tio ramiro continua com tudo nesta sua segunda administração,agora é vergonhoso um padre usar carro da prefeitura em horarios que não é do seu trabalho como secretário de educação,mais como ele esta nesta secretária por força de Lelo para benzer os armengues que por hora se faz neste começo de mandato,agora vamos ver como ele vai se comportar com os professores que são o caminho do desenvolvimento,enquanto isso jucélia continua alugando casas de parentes para usar na ação social, na bolivia tem 2 casas, uma é no antigo mercado opção,junto da padaria comunitária, e a outra fica do lado do CRAS junto a outra panificadora, é só ir lá e confirmar, todos parentes da mocinha prefeita.

  10. Acreditamos na mudança…. Força Jonas……

  11. PARA PROFESSOR disse:

    PROFESOSR, O PT NÃO GOVERNA VALENÇA E NÃO PODE SE METER NA ADMINISTRAÇÃO. ERA SÓ O QUE FALTAVA AGORA O PT RESOLVER OS PROBLEMAS DE VALENÇA SENDO JUCÉLIA A PREFEITA. O POVO ESCOLHEU ELA E ELA QUE TEM QUE RESOLVER. O PT PODE AJUDAR DE LONGE MAS MUITO POUCO. COBRA DE QUEM TEM QUE COBRAR.

    O PROBLEMA DO PAGAMENTO DOS SALÁRIOS ATRASADOS NÃO É DINHEIRO. DINHEIRO TEM MAS TEM QUE PAGAR OS FORNECEDORES PRIMEIRO E O FINANCIAMENTO DA CAMPANHA QUE NÃO CONSEGUIRAM PAGAR A TODOS AINDA. SEM AUDITORIA DAS CONTAS DE RAMIRO NINGUEM VENHA ,ME DIZER QUE ELE DEIXOU ROMBO. QUAL O ROMBO? DE QUANTO? QUAL A VERDADEIRA SITUAÇÃO DE VALENÇA? O POVO QUER VER EM RELATÓRIOS DA AUDITORIA E DENÚNCIAS AO MINISTÉRIO PÚBLICO E NAO EM DISCURSOS.

  12. Quero Explicação!!! disse:

    Os “companheiros” do PT de Valença estão equivocados com a quantidade de filiados, onde eles dizem na matéria que já passa de mil, leia-se 510, relação esta que é oficial do TRE, possa ser que alguns tenham se filiados e o nome não saiu na lista do Tribunal Eleitoral, agora se com a eleição esse numero passou um pouco mais de 500, será que com a derrota do PT esse numero duplicou. Com a palavra da Assessora de Comunicação mais esperta do Baixo Sul a senhora Luana Figueredo.

  13. Ricardo Hage disse:

    Em texto exclusivo para o 247, o escritor Fernando Morais relata um episódio pessoal, de quando concorreu ao governo de São Paulo, e diz que o país sonhado no poema “O outro Brasil que vem aí”, escrito por Gilberto Freyre, em 1926, pregando a esperança contra o medo, começou com Lula e continua com Dilma; leia

    23 DE FEVEREIRO DE 2013 ÀS 06:23

    Por Fernando Morais, especial para o 247

    A festa de celebração dos 10 anos de governo do PT, realizada nesta quarta-feira, me fez lembrar de um episódio ocorrido em 2002, durante a vitoriosa campanha de Lula.

    No começo de junho daquele ano fui chamado para um encontro com o ex-governador Orestes Quércia, presidente do Diretório Estadual do PMDB, partido ao qual eu era – e sou – filiado. Sem muitos prolegômenos, ele foi direto ao assunto: o partido me convidava para ser candidato a governador de São Paulo. Ele, Quércia, disputaria uma das duas vagas de senador em jogo naquelas eleições.

    Mal refeito do susto, respondi que era uma honra etc etc, e que eu aceitava – mas havia uma questão que certamente inviabilizaria minha candidatura. Eu estava decidido a fazer a campanha de Lula e votar nele para presidente, a despeito da decisão da direção nacional do partido de apoiar José Serra. A aliança com os tucanos havia sido cimentada com a indicação da senadora Rita Camata, do PMDB capixaba, para vice de Serra. Para minha surpresa, Quércia topou, mesmo sabendo que sua decisão poderia implicar em uma intervenção da direção nacional na Executiva paulista. Estendeu-me a mão a anunciou: “Então está fechado. E você não vai sozinho com o Lula. O PMDB paulista, como um todo, vai apoiá-lo para presidente.”

    Durante dois meses eu acordava todos os dias às seis da manhã, chovesse ou fizesse sol, pegava um avião e saía pelo Estado pedindo votos. Nesse período devo ter percorrido mais de cem municípios. Participei de um único debate, na TV Bandeirantes – do qual saí com um processo movido contra mim pelo governador e candidato à reeleição Geraldo Alckmin, do PSDB. Minha pele foi salva pelos craques Manuel Alceu Afonso Ferreira e Camila Cajaíba, meus defensores. Derrotado na Justiça, o governador ainda teve que pagar as custas do processo – os tais “honorários de sucumbência” – dinheiro que eu pretendia que fosse doado ao MST, mas que acabou sendo destinado ao Fundo Social de Solidariedade de São Paulo. Anos depois recebi um polido telefonema de Alckmin, sugerindo que puséssemos uma pedra sobre o assunto. Mas isso é outra história.

    Minha campanha foi muito difícil. Embora tivesse que enfrentar pesos-pesados com máquinas poderosas, como Alckmin, Maluf e Genoíno, eu contava com pouquíssimos recursos e estrutura muito precária. Com índices miseráveis nas pesquisas (acho que nunca passei dos 5%), eu apostava no grande trunfo do PMDB: no horário eleitoral eu iria dispor de cinco minutos diários – que na verdade eram dez minutos, já que o programa era exibido duas vezes por dia. Quem quer que tenha elementar noção do poder da televisão sabe que cinco minutos diários na TV são uma eternidade. E era na TV que eu pretendia virar o jogo.

    No dia 15 de agosto, quando faltavam duas semanas para a estreia do horário eleitoral, liguei para o marqueteiro contratado pelo PMDB para sugerir que começássemos a gravar meus pilotos para o programa de televisão. Para meu espanto, o publicitário respondeu que na primeira semana o horário do partido seria integralmente ocupado por Quércia – que já dispunha dos três minutos destinados ao candidato ao Senado. “São ordens do próprio Quércia”, reiterou, “e eu obedeço ordens de quem paga as minhas contas”. Para encurtar a conversa, no dia seguinte denunciei a tramoia publicamente e retirei minha candidatura.

    Entrei na campanha do PT e passadas algumas semanas fui convidado a participar de um ato de artistas e intelectuais em apoio a Lula no Rio de Janeiro. Ao chegar ao salão apinhado de gente (acho que era na churrascaria Porcão), fui informado de que eu falaria “em nome dos escritores”. Apanhado de surpresa, eu não sabia direito o que dizer. Foi então que me lembrei que trazia na mochila uma preciosidade: um poema escrito em 1926 por Gilberto Freyre que me fora mandado dias antes por e-mail por uma amiga de Jaboatão dos Guararapes, em Pernambuco. Na verdade eu ignorava que o autor de “Casa Grande e Senzala” era dado à poesia. Mas não tinha dúvidas de que aqueles versos septuagenários de pouco mais de trezentas palavras caíam como uma luva para o momento vivido pelo Brasil, na iminência de eleger pela primeira vez um operário para a Presidência da República. O poema parecia atual também pela circunstância de que dias antes a atriz Regina Duarte aparecera no programa de TV de José Serra afirmando “ter medo” – medo, claro, de que Lula ganhasse a eleição. Enquanto Regina falava em medo, Gilberto Freyre semeava esperança.

    Quando chamaram meu nome, subi ao palco e anunciei que, em vez de fazer um discurso, eu leria uma ode à esperança, o poema de Freyre:

    O outro Brasil que vem aí

    Gilberto Freyre, 1926

    Eu ouço as vozes

    eu vejo as cores

    eu sinto os passos

    de outro Brasil que vem aí

    mais tropical

    mais fraternal

    mais brasileiro.

    O mapa desse Brasil em vez das cores dos Estados

    terá as cores das produções e dos trabalhos.

    Os homens desse Brasil em vez das cores das três raças

    terão as cores das profissões e regiões.

    As mulheres do Brasil em vez das cores boreais

    terão as cores variamente tropicais.

    Todo brasileiro poderá dizer: é assim que eu quero o Brasil,

    todo brasileiro e não apenas o bacharel ou o doutor

    o preto, o pardo, o roxo e não apenas o branco e o semibranco.

    Qualquer brasileiro poderá governar esse Brasil

    lenhador

    lavrador

    pescador

    vaqueiro

    marinheiro

    funileiro

    carpinteiro

    contanto que seja digno do governo do Brasil,

    que tenha olhos para ver pelo Brasil,

    ouvidos para ouvir pelo Brasil,

    coragem de morrer pelo Brasil,

    ânimo de viver pelo Brasil,

    mãos para agir pelo Brasil,

    mãos de escultor que saibam lidar com o barro forte e novo dos Brasis

    mãos de engenheiro que lidem com ingresias e tratores europeus e

    norte-americanos a serviço do Brasil

    mãos sem anéis (que os anéis não deixam o homem criar nem trabalhar).

    mãos livres

    mãos criadoras

    mãos fraternais de todas as cores

    mãos desiguais que trabalham por um Brasil sem Azeredos,

    sem Irineus

    sem Maurícios de Lacerda.

    Sem mãos de jogadores

    nem de especuladores nem de mistificadores.

    Mãos todas de trabalhadores,

    pretas, brancas, pardas, roxas, morenas,

    de artistas

    de escritores

    de operários

    de lavradores

    de pastores

    de mães criando filhos

    de pais ensinando meninos

    de padres benzendo afilhados

    de mestres guiando aprendizes

    de irmãos ajudando irmãos mais moços

    de lavadeiras lavando

    de pedreiros edificando

    de doutores curando

    de cozinheiras cozinhando

    de vaqueiros tirando leite de vacas chamadas comadres dos homens.

    Mãos brasileiras

    brancas, morenas, pretas, pardas, roxas

    tropicais

    sindicais

    fraternais.

    Eu ouço as vozes

    eu vejo as cores

    eu sinto os passos

    desse Brasil que vem aí.

    Emocionado, e diante da emoção daquela multidão, não resisti e repeti o verso final:

    Eu ouço as vozes

    eu vejo as cores

    eu sinto os passos

    desse Brasil que vem aí.

    À saída Lula me pediu uma cópia do poema, que passou a ler no encerramento de todos os comícios dali em diante. Na primeira entrevista depois de eleito, ele declarou aos jornalistas: “O mais importante é que a esperança venceu o medo” – expressão que o ágil marqueteiro Duda Mendonça havia transformado em bordão de campanha.

    Seria arriscado afirmar que o poema de Gilberto Freyre tenha sido profético em relação à Revolução de 30 – até porque a primeira providência do grande sociólogo, após a chegada de Vargas ao poder, foi asilar-se em Portugal. Nem acredito que Freyre, se vivo fosse, estaria ao lado dos petistas. Mas ao reler “O outro Brasil que vem aí” é impossível deixar de pensar que o país sonhado no poema começou com Lula. E continua com Dilma.

    Fernando Morais, jornalista e escritor, é autor, entre outros, dos livros “Olga”, “Chatô” e “Os últimos soldados da Guerra Fria”.

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