Arquivo Mensal: novembro 2014

Dos livros valencianos que Valença ignora (para Janete Vomeri)

vidal

Ricardo Vidal
Escritor, especialista em Estudos Linguísticos e Literário,
membro da Academia Valenciana de Educação, Letras e Artes
 
Eu reorganizava minha biblioteca quando me deparei com um problema maquiavelicamente agradável: a quantidade de livros de autores do Baixo Sul crescera de tal forma que não cabem mais em uma prateleira de literatura baiana. Tinha que organizar uma prateleira específica para os autores de minha terra. 
 
Em uma análise superficial, alguém poderia creditar o fato a atual fase alvissareira, em que os autores de nossa terra têm publicado muitos livros em um período muito curto de tempo: algo como um novo livro a cada seis meses. Só em 2015 Valença viu o lançamento de oito novos livros, cinco dos quais compõe a “Coleção do Baixo Sul”. Contudo, como me referi antes, isso é uma análise superficial, pois a outra fonte de “novas” aquisições para minha biblioteca foi o garimpo nos sebos e são desses livros que eu gostaria de falar mais amiúde. Depois de horas e horas na frente do computador, conseguir achar algumas raridades de cair o queixo. Vejamos algumas:
 
Do Conselheiro Zacarias (cujo bicentenário de nascimento comemora-se no ano que vem) conseguir comprar duas obras: um volume com a coleção completa de seus discursos parlamentares e o seu tratado político “Da natureza e limites do poder moderador”. Seus discursos comprovam o porquê de ter recebido comentários favoráveis de Machado de Assis e Humberto de Campos: uma verdadeira aula de como debater política em alto nível, mesmo nos ataques cáusticos aos adversários. Sua obra-prima ajuda a entender não apenas o que se passou no meio do segundo reinado, como qual era mentalidade de parte da elite brasileira da época.
 
Igualmente interessantes são os escritos de Fábio Luz. Como o romancista, “Elias Barrão” e “Chica Maria” (1915) mostram um autor que analisa a realidade social do Brasil do início do século XX com a pena de um poeta na prosa. Mas o que esperar do erudito crítico literário que escreve “A Paisagem no Conto, na Novela e no Romance” (1922)? Basta dizer que, no último, nosso conterrâneo cita obras indianas e polonesas com a intimidade de quem conhece profundamente a literatura do mundo. Pena que é cada vez mais difícil achar seus outros livros – como suas obras-primas “Ideólogo” e “Os Emancipados”.
 
Durante as manhãs que passei no Memorial da Câmara (e nisso fico grato das boas conversas que tive com Janete Vomeri) descobri a indicação de três tesouros: a fotocópia do “Esboço Histórico do Município de Valença” (1918), de Manoel de Cunha Lopes e Vasconcelos; os poemas de Elmano Amorim e a prosa de Galvão de Queiroz (o jornalista, não o marechal – apesar de homônimo). De Elmano pude adquirir a edição autografada do “Luar de Agosto” (1967). Do jornalista (Inocêncio) Galvão de Queiroz consegui comprar seus livros infantis “Os Sinais Misteriosos” e “O pinguim que veio do frio”, além das suas traduções de “As alegres noites de Mont-Martre” de Maurice Dekobra e “A Besta Humana” de Émile Zola. Sei que há mais livros e traduções de Galvão de Queiroz (como os seus livros de contos “Caíva” e “Um punhal no coração”) e espero ter um golpe de sorte de acha-los nas poeiras de algum sebo… Golpe de sorte que me levou a “A Synthese Universal”, de Dr. Aristides Galvão de Queiroz. O livro de Aristides (de quem tenho dúvidas ainda se ele é tio ou tio-avô do jornalista) é um douto comentário sobre a Razão e a Fé, resgatando o papel da religião na sociedade. Consegui a edição original de 1880, com dedicatória a S.A.I Conde D’Eu. 
 
Fascinantes também são os livros do médico valenciano Prof. Alício Peltier de Queiroz: “A frigidez sexual da mulher” (1961) e “O problema clínico do retro-desvio uterino” (1943); o ensaio “Em busca de uma constituição: esboço de um ensaio de política objetiva” (1972) do ex-prefeito Admar Braga Guimarães e os dois volumes que compõe “Compêndio Narrativo do Peregrino das Américas”, de Nuno Marques Pereira. Esse autor teria nascido em Cairu no meado do século XVIII e escreveu o embrião do romance e da filosofia brasileira. Atualmente a Academia Brasileira de Letras edita esse livro, como parte da coleção Afrânio Peixoto.
 
É com um misto de admiração e tristeza que vejo quantos livros excelentes foram produzidos por valencianos (naturais ou adotados). Admiração em ver que a produção editorial de nossa terra é muito rica e possui uma tradição que até ajuda a explicar porque vivemos esse período de supernova literária. Mas é com tristeza que, descubro o quanto a nossa história e nossa memória tem sido negligenciada aqui em Valença. Diante dessa triste constatação, fica a suspeita: quais outros autores de nossa terra estão aí, esperando o momento para serem descobertos e, quiçá, serem reeditados?

ASTRAM PRESENTEIA OTTO ALENCAR COM UM QUADRO DE NÓS DE ATRACAÇÃO

ottoO Governador em exercício, Otto Alencar esteve recentemente em Valença para a entrega dos serviços de asfaltamento de diversas ruas da cidade e na oportunidade participou de um evento com diversas lideranças politicas do Baixo Sul, a exemplo da prefeita Jucélia Nascimento; o presidente da Câmara de Valença, Bertolino de Jesus; o presidente da ASTRAM e da FEMAMVA, Romilson Muniz, vereadores e lideranças sindicais e comunitárias.

Na oportunidade, o governador em exercício e senador eleito da Bahia, Otto Alencar parabenizou o trabalho desenvolvido pela ASTRAM na administração dos terminais marítimos do Atracadouro, Morro de São Paulo e Gamboa, que são gerenciados pela AGERBA. ” Desde que conheci Romilson Muniz percebi a sua determinação e a sua gestão nas questões marítimas do nosso estado. A ASTRAM está em boas mãos e tenho recebido elogios de amigos e turistas da administração desses terminais comandados por Romilson. Parabéns aos marítimos e a equipe da ASTRAM”, disse Alencar.
 
Romilson agradeceu as palavras de Otto, presenteou o governador em exercício com um quadro de Nós de Atracação e disse que “trabalho diuturnamente para garantir o profissionalismo e o atendimento ao turista que utiliza os nossos terminais marítimos. Agradeço a confiança do senador eleito Otto Alencar  e aos marinheiros do Baixo Sul”, finalizou Muniz.

NOTA DE PESAR

karlinha loboA Santa Casa de Misericórdia de Valença vem a público manifestar, em nome da equipe gestora e de todos os colaboradores, o mais profundo pesar pelo falecimento da Enfermeira Karla Lôbo, funcionária desta instituição, vítima de um grave acidente de carro na manhã deste sábado, na praia do Guaibim.

Carla era uma profissional jovem e dedicada, com planos de um futuro próspero. Com seu empenho, agregou importante valor ao trabalho desenvolvido em nosso hospital.

Hoje a Santa Casa de Valença está mais triste, pois sabe que precisará conviver sem a colaboração, a dedicação e o belo sorriso de Karla. Mas manterá guardado os bons momentos convividos com a nossa colega e amiga.

Fabulosos são aqueles que deixam o registro de carinho, amor e respeito por onde passa.

De toda a equipe Santa Casa de Misericórdia de Valença

ACIDENTE NA ESTRADA DO GUAIBIM: MORRE CARLA LÔBO

karlinha loboAcabamos de receber uma triste notícia, uma jovem valenciana, Carla Lobo, funcionária da Santa Casa de Valença, foi vítima de um acidente na estrada do Guaibim, nas imediações do aeroporto e morreu no local.

Até o momento não sabemos de maiores informaçôes, voltaremos com notícias sobre esse trágico acidente a qualquer momento.

PRINCÍPIO DE INCÊNCIO NA CVI JÁ FOI CONTROLADO

cviHoje aconteceu um princípio de incêndio na fábrica de tecidos de Valença, CVI. O incêncio começou na área de tecelagem, mas não ganhou grandes proporções porque foi contido ainda pelos bombeiros da fábrica. Por uma questão de segurança o Corpo de Bombeiros de Santo Antonio de Jesus foi acionado, mas não foi preciso entrar em ação porque já haviam controlado o fogo.

 

DOZE DIAS SEM NOSSO GURU

ACÁCIO

Acácio sempre participou de todos os eventos religiosos ligados ao candomblé, aqui ao lado de Martiniano e de Pai João

Hoje bateu uma saudade danada desse cara, estava aqui pensando nas coisas boas que sempre ouvíamos dele. Acácio era uma espécie de guru da modernidade, todos gostavam de parar um pouqinho ali, degustar um acarajé e depois ouvir uns conselhos dele. Com seu ar de doçura e conversa inteligente ele deixava todos muito satisfeitos quando ouviam suas palavras, ele sempre enaltecia as pessoas, sem distinção de cor raça ou credo, Acácio sempre dizia que, “o ser humano precisa desse combustível para sobreviver”, e esse combustível ele tinha demais para nos dar.

Uma pena meu amigo, que você nos abandonou, sua falta é grande, são doze dias sem sua presença, parece que aconteceu agora, a nossa dor, que somos seus amigos é grande, imagina a dor das pessoas que estavam no seu dia a dia, ao seu lado, com certeza é maior ainda.

Aqui uma singela homenagem pela sua passagem nessa terra, próximo de pessoas que te valorizavam, ao lado de pessoas que também te amamvam.

Vai com Deus!

VEREADOR REGINALDO ARAÚJO RESPONDE MATÉRIA DO BLOG

Prezado Pelegrini,

Estou lendo sua matéria sobre a questão do TERMO DE PERMISSÃO DE USO DE BEM PÚBLICO (concedido a ASTRAM). Quero felicitá-lo por está, de forma imparcial, levando o assunto ao conhecimento público. ESTOU FELIZ E SATISFEITO por saber que, finalmente, esta questão está sendo discutida por todos nós. PREFIRO ERRAR PELO EXCESSO DE ZELO DO QUE PELA OMISSÃO. O bem público deve ser utilizado para o bem da coletividade e oferecer uma CONTRAPARTIDA JUSTA PARA O MUNICÍPIO. Bom lembrar que as permissões de uso do bem público são legais, todavia esta permissão é um ato discricionário da administração pública que poderá revogar tal permissão, UNILATERALMENTE, a qualquer tempo. Concordo com a “permissão de uso”, contudo, EXISTINDO OS DEVIDOS TRÂMITES LEGAIS. Embora alguns possam entender que a “Permissão de uso de bem público” não se sujeita a licitação, por ser precária e ser um ato discricionário da administração, devemos nos basear na lei maior para estes casos (Lei 8666/93) que em seu artigo 2º diz claramente: As… alienações, concessões, PERMISSÕES… da Administração, quando contratadas com terceiros, SERÃO NECESSARIAMENTE PRECEDIDAS DE LICITAÇÃO. Portanto, a Lei há de ser cumprida. Se o vereador deixa de cumprir com suas obrigações ele é criticado (e eu concordo). Neste caso específico, tenho a plena consciência que estou a cumprir com minhas obrigações. De bom alvitre lembrar que, há alguns meses a prefeita Jucélia orientou a sua equipe administrativa a adotar todas as providências para solucionar esta questão (tanto a licitação do transporte público quanto a permissão de uso do bem público). Portanto, NÃO HÁ NEGLIGENCIA DA PREFEITA, haja vista que as providências a serem adotadas demandam certo tempo por conta dos tramites burocráticos.

No mais, volto a afirmar que tanto faz a ASTRAM ou qualquer outra instituição venha a administrar o terminal hidroviário, desde que os aspectos legais sejam cumpridos e que sejam mantidos os empregos de todos os funcionários que trabalham no terminal hidroviário. Quanto às possíveis ofensas que possam ser desferidas contra mim, tenho a dizer que covardia não deve ser atributo de um vereador, pois, se eu não quisesse ser alvo de críticas eu não aceitaria o desafio em ser um dos representantes do povo de Valença.

Estou à sua inteira disposição para discutir sobre esta questão, pois, tanto eu quanto você e àqueles que estão lendo esta mensagem queremos o bem de nosso município.

Saudações de um vereador que está tentando cumprir com as minhas obrigações.

Reginaldo Araújo
Vereador