Calcinhas selvagens: protestos e concessões
Irene Dóres
No trabalho, passeando ou andando pelas ruas, a gente sempre encontra algo interessante para observar. Foi exatamente no trabalho que essa semana me deparei com uma discussão ultramoderna e um grupo de mulheres arrojadas. Arrojadas em tudo, calcinhas selvagens mesmo. Pra ser sincera eu até que gostaria de fazer o que elas fazem não da mesma forma, mas para meu bem estar, não o faço por motivos alheios à minha vontade. Vocês estão curiosos? Então, elas são corredoras de maratonas, e eu estou falando da “Corrida para Vida da Santa Casa”.
Bem, vamos aos fatos, a corrida foi bem legal, os homens vencedores na categoria geral vieram de outras cidades, e as mulheres também. Tudo muito organizado, medalhas para 100 participantes e prêmio em dinheiro para os homens. Muito bom, os maratonistas que vieram de outras cidades em busca de ganhar algum dinheiro para garantir ajuda em sua sobrevivência se deram bem, voltaram para casa com a grana no bolso. Mas e as mulheres vencedoras na mesma categoria que prêmios receberam? Dinheiro não, mas formosura, dinheiro não, beleza pura! Bem a premiação para as mulheres foi… Um mp3, um telefone celular e um tênis. Eu pessoalmente pensei, “mas o que está acontecendo, porque essa diferença se as mulheres fizeram o mesmo trabalho que os homens, ou seja, correram o mesmo percurso”? É claro que não externei isso, estava lá trabalhando e não podia emitir opinião.
Eu não disse nada, mas parece que as mulheres receberam minhas ondas de pensamento e, de repente uma delas começou a reclamar. Dizia ela ser aquela premiação, um desrespeito com a mulher, que elas haviam corrido da mesma forma que os homens, então premiá-las de maneira diferenciada estava sendo injusto, que esse tipo de atitude afastaria as mulheres do próximo evento e que a desconsideração para com o sexo feminino foi tão grande que nem um troféu elas receberam por vencer a competição. Nesse momento eu pensei, “caramba, a mulherada aqui sabe se valorizar e estão protestando pelo direito de igualdade social”. Aquilo pra mim foi muito bom, culturalmente se pôde ver naquele local, a demonstração de que a mulher está consciente de seu lugar na sociedade e que os direitos têm que ser iguais em todas as esferas. Digo isso me referindo a pequenos eventos realizados nos interiores, porque nos grandes das capitais, as mulheres tem prêmios nas mesmas proporções que os homens.
Protesto feito, protesto ouvido! O gestor da Santa Casa numa atitude muito respeitosa e elegante tomou a atitude que deveria, subiu ao palco do evento, pediu desculpas pela falha, e corrigiu de imediato seu deslize. Assim concedeu às mulheres, a mesma premiação que havia dado aos homens, agraciando inclusive uma valenciana colocada em terceiro lugar com o prêmio de 150,00 (cento e cinquenta reais). Para as mulheres a vitória na corrida, para além do dinheiro que elas levaram para casa, significou a igualdade enquanto pessoas que podem competir da mesma forma que homens, mas a negação no primeiro momento lhes trouxe a decepção. Coisa que foi de imediato corrigida, talvez por estar ali à frente do evento uma pessoa de mente aberta e de atitudes igualitárias a qual com o reconhecimento do “erro” e a concessão do prêmio lhes devolveu o sentimento de força e credibilidade na busca de novas aventuras no mundo do esporte.
A desigualdade de gênero é tão antiga quanto o mundo, mas as lutas femininas principalmente a partir dos anos de 1960, vêm melhorando a autoestima da mulherada tornando-as mais leves em suas formas de ser. Tudo começou em 1968 quando as mulheres americanas foram às ruas desejando queimar os sutiãs em protesto contra a indústria da beleza feminina e a utilização da mulher como objeto de desejo masculino. O concurso Miss América soava para elas como exploração comercial de uma beleza rotulada em detrimento das mulheres consideradas comuns.
Essa informação é só para você perceber que após essa manifestação as mulheres acordaram para exigir a sua projeção, respeito e igualdade em todas as áreas. É baseado nesse e em outros episódios históricos que hoje temos mulheres em todas as profissões e modalidades esportivas. Por isso fica meus parabéns e minhas homenagens, aquela atleta que levantou a voz a exigir premiação igual, por ter realizado a mesma tarefa do homem e ao gestor da Santa Casa que tão bem soube responder, dando às atletas a igualdade merecida e conquistada por direito.
Já consertei, é era secretário de Jairo
Marcos Vinicius secretário de Ricardo Moira?
Vasa atrasa lado!!!!!
Esse Cidadão ficou 4 anos só pintando escolas, Quantas foram construídas no Desgoverno dele?????
A esperança se renova. Eu acredito.