Arquivo Mensal: março 2007

DEPÓSITO DE QUINHENTOS "MIO"

Você já falou ou ouviu alguém falar bem do atendimento bancário? Não? Por que será, então, que ninguém fala? Será por causa do serviço prestado? Deixa pra lá. Nunca vamos entender tudo isso mesmo.
Por isso vou contar a história de seu Antonio, homem humilde, traços de caboclo, calça arregaçada até o meio da perna, chapéu de pano encardido e embornal à tiracolo, acontecida um dia desses comigo.
-Me dê um picolé de roçêro ai, meu amigo. Disse seu Antonio com um ar de riso tímido.
-Não precisa sorrir assim desse jeito, sei que todo homem da roça só gosta de picolé de coco. Disse.
-Tô rino disso não moço,-retrucou seu Antonio, com um jeito matuto de falar- tô ainda me alembrando do gerente da caxa.- E voltou a sorrir-.
-Deve ter sido algo muito interessante. Disse curioso.
-Veja o sinhô, passei quais trêis hora de relójo isperano uma moça do banco, pra abrir uma conta de popança. Num aguentano mais isperá, fui até o gerente e disse: seu gerente, purquê tem qui demorá tanto prá abrir uma caderneta de popança? Ai ele me perguntô qual o valô. E eu respondi: o valô de quinhentos mio. Prô qui ele disse: agora mermo. E ligêrinho abriu minha popança. Disse tembém qui num pricisava nem eu pegá fila, ele mermo fazia questão de levá o dinheiro pro caxa. Feito os papel, eu intão intreguei cento e vinte e cinco real. Ai ele me disse: ôxe! o sinhô num mi disse que era o valô de quinhentos mio?! E eu respondi craro, se um cento de mio custa vinte e cinco real, quinhentos mio num vai custar cento e vinte e cinco? Ai ele disse: pensei qui fosse quinhentos mio real.
-Bem feito! (Falei para seu Antonio, no momento em que aquele sorriso de sabor inocente e matreiro nos seus lábios, passava a ter, também, o sabor de picolé de coco).

Até a próxima.

VOCE NÃO PASSA DE UMA MULHER.

“Mulher preguiçosa, mulher tão dengosa, mulher, você não passa de uma mulher”.
Deveria existir uma lei; toda e qualquer mulher nunca deve morrer, mulher viverá para sempre, e como forma de recompensa, por todo sofrimento que teve, viveria eternamente preguiçosa.
Eu não poderia deixar passar uma data tão importante como essa, sem ao menos fazer um comentário, afinal sou altamente dependente de uma mulher, que me herdou de outra.
Sei o quanto dei trabalho a primeira mulher de minha vida, reconheço que fui recheado de carinhos e cuidados, porém nunca pude devolver com a mesma moeda, é lamentável, pois eu gostaria de ser ao menos parecido, mas é muito difícil ser igual a uma mulher.
Fui tirado da minha primeira mulher, por uma outra que passou a ter cuidados diferentes comigo, ajudando-me a não tropeçar, servindo de escudo, complementando o meu pensamento e me tirando sempre da beira do abismo.
Continuo dando muito trabalho às mulheres. Mas como forma de recompensa, tenho um exemplar, que prometo educar de forma pura e digna, para dar sua parcela de contribuição a humanidade.
Lenita, minha mãe, Marivan, minha companheira, Mariana, minha filha e todas as mulheres do mundo; tenham um feliz “Dia da Mulher”.

Desculpem por muito pouco.