MATOU NOVE USUÁRIOS DE DROGA

matou nove A polícia prendeu nesta sexta-feira (28) o ex-comandante do Corpo de Bombeiros do Paraná, o coronel reformado Jorge Luiz Thais Martins, acusado de matar ao menos nove pessoas no Estado. De acordo com a Polícia Civil do Estado, a prisão temporária teve por base relatos de testemunhas de pelo menos sete dos nove homicídios, além de relatos de ameaças em que um segundo suspeito, ainda não preso, também é mencionado.

Martins se apresentou no final da manhã de hoje ao comando da Polícia Militar (PM) do Estado, em Curitiba. Ele vinha sendo investigado desde agosto do ano passado, quando começaram as mortes. Apesar de preso, o policial está, na verdade, sob a custódia da PM paranaense. A prerrogativa é concedida a membros da corporação em situações do tipo.

Em entrevista ao UOL Notícias, a delegada Vanessa Alice, adjunta no Cope (Centro de Operações Policiais Especiais), um dos grupos de elite da Polícia Civil no PR, afirmou que as testemunhas disseram “com 100% de reconhecimento” ser o ex-comandante a pessoa que chegava até os usuários de drogas nos bairros do Boqueirão e Alto Boqueirão, em Curitiba, entre agosto de 2009 e janeiro deste ano.

“Pelo que as testemunhas nos locais dos crimes depuseram, o autor seria um policial militar que teria tido um filho assassinado ali nas imediações. Aprofundamos essa apuração, submetemos essas pessoas a um auto de reconhecimento fotográfico e em sete dos nove casos obtivemos 100% de certeza de que era o ex-comandante” afirmou a delegada. Nos outros dois casos, completou, as investigações estão sustentadas por provas materiais. “E uma das testemunhas que citou o policial e as ameaças feitas é justamente um dos assassinados."

A polícia estuda se as mortes seriam uma vingança ao assassinato do filho do coronel, durante um assalto, em outubro de 2009. Ele foi morto quando deixava a namorada em casa, no Boqueirão, de manhã, quando voltavam de uma festa.

A partir da apresentação do suspeito, a polícia tem 30 dias para conclusão do inquérito –no entanto, são cinco deles instaurados, uma vez que os assassinatos em série foram, em maioria, duplos homicídios. Indagada se o segundo suspeito investigado pode ser também dos quadros militares, a delegada do Cope não confirmou nem descartou a hipótese.

Ainda segundo a delegada, Martins só terá depoimento agendado quando for definido o delegado que vai chefiar toda a investigação –a escolha será feita até o início da semana que vem pelo delegado-geral da Polícia Civil, Marcos Vinícius Michelotto. Vanessa Alice era a da chefe do setor de homicídios na época dos crimes.

A reportagem tentou contato com o advogado do ex-comandante, Silvio Cesar Micheletti, mas ele não foi localizado para comentar o assunto, nem retornou o pedido de entrevista.

Janaina Garcia
Do UOL Notícias
Em São Paulo

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