Um Virus pode mudar a sua vida?

Por Luciano Lima *

Bhagwan Shree Rajneesh foi um dos grandes mestres espirituais que o mundo moderno já conheceu. Tinha grandes conhecimentos sobre o Ocidente e sobre o Oriente. Lecionou filosofia durante 9 anos antes de se dedicar integralmente ao despertar espiritual das pessoas.

Osho, como ficou conhecido mundialmente, escreveu o livro “A Semente de Mostarda”. Um classico construído a partir das várias palestras que realizou ao longo de seus 58 anos de vida.

Em um de seus fragmentos, Osho questiona:

“Sempre que está sofrendo, voce vai à igreja, seus olhos se movem em direção a Deus, seu coração se move para a oração.
Existe alguma coisa oculta no sofrimento que o torna mais consciente de quem é, de porque existe, para onde está indo.
Sua consciencia é intensa num momento de sofrimento.

Esse “guru” indiano, que teve uma vida recheada de conflitos politicos, religiosos e jurídicos, nos deixou alguns ensinamento e muitas reflexões que se encaixam perfeitamente no momento em que o Covid-19 leva milhoes de pessoas ao sofrimento, ao isolamento social e a morte.

Numa sociedade contaminada pelos virus da masculinidade, da agressividade, da intolerancia e da arrogancia. Doenças precisam ser vencidas.

Numa sociedade contaminada pelos hábitos de resolver problemas atraveis de remedios: para comer, parar de comer, para dormir, para transar, para acalmar, para se agitar. Comportamentos teratológicos precisam ser tratados.

Numa sociedade em que nunca se esteve tão gordo, tão endividado, tão consumista e tão depressivo. Práticas nocivas precisam ser cambiados.

A compulsoriedade do isolamento familiar, ocasionada pela pandemia assente do Covid-19, proporciona uma oportunidade, sem precedentes na história republicana, de resgate da consciencia: do “quem eu sou”, do “porque existo” e do “para onde estou indo”.

Essa sociedade precisa ser higienizada. Não com alcool em gel ou agua e sabão. Mas com condutas assertivas baseadas no conceito de espiritualidade.

Espiritualidade como parte integrante da personalidade humana. Não apenas como conceito de religiosidade.

Espiritualidade que produz: perdão, leveza, bom humor, flexibilidade, auto astral, alegria, criatividade, trabalho em equipe, honestidade, lealdade, amor, carinho, compreensão.

Espiritualidade que nos leve a observar e a entender como estão pautados nossos relacionamentos interpessoais.

Especialmente nos grupos sociais irrenunciaveis, como familia, escola e trabalho.

Espiritualidade que nos ensine a fazer as mais importantes escolhas de nossas vidas. Entre “ser feliz” ou “ter razão”. Entre um “eu altruista” ou um “eu egoista”. Entre o “ser humano” ou um “ter humano”.

Espiritualidade que proporione deixar marcas indeleveis na vida daqueles que tiveram a felicidade de diariamente “ler a nossa face”, “sentir o cheiro de nossas palavras”, “sentir o sabor da nossa amizade”, “tocar e ouvir as vozes dos nossos corações”.

Talvez, embaralhando nossos sentidos, nessa metafora cotidiana, entederemos o que pensam de nós e sobre nós, nossos filhos, esposas, pais, mães, irmãos, netos e netas, colegas de trabalho e de escola. Abrindo para tanto uma janela antinarcisista.

Especialmente para percebermos se temos um bom feedback social e, quem sabe, aprender tambem uma melhor forma de ver, sentir, entender e respeitar o outro. Isso pode mudar as nossas vidas. Deixe-se contagiar.

Que o Covid-19, seja um Convite à reflexão para 2020, 2021, 2022…

*Luciano Lima é Advogado, Pós-Graduado em Direito, Professor de Direito Civil e Processual Civil. Mestrando em Ciências Jurídicas e Ciência Política, pela Universidade Infante Dom Henrique. Consultor Político e Articulista.

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1 Resultado

  1. Fernanda Almeida disse:

    Excelente Texto Dr Luciano!

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