Policial militar que matou juiz é indiciado por homicídio

JUIZ O policial militar Daniel dos Santos Soares, autor dos disparos que provocaram a morte do juiz Carlos Alessandro Pitágoras Ribeiro, no último dia 10 de julho, foi indiciado por homicídio. O inquérito que apura o crime foi concluído pelo delegado Omar Andrade Leal, da 4ª Delegacia, e encaminhado nesta sexta-feira (16) ao Ministério Público. O documento conclui, no entanto, que o soldado agiu em legítima defesa, pois teria reagido “a uma agressão injusta e eminente por parte do magistrado”.

O PM atirou no juiz nas imediações do Shopping Iguatemi. Segundo a família do magistrado, ele abordou o policial depois de ter presenciado o Kia Sephia do soldado fazendo manobras perigosas na região. Em nota oficial divulgada na época, a Polícia Militar afirmou que Daniel estava fardado, indo de carro ao trabalho, na 35ª CIPM. No retorno em frente ao Centro Empresarial Iguatemi, ele teria ouvido alguém gritando e parou.

O juiz, neste momento, teria saltado do carro e vindo em direção ao policial com uma pistola em punho. O soldado teria, então, pedido que ele parasse. Mas, como não foi obedecido, disparou duas vezes, atingindo-o na clavícula esquerda e no abdômen. Em depoimento, o policial negou que tenha se envolvido em uma briga de trânsito com o juiz e disse que atirou em legítima defesa. A versão do policial é contestada pela família do magistrado.

O inquérito ouviu cerca de 30 pessoas, algumas delas testemunhas, cujos depoimentos estão inseridos no material, composto por 370 páginas compiladas em dois volumes. O delegado Andrade fez reconstituição do crime em 3 de setembro e fechou o inquérito ontem, após receber os últimos laudos do Departamento de Polícia.

Fonte: Correio

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