OPINIÃO: Resiliência, você já aprendeu a usá-la?

*Por: Luiz Inácio Filho

Lembrava hoje na faculdade da máxima: “não há mal que sempre dure, nem bem que nunca se acabe” (Autor desconhecido).

Nós, servidores públicos de provimento efetivo, somos os verdadeiros guardiões do patrimônio público. Por força do concurso público, temos o dever de atender à população com imparcialidade, moralidade e sobretudo, responsabilidade. Na posição de guardiões desses bens, garantimos a continuidade dos serviços públicos durante todo o exercício e, a cada quatro anos, o detentor da preferência da maioria dos eleitores, que exerceram seu direito ao voto, enfim será finalmente escolhido. Dessa forma, pela escolha do povo, assumirá temporariamente a função de “gestor” daquele objeto do processo eleitoral, cujo mandato lhe foi confiado pelo povo e garantido pela legislação.

Malgrado a escolha agrade a determinados seguimentos ou desagrade a outros, os efetivos, estarão lá para garantir a transição dos atos inerentes aos processos de gestão em conformidade com o ordenamento jurídico vigente.

Os demais cargos: agentes políticos, comissionados e contratados, em sua maioria, devem obediência às determinações daqueles que lá os colocaram e, mesmo exercendo sua função com responsabilidade, pela necessidade e precariedade do vínculo de trabalho, sujeitam-se as mais diversas formas de desmandos.

Novamente, entre as lacunas produzidas pelo querer e poder do gestor, lá está o servidor efetivo, garantindo a continuidade do serviço público, pois, a qualquer momento, o agente político, comissionado ou contratado, poderá não mais exercer suas atividades laborativas, pela descontinuidade do vínculo de natureza política.

Exatamente nesse ponto, faz-se necessário tecer algumas considerações:

Aquele agente político, comissionado ou contratado que outrora perseguiu o servidor efetivo, com aquiescência do seu superior, agora volta a ser invisível, inanimado e descartável, verdadeiro “corpo estranho” ao universo da administração pública.

Novos atores assumem imediatamente os papeis dos descartados, afinal, a máquina pública não pode parar e, ninguém suporta por muito tempo o cheiro de nada em estado de putrefação.

Mais uma vez, os servidores efetivos, reconduzirão a máquina pública ao estágio necessário para a consolidação da nova transição, e mais uma, e mais uma, e mais quantas vezes se fizerem necessárias, sempre em consonância com a legislação.

Outrora quem mandava muito, agora não manda nada! Quem se achava extremamente indispensável, anunciando aos quatro ventos “só fico no cargo se for do meu jeito”, hoje nem tem mais o nome lembrado nos corredores, mas, aquele cuja a marca impressa durante o período laboral foi: trabalhar pouco, acordar tarde e a total ausência de compromisso com o serviço público, esse terá sempre seu lugar cativo na memória de todos como verdadeiro parasita, com significado livre grafado: “Indivíduo que vive a custa alheia por pura exploração ou preguiça”.

Assim, tão certo quanto, “a soma dos quadrados dos catetos e dos quadrados da hipotenusa”, o gestor de hoje que persegue e maltrata o servidor efetivo, saboreará do mesmo amargor no futuro, sem mandato, sem grupo e sem crédito, necessitará da ajuda desse mesmo servidor, que diante do ferimento recebido, decidirá se seguirá em frente,pela esquerda ou pela direita, em face das perseguições sofridas, mas, ainda assim ele continuará na estrutura e os passageiros serão outros, velhos conhecidos ou novos inquilinos.

*Luiz Inácio é funcionário público, formado em gestão pública, foi controlador do município na gestão de Jucélia Nascimento, no período de 2012 à 2016

Você pode gostar...

3 Resultados

  1. Valença disse:

    Gosto muito da forma delicada/sensível que um servidor se refere a função publica efetiva, sempre sonhei que estes servidores fossem exatamente assim na hora de servir ao publico!
    O que vejo na maioria destes servidores é muito desrespeito/falta de educação/nenhuma boa vontade com a população(não me refiro ao autor do texto, afinal nunca precisei usar os serviços que ele deve prestar), o que acho é que aquele servidor que não tem o respeito e admiração da população sofrerá sempre essas perseguição.

  2. Juca disse:

    Falando em servidor,conforme consta no TCM/BA- Pessoal, disponível para qualquer cidadão, servidores sempre reclamando dos salários baixos, o que não ocorre com os servidores do SERVIÇO AUTÔNOMO DE ÁGUA E ESGOTO – S A A E de Valença, vejamos a média de salarial de alguns órgãos do Muncipio de Valença BA.

    Prefeitura Municipal de Valença média salarial ………………………………R$ 1.793,60
    Câmara de Vereadores de Valença……………………………………………….R$ 5.489,43
    SAAE -Servço A. de Água e Esgoto Valença BA…………………………….R$ 5.740,90

    OBS. Tem salário no SAAE em torno de 13.000,00 mês.

  3. Dr Janilton Bento disse:

    Excelente texto meu amigo Luiz Inácio. Mesmo com todas as dificuldades e muitas vezes despreparo dos gestores, Valença é servida por um quadro de servidores dedicados e qualificados. Fiz parte, por um momento, desse grupo e foi um período marcante em minha trajetória profissional.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *