Deputados criam Grupo de Trabalho para apurar condições do transporte marítimo

Consternação. Com esse sentimento moradores da ilha e familiares das vítimas do naufrágio que vitimou 19 pessoas durante a travessia Mar Grande-Salvador, no dia 24 de agosto, clamaram por melhorias urgentes no transporte marítimo, de forma que novas tragédias não voltem a acontecer, em audiência pública, realizada nesta terça-feira (12), pela Comissão de Infraestrutura, Desenvolvimento Econômico e Turismo da Assembleia Legislativa, presidida pelo deputado estadual Hildécio Meireles (PMDB), no Plenarinho. Falta de preparo por parte dos tripulantes, omissão de socorro, além de má conservação dos equipamentos pautaram o debate.  

 “Não existia na embarcação pessoas capacitadas para nos salvar. Um marinheiro entrou em estado de choque e eu que, mesmo não sendo treinado para tal, coloquei um colete em uma mulher. Dei minha vida, pela dos outros “, cobrou o funcionário público, Eduardo Aguadê. Ao relatar que perdeu a mãe no acidente, o pescador Juraci Kledson, reclamou da ação da Capitania dos Portos, alegando que houve demora no resgate das vítimas. “Foram quase três horas para chegada de socorro e o sentimento que tive é que minha mãe e as outras vítimas foram abandonadas a própria sorte e quem vai me responder, nos responder  por isso. Até hoje nada nos foi dito”, questionou

Em meio à depoimentos comoventes, a Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos de Energia, Transporte e Comunicações da Bahia (Agerba), representada pelo diretor, Luciano Marcelo Dantas de Souza, reiterou a responsabilidade do órgão quanto à fiscalização ao limite de passageiros, porém negou que tenha competência para deliberar sobre as condições meteorológicas para permitir o transporte.

Com isso, por conta da falta de representantes dos poderes, como Capitania dos Portos e Ministério Público Estadual (MPE), ficou definido que o colegiado implementará um Grupo de Trabalho,  juntamente com a sociedade civil, parlamentares e demais instituições ligadas ao assunto, com o objetivo de realizar um estudo e apresentar soluções para as condições das embarcações, bem como de todo o serviço marítimo prestado à população. “O que não podemos é fechar os olhos e acreditar que a tragédia foi uma fatalidade, já que os órgãos oficiais preferem se omitir”, desabafou o deputado Hildécio Meireles, reforçando a sua solidariedade.

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