“O político”

Por Wenderson Brito*

É bem provável que vocês tenham estranhado o meu título, mas quero esclarecer que a palavra “político” tem um significado valioso. Indica uma pessoa que cuida da cidade, cuida de seu povo, enfim, administra coisas públicas para o bem comum.

Fazendo uma breve pesquisa, é da palavra grega pólis (cidade) que deriva o termo “politikós”, que no Português ficou como “político”.

Você pode questionar: “Mas, isto não tem nada a ver com o significado atual! Pois em sua grande maioria os políticos brasileiros apresentam-se como corruptos, realizam desvios, estão envolvidos em escândalos, como mensalão, lava jato, petrolão e sabe-se lá aonde mais…”

Sim concordo, nem sempre a pessoa faz jus ao que de fato significa o nome de sua profissão.

Como cidadãos temos uma parcela de culpa nesse processo, pois é através do voto que elegemos os nossos representantes políticos.

Muito se discute, em especial em período eleitoral, a respeito da necessidade de se votar de forma consciente.  Mas consciente exatamente “de quê”?

Para alguns, votar consciente significa estar bem informado sobre os candidatos, o que ele fez por seu município ou nos lugares que atuou; qual era a vida deste candidato antes de entrar para a política; quais os trabalhos que os mesmos desenvolviam e se é que desenvolviam algum trabalho, pois muito comum candidatos que nunca tiveram um emprego ou não tenham desenvolvido qualquer projeto e encontram na “política” um cabide para seu sustento, o que certamente já não pode ser considerado um ponto positivo a favor daquele candidato. Partindo dessa premissa, seria apenas uma questão de comparar, históricos, projetos e perfis políticos para se ter um voto “consciente”.

Mas isso é suficiente para um voto verdadeiramente consciente?

Acredito que não. O voto consciente passa também pela compreensão das limitações do poder dos políticos e do Estado. E não falo apenas de saber das funções e competências de cada cargo em disputa (o que faz um vereador, um prefeito, etc), mas sim de compreender as consequências de elegermos os nossos governantes ou legisladores.

Além disso, é um completo devaneio acreditar que realmente nos tornaremos uma sociedade mais desenvolvida, próspera e justa simplesmente delegando a eles atribuições e responsabilidades que cabem a nós como indivíduos e como comunidade/sociedade civil. Como ensinou Frédéric Bastiat, enquanto a maior parte da população continuar vendo o Estado como um meio de viver às custas dos demais (ignorando que é ele quem vive às custas de todo mundo), seguiremos nos frustrando com a política.

Nossa política atual é dominada pela lógica de que ganha quem promete mais “direitos”, mas se nós eleitores, passarmos ampliar os pontos de vista e compreender toda essa dinâmica já será um passo fundamental para o voto consciente de verdade.

*Wenderson Brito

Gerente das Entidades Empresariais de Santo Antônio de Jesus

Graduando em Engenharia Civil/Administração/Marketing

Membro do CISP/SAJ – Comitê Interinstitucional de Segurança Pública

Membro do CONCIDADE/SAJ – Conselho da Cidade

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1 Resultado

  1. João Almeida disse:

    Parabéns pelo texto.
    Infelizmente, a nossa triste realidade.
    Pessoas completamente despreparadas para governar

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